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26 de jun. de 2010

Compreendendo...

Cosmos é o antônimo de caos; no grego antigo, significava ordem, organização.

Cosmogonias são ordenações da estrutura da realidade, elaboradas pelo Homem ou por ele adquiridas. São definições de onde estamos e do que fazemos aqui. São as abordagens do enigma. A modelagem do caos.

Quando olhamos para o abismo, e o inquirimos, sua resposta é o silêncio.

Se também silenciarmos, interrompendo o fluxo de afirmações que mantêm nossa realidade definida, voltaremos ao caos original, à eternidade, ao lugar onde sempre estivemos e estaremos, antes e após essa breve passagem pelo lado de cá da vida.

Então é isso... ; estamos do lado de cá da vida.

E o que fazemos aqui?

15 de jun. de 2010

"Que dívida é essa que o Lula tem com o Sarney?"


Quem pergunta é o Deputado Domingos Dutra (PT/MA), em greve de fome para não ter que engolir a Roseana Sarney.

12 de jun. de 2010

A Égua de Tróia

Ladeado por José Sarney, Renan Calheiros e Jader Barbalho, o presidente do PMDB Michel Temer foi votado e aclamado hoje vice-candidato de Dilma Roussef.
Nada é mais forte que a imagem "histórica" dos três escudeiros do candidato da coligação petista. Renan e Jader já foram obrigados a renunciar à presidência do Senado diante de classudos e refinados escândalos, enquanto Sarney nem precisou fazê-lo, com tamanha alteza moral a lhe proteger a conduta política.
" - Não seremos coadjuvantes, mas atores principais", discursou Temer.
Justiça se faça, sempre o foram, nos mais nobres escândalos da república.
A candidata Dilma esteve na Executiva do PMDB que aclamou Temer: " - Essa aliança garantirá a continuidade".
Quem duvida?

Fonte: esta

11 de jun. de 2010

Declaração de guerra

(...)
"Está claro que os Estados Unidos não são contra as bombas atômicas porque têm na região um regime sionista com bombas atômicas. Os Estados Unidos estão tentando salvar o regime sionista, mas o regime sionista não sobreviverá. Está condenado",
enfatizou Ahmadinejad.

(E essa já é a cara dele ANTES de tomar a bordoada)

10 de jun. de 2010

Tem peixe na Rede

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Para ler a matéria do Estadão clique na imagem, e depois vá ampliando com "Ctrl" e "+"

8 de jun. de 2010

A Era da boçalidade


Hoje, pra variar, Reinaldo Azevedo não deixa pedra sobre pedra, corta novamente todas as cabeças da Hidra e define a nossa época. Não percam.

A foto acima, meramente ilustrativa, foi uma das que me ocorreu.
A propósito, o sujeito aí vestido de Juliana Paes é autor do Livro Verde, onde enuncia parte de sua sabedoria:

"Na nova sociedade socialista as diferenças de riqueza individual são apenas permitidas àqueles que prestam um serviço público. A sociedade reparte com eles certa riqueza equivalente a esse serviço." (pag. 86)

"É um fato indiscutível que tanto o homem como a mulher são seres humanos." (pag. 96)

Sei não...
Pensando bem, qualquer um dos dois aí em cima poderia ter dito isso.
Mas já que está por escrito...

7 de jun. de 2010

Eu não resisto

Prefeitos mineiros, da base de Aécio, estão recalcitrantes em apoiar Serra.

"A Dilma me abraça. O Serra nem olha para a cara, é um homem seco", afirmou Dinair Isaac (DEM), de Capinópolis.


Pois é. E agora?
Ô Serra!, vai lá e dá uma cafungada no pescoço do rapaz!
Ô povo de Capinópolis...

Deixa pra lá.

6 de jun. de 2010

Números são números

E precisam ser explicados, por quem os produziu e por quem é responsável por administrá-los.
A barbaridade que segue abaixo (retirada daqui), não pode ser comentada apenas com "há problemas no câmbio", ou "há problemas nos juros". Essa conversa de doutores precisa ser traduzida e trazida a público. Veja se isso não diz respeito a todos:

... de 1988 a 2009, a União federal despendeu, em valores atualizados de dezembro de 2009, a inimaginável quantia de R$ 5,7 trilhões, a título do “serviço da dívida”, isto é, juros, encargos e amortizações, sem contar a rolagem de dívidas.

A dívida interna cresce brutalmente porque o Banco Central fixa as taxas de juros mais altas do Mundo nos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, enquanto países com dívidas mais altas que a do Brasil pagam juros em taxas inferiores à da inflação.

Assim, sem que a dívida federal decorra de despesