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29 de abr. de 2010

Tem peixe na Rede


Em vez de querer calar, não seria melhor parar de mentir?
Se fechar o fedor vai aumentar!
O Belo Monte de mentiras está aqui.

26 de abr. de 2010

Chávez fala em guerra ao comentar eleição colombiana

Agência Estado, Diário do Comércio
26 de abril de 2010

SÃO PAULO - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse hoje que pode haver uma guerra contra a Colômbia se o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos for eleito presidente colombiano. Segundo Chávez, a vitória de Santos na eleição presidencial de 30 de maio "poderia levar a uma guerra" na região. A declaração foi feita no programa semanal de rádio e televisão venezuelano "Olá, sr. Presidente".

Diálogo?

Partidários de Ortega atacam Parlamento nicaraguense
EFE, ESP (*)

MANÁGUA- Partidários do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, quebraram vidraças da sede do Parlamento nesta quinta-feira, 22, enquanto, em seu interior, os trabalhos legislativos eram retomados após dois dias consecutivos de distúrbios em Manágua.

Encapuzados e vestidos de uniformes militares, os simpatizantes do governante sandinista lançaram pedras e morteiros no edifício ao ritmo de música e se retiraram do local uma hora e meia depois do término da sessão plenária.

Diálogo impossível



Turba impide a disidente cubana presentar su libro en Argentina

The Associated Press, ElNuevoHerald

BUENOS AIRES -- La médica cubana disidente Hilda Molina se vio impedida de presentar su obra en la Feria del Libro debido a interrupciones e insultos que recibió por parte de manifestantes defensores del régimen de Cuba.

Molina iba a presentar su libro "Mi verdad" la noche del viernes cuando militantes del Movimiento Argentino de Solidaridad con Cuba y estudiantes universitarios irrumpieron en la sala para increpar e insultar a Molina, según imágenes difundidas el sábado por el canal de televisión C5N.

Ou seja, só eles podem apresentar "Sus verdads".
Corja maligna.
Diálogo?

25 de abr. de 2010

Janela de oportunidade

Há alguns anos tenho guardado esta frase, dita por um tal Horace Mann em meados do século XIX:

"O estabelecimento de um governo republicano sem meios bem determinados e eficientes para a educação universal do povo é o mais intempestivo e insensato experimento jamais tentado pelo homem.

O contexto, naturalmente, era o da transferência de autoridade das estruturas aristocráticas para aquelas de elaboração popular, regradas pela democracia constitucional.

Junto à frase, havia também um comentário mais recente, de autor desconhecido:

Quão verdadeira esta declaração é hoje, quando temos o sufrágio universal!
Não apenas a prosperidade de nossa economia tecnológica, mas, ainda mais, o bem-estar de nossa democracia política depende da reconstituição de nossas escolas.
Nossas escolas não estão preparando pessoas jovens para os altos escalões e as obrigações da cidadania em uma república democrática.
Nossas instituições políticas não podem prosperar, podem até nem mesmo sobreviver, se não produzirmos um maior número de cidadãos pensantes, de onde algum estadista possa eventualmente surgir.
Nós somos, sem dúvida, uma nação em risco, e nada aquém de uma reforma radical em nossas escolas pode nos salvar do desastre.
Qualquer que seja o preço que devamos pagar em dinheiro e esforço para fazer isto, o preço que pagaremos por não ter feito será muito maior.

Pois bem. Eu, aqui onde estou, vivo no meio do povão. Minha vizinhança, em grande parte, simplesmente não tem condições de participar da vida política do seu país, a não ser como massa de manobra - aceitando, e até procurando, um cabresto em troca de privilégios.

A formação das pessoas é insuficiente para obterem a condição de igualdade que lhes permita exercerem a cidadania plena. Não é à toa que pareça tão natural serem tratadas como gado. Não se pode fugir da realidade: essa situação lhes faz justiça, na circunstância.

Mas se pode trabalhar a realidade. E a oportunidade está caindo de madura.

A criançada da minha vizinhança cresce reproduzindo as limitações de seus pais, e ela, sabemos, é representativa de uma multidão. Daqui a dez anos estará votando em algum populista oportunista - também ele conduzido, por incapaz; mero títere de estrategistas que não foram eleitos, usurpadores do poder republicano -, e produzindo outra geração inviável.

É necessário, nesses dez anos, um esforço concentrado para se romper essa continuidade viciosa. Como disse o comentarista acima, é preciso pagar o preço que for preciso.
Uma geração inteira, bem formada, é o nosso salto qualitativo inadiável.

Vamos nos engajar no Brasil que pode mais? Vamos exigir e dar sustentação a um projeto mobilizador?



Retratos do passado (1)

O regime com o qual os petistas não cessam de sonhar é o regime que imaginam ser de “despotismo esclarecido” e benevolente, à semelhança daquele que implantaram dentro do próprio PT e que consistiu - como todos os petistas de boa-fé acabaram percebendo - numa ditadura férrea da cúpula sobre quem dela discordasse e num tratamento benevolente aos fiéis companheiros que “errassem”, ou seja, que fossem pilhados batendo carteiras. Mas só a estes, porque aos petistas que se escandalizaram com a bateção de carteiras, puseram a boca no trombone, tentaram corrigir as malfeitorias e até, ingenuamente, alertaram a cúpula partidária, o tratamento dispensado foi muito outro: desde a expulsão sumária até o “justiçamento”, como obviamente ocorreu com pelo menos dois prefeitos.

por Marco Antonio Rocha, Agosto 2006

18 de abr. de 2010

A opção por parcerias repulsivas

por Augusto Nunes, colunista de Veja

A retrospectiva da sequência de espantos desencadeada em 2003 informa que existe lógica na loucura aparente da política externa. Nestes mais de sete anos, o governo brasileiro foi confrontado com numerosas escolhas: a Venezuela bolivariana ou os Estados Unidos, os narcoterroristas das FARC ou o presidente constitucional Alvaro Uribe, o psicopata Muammar Khadaffi ou o Tribunal Internacional de Haia, a ditadura dos irmãos Castro ou os presos de consciência, o terrorista italiano Cesare Battisti ou os pugilistas cubanos Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, o genocida Omar al-Bashir ou o Darfur dilacerado. Coerentemente, errou todas. Errou outras. E vai continuar errando, avisa a infame aliança com o Irá.

A opção preferencial por parcerias repulsivas torna a associação com os aiatolás atômicos tão inevitável quanto um drible de Garrincha. Entre o primitivismo e a civilização, entre Mahmoud Ahmadinejad e Barack Obama, a escolha feita por um Itamaraty redesenhado pela Era da Mediocridade só reafirmou que de onde menos se espera é que não vem nada mesmo. Formulada por nostálgicos do stalinismo sem compromisso com valores democráticos, avalizada por um presidente sem compromisso com valores morais, a política externa atende à vaidade de um governante na fronteira da mitomania, serve aos desígnios do PT e não tem compromisso com o Brasil.

Lula convive em fraternal promiscuidade com gente que o insultou, como Fernando Collor, ou que ofendeu gravemente, como José Sarney. Não há por que sentir-se constrangido na lida com abjeções que a esquerda psicótica reverencia. Como não sabe sequer se Karl Marx é um daqueles irmãos do cinema, como não leu uma única orelha de livro sobre geopolítica, contraterniza com todas as peças ─ sobre revolucionários de galinheiro ─ do populoso museu dos desprezíveis administrado por Marco Aurélio Garcia, Celso Amorim, Samuel Pinheiro Guimarães e outros comissários que garantem o crachá de conselheiro internacional com declarações de guerra ao imperialismo ianque.

“Não conheço nenhum presidente que não tenha apertado a mão de um ditador”, alega o chanceler de bolso. Conversa fiada de um diplomata deformado pela alma subalterna, pela compulsão para a vassalagem, pelo servilismo que protege o emprego. É verdade que todo presidente vive exposto a shake hands constrangedores. Mas Amorim sabe desde sempre que Lula ama ir muito além do aperto de mão protocolar. Nenhum governante que se declara democrata troca cumprimentos efusivos com apóstolos da infâmia como Khadaffi ou Fidel Castro. Só Lula.

Só Lula nega a presidentes eleitos democraticamente, como o hondurenho Porfirio Lobo e o chileno Sebastián Piñera, o abraço que conforta o golpista Manuel Zelaya ou anima o ditador aprendiz Hugo Chávez. Só Lula incumbiu um ministro de Estado de entregar a Ahmadinejad, ambos com o sorriso de comparsa, a camisa da Seleção Brasileira. Só Lula ousou qualificar os oposicionistas iranianos que protestavam contra a imensa fraude eleitoral de torcedores inconformados com a derrota do time. Só Lula comparou presos políticos aos bandidos das cadeias de São Paulo.

O presidente Fernando Henrique Cardoso, condutor das negociações que encerraram o sangrento conflito fronteiriço entre o Peru e o Equador, nunca posou de especialista em impasses internacionais. Lula não deu um pio na crise gerada pela construção de fábricas de celulose uruguaias na divisa com a Argentina. Mas resolveu nomear-se consultor-geral do mundo e liquidar com quatro conversas, três improvisos e duas piadas os becos sem saída do Oriente Médio.

A política externa de um país democrático atende aos interesses nacionais. Se atende aos interesses do chefe de governo ou de um partido, então não há democracia. Essa regra encontrou no Brasil uma perturbadora exceção. Não existe um tirano, nem foi instituído o regime de partido único. Mas há mais de sete anos o Itamaraty só faz o que o PT propõe e Lula endossa.

As ações internacionais escancaram a alma do presidente e a cabeça do partido. Lula é um animador de auditório, deslumbrado com plateias de áulicos ou encontros de governantes que não compreendem português. O PT é a cara dos parceiros que escolhe. Todos infelicitam países que são hoje o que a companheirada quer que o Brasil seja amanhã.


17 de abr. de 2010

Pergunta um amigo;

- Ari, você acha que existe alguma chance de existir uma vida íntegra que seja, no mundo político? Ou será que vamos eternamente nos iludir, e até quando?

Baita pergunta, tchê.
Sem chance de embromação.
Uma vida íntegra, em qualquer mundo, é algo notável. Outro dia, uma amiga judia, perguntada sobre quem, afinal, são os judeus, deu-me ciência de seu principal Mandamento: "Faze de tua vida uma oração de louvor a Deus".

Para as mentalidades arraigadas à concretude é impensável pautar cada ato, cada pensamento e cada sentimento por um vínculo abstrato com o indefinido.
E no entanto, como comentou a Ester, na vida dos judeus o Estudo ocupa uma posição central, e essa motivação assombrosa para estudar, que os conduziu a uma inquestionável proeminência intelectual, esse "fogo sagrado" que os alimenta, de onde mais poderia ter vindo que não de sua decisão de se comprometerem com um poder transcendente?

Esse tipo de vínculo também está sujeito a distorções. E a potência que ele liberou, direcionada para finalidades concretas, provoca estragos... potencializados.
Lembro novamente dos judeus: o primeiro presidente do moderno Israel, Herzl, ante o então iminente confronto do mundo comunista com o capitalista observou que eram judeus Marx e Rotschild, os expoentes dos campos antagonistas.

O compromisso com um ideal pode degenerar-se, fornecer um ímpeto inicial que acaba se traduzindo em sórdidas realidades cotidianas.
As coisas são assim, são dados da realidade. A empolgação com uma nova perspectiva desperta e desdobra energias. E o fator que desencadeia o processo se corrompe, na sua aplicação prática.

Alguns de nossos semelhantes (ou que já foram semelhantes), reconhecendo a impossibilidade de "servirem a dois senhores ao mesmo tempo", retiram-se do mundo, como sabemos da história de várias religiões.
Veja um deles, um místico cristão, San Juan de la Cruz, em Dichos de Luz y Amor:

As condições de um pássaro solitário são cinco:
Primeiro, que ele voe ao ponto mais alto;
Segundo, que não anseie por companhia, nem a de sua própria espécie;
Terceiro, que dirija seu bico para os céus;
Quarto, que não tenha uma cor definida;
Quinto, que tenha um canto muito suave.

Admirável, não?
Eu não tenho dúvida de que ele realmente viveu o seu êxtase, de que se alimentava de sua própria visão, de que não era um mero seguidor de palavras de ordem...

E por falar nisso, acho que recaímos, finalmente, no assunto que você levantou.
No sistema político de massas o vínculo das pessoas não é com a ordem natural, e sim com alguma alternativa de ordem social.
As ordens sociais que elaboramos não são estritamente racionais, mas fecundadas por um espírito, que as faz evolutivas ou as conduz a becos sem saída.
O movimento do espírito independe da vontade humana, mas nos é facultado sintonizá-lo e obedecer a seus comandos. Quando o ignoramos recaímos no pragmatismo mais abjeto, esquecemos nossos ideais, corrompemos nosso vínculo.
Acho que o ser humano, político ou não, é isso: um indivíduo ligado por uma linha invisível ao abstrato. Ligação esta que lhe cabe manter íntegra e polida, como se estivesse fazendo de sua vida uma oração de louvor a Deus...

Sala ainda vazia

Cuidado, ela segue o mouse

10 de abr. de 2010

Lula: bostejos finais

Do noticiário:
- Não vale copiar o Obama, dizendo que ‘nós podemos mais’, porque ele já disse que ‘eu sou o cara’, e eu já disse pro Obama que vocês (platéia) é que são ‘os caras’.
- Eles nem tiveram a coragem de usar o ‘nós’. Usaram ‘o Brasil’, acrescentou mais tarde.

O indivíduo supra-referido, embora teoricamente presidente de todos os brasileiros, simplesmente não consegue enxergar além de sua perspectiva tribal.
Mas estamos todos, particularmente os brasileiros, no limiar de uma nova época de grandes transformações, para a qual concorreram os esforços dos que já se foram e dos que estão ainda envolvidos na grande batalha da evolução, e que certamente também não verão todos os seus frutos.
A impessoalidade desse esforço continuado, a dedicação voluntária a uma causa transcendente, o sentimento de fazer parte da indefinida epopéia humana, não se coadunam com a mediocridade, a vaidade, a estupidez.
Nosso país é dotado de um potencial e uma energia que inevitavelmente se manifestarão e o conduzirão a seu lugar de destino.
Mas será preciso evitar a ocupação das mentes desavisadas pelo lixo humano, cultural e ideológico de que ora estamos nos livrando.
Superada a visão exclusivista, ridicularizados os donos da verdade, possibilitada a autonomia do indivíduo, não haverá mais o lodo pestilento de que as flores do mal precisam para vicejar.
Não há dúvida de que o Brasil pode mais.

Cuba: proposta de referendo

O dissidente cubano Guillermo Fariñas, atendendo a pedidos de outros opositores, concordou em vincular o fim de sua greve de fome à aceitação, pelo governo cubano, da proposta de realização de um referendo sobre os presos políticos.
A consulta seria realizada simultaneamente às eleições municipais de 25 de abril, o que não acarretaria custos adicionais, e se restrigiria a perguntar ao povo cubano se aprova a libertação de "todos" os presos políticos, de "apenas os mais doentes, por razões humanitárias" ou de "nenhum".
A notícia completa está aqui.

9 de abr. de 2010

Liberou geral

Lula: "não podemos ficar subordinados ao que um juiz diz que podemos ou não fazer".

A criança está agitada. Parece não ter noção.
Obviamente, terá que ser contida. E toda a creche se revoltará.
Será que já desistiu de brincar com a boneca?

7 de abr. de 2010

Do "Sanatório da Notícia"

O dissidente Guillermo Fariñas, em greve de fome, ainda tem forças para mandar recado ao bloco dos insensíveis que servem de instrumento ao castrismo :
"Yo no soy instrumento de los enemigos de la revolución cubana, Yo soy enemigo de la Revolución cubana".

Tão simples, tão direto, tão evidente...

Novamente, Saramar:

"... Dilma Roussef é a mais perfeita candidata para o petismo porque, alienada desde sempre pelo esquerdismo, segue sem voz, sem idéia, sem importância individual. É um fantoche, como só os esquerdistas sabem criar. Está programada para obedecer, ainda que a ordem seja beijar Hugo Chávez, o ditador insano que está levando a Venezuela ao abismo. Ainda que a ordem seja obedecer ao Dirceu, fingindo que não se lembra dele.

Dilma é um boneco que serve aos interesses do partido."

Ditadura é isto, apesar do que diz Lula

Quando a juíza Maria Lourdes Afiuni tomou uma decisão que irritou o presidente Hugo Chávez em dezembro, ele não se esforçou muito para conter sua ira. O presidente, que argumentou em rede nacional que no passado ela seria colocada diante de um pelotão de fuzilamento, enviou sua polícia secreta da inteligência para prendê-la.

Os agentes a levaram para a prisão feminina superlotada da cidade repleta de favelas de Los Teques, próxima a Caracas. Eles a colocaram numa cela perto de mais de 20 prisioneiras que Afiuni havia condenado por acusações como assassinato e tráfico de drogas.

“Recebi ameaças de prisioneiras que diziam que iam me queimar viva porque me vêem como um símbolo do sistema que as colocou na prisão”, disse Afiuni, 46, em sua cela. “Estou nesse inferno porque tive a ousadia de fazer o meu trabalho de juíza de uma forma que não agradou Chávez.”

O restante da notícia está aqui.

6 de abr. de 2010

Retrato de Lula, pintado em 2005

Quadrilha desorganizada

por Ipojuca Pontes

O que chama mais atenção tem sido a insistência das elites pensantes em procurar manter a imagem do antigo metalúrgico, alçado à presidência da República, infensa e imune ao cenário de corrupção e crimes que o circunda.

“Eu me invoquei, um monte de serviço pra fazer, dia de sábado, e eu falei, sabe de uma coisa, não vou fazer merda nenhuma. O cara (patrão) me deu dinheiro pra eu almoçar, pra fazer hora extra, eu peguei o dinheiro, pus no bolso, disse vai tomar no cu, que eu não vou trabalhar porra nenhuma” – Lula, o metalúrgico, em depoimento ao repórter Mário Morel, na “Anatomia de uma liderança” (Nova Fronteira, Rio, 1989).

Há tudo de podre no reino espúrio do Planalto. Lula, Delúbio Soares, políticos da “base aliada” e o PT transformam a vida nacional numa espécie de espetáculo grotesco, com transbordamentos de farsa barata, muito mais agressivo do que os dramas (trágicos) montados por Gregório Fortunado, o “Anjo Negro” do governo de Vargas, em 1954, e pelo tesoureiro de campanha da tumultuada gestão de Collor de Mello, o PC Farias, no início dos anos 90. Quem faz a implosão de “quase tudo”, agora, mostrando as vísceras do organismo governamental apodrecido, é o homem-bomba Roberto Jefferson, o “parceiro solidário” do companheiro Lula, o regente da ópera bufa que acumula e faz ecoar, com notas estridentes, as cenas sucessivas de escândalos, roubos, mentiras, traições e até suspeitas de assassinatos. De fato, vive-se no Planalto, nos dias que correm, a experiência de um frenético Grand Guignol ao alcance de todos – o que, em termos comparativos, torna a Dinamarca do príncipe Hamlet (cenário shakespeareano de apropriações indébitas, incestos, envenenamentos e loucuras desenfreadas) um reino de decência, tranqüilidade e honradez.

O que chama mais atenção em tudo tem sido a insistência das elites pensantes em procurar manter a imagem do antigo metalúrgico, alçado à presidência da República, infensa e imune ao cenário de corrupção e crimes que o circunda. Estaria a nação anestesiada? O fato concreto é que os chamados “formadores de opinião” e os eternos políticos de plantão, do baixo e do alto clero, estão todos ávidos em proclamar, diante da catástrofe, a inocência de Lula: “O presidente Lula tem as mãos limpas, não sabe de nada” - dizem. O próprio chefe da Casa Civil, Zé Dirceu, o ex-patrão de Waldomiro Diniz que prevê para Lula (e a respectiva patota “socialista”) o mínimo de 12 anos de mando e boa-vida no poder, fez da expressão “o governo não rouba nem deixa roubar” um estribilho inócuo e vazio – mas que procura evidenciar, como a imagem do Cristo em quarto de prostituta, a candura do chefe da nação.

Mas a realidade é bem diferente e o simples retrospecto histórico, no levantamento de fatos, nos leva a crer que de inocente Lula não tem nada. Por exemplo: já nos anos da ditadura militar - que tornou inviável a ação política do Partido Comunista e viabilizou (também economicamente) a emergência de Lula e seu sindicalismo partidário - o então ministro do Trabalho do governo Figueiredo, Murilo Macedo, após trazer o ambicioso líder sindical de helicóptero à sua casa (em Atibaia), reagiu, diante das exigências pecuniárias do outro: - “Ô Lula, eu não vou te dar mais um tostão, porque se eu der, você vai querer ser presidente da República” (Idem, pág. 72).

Caso mais degradante foi o de Paulo de Tarso Venceslau, antigo guerrilheiro da ALN (um dos responsáveis pelo seqüestro do Embaixador Elbrike), economista e administrador das finanças de duas prefeituras petistas (Campinas e S. José dos Campos) nos anos 90: ao descobrir que o empresário Roberto Teixeira, compadre e hospedeiro de Lula estava por trás de operações fraudulentas que envolviam cifras públicas em torno de US$ 16 milhões, o secretário Paulo de Tarso, ao invés de ceder à pressão de dirigentes petistas, instalou uma comissão de sindicância e, com ela, sustou a vultosa falcatrua armada pelo compadre de Lula. E fez mais: ao saber que estava sendo considerado pelo então presidente do PT como “criador de problemas”, buscou e manteve entrevista pessoal com o atual presidente da República, quando explicou, com riqueza de detalhes, que Roberto Teixeira estava desviando de forma criminosa dinheiro da prefeitura de S. José dos Campos. Segundo o secretário petista, Lula, depois de ouvir o escabroso relato, considerou-o “grave” e disse que ia “procurar uma solução” (Jornal da Tarde 26/05/97).

A solução encontrada pela presidência do PT foi exonerar Paulo de Tarso Venceslau do cargo de Secretário das Finanças da Prefeitura de S. José dos Campos.

Para acúmulo das evidências em contrário, há também o fato singular de Lula da Silva, mesmo depois de eleito presidente da República, ter visitado, segundo testemunhos da vizinhança, o apartamento de Waldomiro Diniz, outro homem-bomba do governo petista - antes, porém, verdade seja dita, das tristes manchetes que levaram o ex-assessor parlamentar e sub-Chefe da Casa Civil do governo ser considerado pela Deputada Luciana Genro, filha do ministro da Educação Tarso Genro, a “ponta do iceberg da podridão” no Planalto.

Em meio ao pânico nas hostes do governo, ministros e áulicos se confundem, se chocam e entrechocam com opiniões contraditórias num cenário de escombros. O apatetado líder do governo no Senado, Aluízio Mercadante, por exemplo, diz que Lula nunca recebeu informação de Jefferson de que Delúbio repassava o “mensalão” de R$ 30 mil aos deputados da “base aliada”, para logo depois ser desmentido por Aldo Rebelo, o ministro da Coordenação Política, que confirmou ter Lula recebido a informação da existência da propina pelo líder do PTB, ainda que de “forma genérica e de passagem”. O grande medo, o supremo e real temor que paira sobre Brasília é o de se perder a grande boca do dinheiro fácil do Estado, a cornucópia infalível que leva a patota do Poder ao Paraíso terrestre em meio ao inferno geral que assola o País.

A melhor explicação para a vigência do sistema corrupto instituído pelo PT, curiosamente, ainda é a formulada pelo próprio Jefferson, o homem-bomba que detonou de vez o governo Lula: “É mais barato pagar o exército mercenário do que dividir o poder. É mais fácil alugar um deputado do que discutir um projeto de governo. Quem é pago não pensa”.

Nem Cícero, o senador da decadente Roma, diria melhor.

5 de abr. de 2010

Dilma: "... são e sempre foram o anti-Lula..."

Por que é complicado, hoje, no Brasil, ser anti-Lula?
Acaso Lula é algum suprassumo dotado de algum tipo de infalibilidade lulal?
Por que essa arregimentação fanatizada e essa prostração idólatra?
Por que essa sustentação de uma mitologia?
Por que tantos dependem de um?
Será que ele tem mesmo a chave das urnas?
Sem ele a vaca iria para o brejo?
O poder que ele exerce sobre a vontade da massa é que é o diferencial?
E qual seria a vontade da massa sem essa influência?
A massa não tem vontade definida e precisa sempre ser dirigida?
Essa direção não precisa ter um norte, atender à demanda por liderança da própria massa, em benefício desta?
É o autoconvencimento de que só "o partido" preenche esses requisitos o que justifica a desqualificação do dissenso?
Esse sectarismo e esse exclusivismo, essa loucura coletiva, deve ser tratada com tolerância até quando?
Até conseguirem destruir a estrutura impessoal do império da lei comum e substituí-la por outra, composta por uma nomenclatura de pessoas especiais?
Ou já não tínhamos mesmo uma ordenação jurídica e social forjada na impessoalidade e na igualdade, e essa falha está sendo explorada para justificar sua extinção e servir de desculpa para a implantação de outra de mesma laia, ou pior?
Na hipótese de uma nova ordenação, esta deveria ser formulada pelos prosélitos de uma visão definitiva da realidade, ou pelos adeptos de uma visão evolutiva que a dotasse de mecanismos apropriados à sua contínua e permanente transformação sem rupturas traumáticas?
O que é o interesse do povo e o que são os interesses de grupos?
Pode o Estado, que é um bem comum, virar capitania hereditária perpétua de alguns?
O que é a tirania?
Quem é o bicho-papão que a garante?
Lula?
Ou o Brasil pode mais?

4 de abr. de 2010

Fraude em pesquisa eleitoral

Está denunciada no Blog Coturno Noturno a mais nova lambança envolvendo pesquisas eleitorais do instituto Vox Populi.
A amostragem, que era para ser aleatória, foi dirigida, copiada de pesquisa anterior, que por sua vez..., vai saber como foi montada. Tudo registrado no TSE, que mais uma vez comeu bola, e do mesmo infrator.
A candidata Dilma é fraquíssima, e doravante, sua crescente exposição deixará cada vez mais patente sua inviabilidade.
Pode ser que estejam armando para ganhar no tapetão, procurando tornar plausível, através de pesquisas fajutas, uma vitória com urnas fraudadas. Metade dessa corja é capaz de tudo.
Mas pode ser também só desespero, misturado com burrice, ganância e incompetência. A outra metade não é capaz de nada.
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Para quem não sabe, na pesquisa anterior esse instituto apresentou aos "respondentes" um disco de papel dividido em quadrantes, cada um dos quais com o nome de um candidato, para o eleitor escolher e apontar. O nome do candidato do PSDB estava escrito assim: ésoJ arreS; daí o instituto ter sido rebatizado como xoV ilupoP.

3 de abr. de 2010

Atalho para ler PDF

Até então, quando surgia um PDF pela frente na navegação, era preciso sair do navegador, aguardar abrir o pesado programa leitor de PDF, encarar mais uma demora para o download de suas novas e constantes atualizações, eventualmente a instalação dessas atualizações, etc.
Agora, apareceu uma alternativa extremamente eficaz, através de um visualizador: o Google Docs Viewer.

1) Em vez de você clicar com o botão esquerdo do mouse num link PDF, copie o endereço do link
2) Abra outra guia no navegador, ou use a mesma em que estiver, se não for precisar mais dela
3) Digite na Caixa de Endereços http://docs.google.com/viewer (ou, se já tiver colocado esse site na sua Barra de Favoritos, apenas clique nele)
4) Abrindo-se a seguir a página do Visualizador, cole aquele link PDF na primeira caixa, ignore a segunda e clique no botão "Gerar link"
5) Irão aparecer três opções em negrito; ignore as três e clique, abaixo delas, em "To view now, click here"

Pronto. Aquele link PDF foi transformado em um outro que foi aberto no próprio navegador. E na sidebar estão os ícones das páginas do arquivo PDF original, para acesso rápido.
É muita competência, a desse Google...

Lançamento de livro

A colunista Dora Kramer está lançando um livro de crônicas políticas intitulado O Poder pelo Avesso.
Na notícia, é dito que ela dedica ao assunto "seu olhar agudo e cheio de ironias, seja por um Congresso subserviente, uma Justiça complacente ou pelos aventureiros de plantão".
Nas palavras da própria Dora, "... não é fácil manter a independência quando os poderosos de plantão, os de agora, consideram inimigo qualquer um que deles discorde. A crítica era vista, naquele início (do governo Lula), como um ato de lesa-pátria. Hoje é tida como coisa de golpista".

Lições do abismo

por Dora Kramer

De acordo com a cartilha do professor Paulo Vannucchi, ministro dos Direitos Humanos, o papel da imprensa é “informar, cobrar e denunciar”. Quando age fora desse limite se transforma em “uma espécie de partido de oposição”.

Opinar ou criticar, como faz o ministro, é prerrogativa exclusiva de partido de oposição. Ou “uma espécie de”.

Por esse critério, nem às legendas de situação o professor confere a oportunidade de emitir críticas e opiniões. Isso só os partidos de oposição – ou “uma espécie de” – têm o direito de fazer.

Seria o caso, então, de o professor se filiar a uma espécie de partido de oposição, já que gosta tanto de criticar e opinar. Só por uma questão de foro íntimo, porque legalmente a Constituição já lhe garante esse direito. Bem como aos demais cidadãos.

Um dos itens da pauta da Reconstrução

Publicado no jornal Zero Hora, de Porto Alegre:

"No Brasil, só vai para a cadeia quem é pobre"

Carlos Eduardo Ribeiro Lemos
Juiz da 5ª Vara Criminal de Vitória, no Espírito Santo

Aos 41 anos, os últimos 10 no cargo de juiz, Carlos Eduardo Ribeiro Lemos está na linha de frente do combate à corrupção no Espírito Santo, Estado que tem sido marcado pela ação do crime organizado. Titular na 5ª Vara Criminal de Vitória, Lemos já se defrontou com o assassinato de um colega após as denúncias que ambos fizeram contra a conduta de outro magistrado, suspeito de corrupção. A seguir, a síntese:

Zero Hora – Por que figurões não cumprem pena de prisão no Brasil?

Carlos Eduardo Ribeiro Lemos – Parece estranho um juiz dizer isso, mas acho que só vai para a cadeia quem não tem defesa. E isso só acontece com os pobres. Apesar de a Constituição garantir a assistência jurídica gratuita, sabemos que as Defensorias Públicas têm estruturas precárias. Para os indefesos, o procedimento criminal acontece de forma mais rápida, por não haver recursos procrastinatórios, e as pessoas vão presas. Quem tem condições financeiras consegue postergar o julgamento por anos.

ZH – A responsabilidade seria dos advogados?

Lemos – Um antigo professor meu dizia que advogado, quando vê que vai perder a causa, não deixa o processo andar. Essa é uma triste realidade. O sistema jurídico brasileiro não discute mais direito, discute processo. Ou seja, não discutimos se a pessoa é ou não culpada, mas sim as filigranas processuais. Os bons advogados não deixam os processos acabarem porque a gama de recursos existentes no Brasil chega a dezenas. São recursos meramente procrastinatórios, que levam à prescrição. Os advogados só querem ganhar tempo e contam com a morosidade da Justiça. No Espírito Santo, há uma dezena de crimes cometidos por pessoas ligadas à Assembleia Legislativa e ao governo estadual que prescreveram porque não se conseguiu fazer o julgamento no prazo-limite.

ZH – Que problemas o senhor vê na legislação?

Lemos – Minha opinião é minoritária no Brasil, mas acho que hoje estamos no sentido contrário ao da Europa e dos Estados Unidos. Aqui, a Constituição diz que a pessoa só é condenada após o trânsito em julgado, ou seja, quando não existir mais possibilidade de recurso. Não se pode executar a pena de ninguém que ainda tenha possibilidade de recorrer. Na Europa não é assim. Lá, a pena pode ser executada após a condenação em primeiro grau. E o juiz de primeiro grau é o cara que olha nos olhos do réu, que olha nos olhos de todas as testemunhas, dá o direito de defesa e avalia a presunção da inocência do acusado. Na dúvida, ele o absolve. Mas o juiz de primeiro grau hoje não vale nada no Brasil. E o pior: nos tribunais superiores, ninguém vai olhar nos olhos de ninguém, não vai haver interrogatório, só vai ser analisado o que está no papel, de maneira fria.

ZH – Como é possível mudar esse cenário?

Lemos – Temos de dar mais valor à decisão do juiz de primeiro grau. Como alguém pode entender que o cara condenado à prisão continue solto? Em caso de condenação no primeiro grau, a pena tem de ser executada. Obviamente, o réu continuaria tendo direito aos recursos, mas os recursos deixariam de ser protelatórios. O advogado faria recursos realmente para serem julgados. Não teria interesse em postergar nada, uma vez que o cliente já estaria cumprindo a pena. E os tribunais teriam de se adequar para julgar os recursos rapidamente.

ZH – Nós elegemos corruptos ou é o sistema que corrompe?

Lemos – O Brasil não é menos nem mais corrupto do que qualquer outro país. Nossa diferença é que não há quem fiscalize. Tenho muito orgulho de ser juiz e muita vergonha de participar de um Judiciário que ainda tem muita corrupção. É vergonhoso ver juízes em carros importados, vivendo em apartamentos de milhões de reais. É totalmente incompatível com o salário. Mas aqui ninguém faz nada.

ZH – Qual o custo pessoal e familiar do combate ao crime organizado?

Lemos – Tenho sorte de ter a mulher que tenho. Um colega, pela pressão da esposa, teve de deixar os casos. Compreendo o medo, pois o custo é muito alto. Já recebi muitos telefonemas de ameaça, e houve uma tentativa de sequestro da minha mulher. Andamos com escolta há quase 10 anos. Minha mulher vai comprar lingerie com a presença do segurança, e eu só vou onde a escolta permite. Meu filho mais novo, de nove anos, cresceu com a presença dos policiais. A gente tinha um apartamento na praia, mas vendemos porque não dava para tirar férias e pagar aluguel de outro apartamento para abrigar os seguranças. Agora, tiramos férias sempre longe do Estado.

2 de abr. de 2010

Páscoa, Passagem, Ressurgimento

Nós conseguimos. Vamos sair do atoleiro. Nem tenho palavras para exprimir minha satisfação com o que parece ser, praticamente, o ressurgimento do Brasil como um país capaz de dar respostas decentes ao eterno desafio de se construir uma civilização.
Extremamente feliz e oportuna a palavra de ordem "O Brasil pode mais". O nosso "Yes, we can" é impessoal, mais abrangente e não atiça sectarismos.
Impressionante a competência com que estão se exprimindo os remadores da nova galera, mesmo sem compará-los com a indigência e boçalidade dos que estão ficando para trás.
Obs: ainda precisamos estar mobilizados para colocar algumas camisas-de-força nos necessitados.

Veja aqui o discurso de Serra e aqui a entrevista de Aécio.

1 de abr. de 2010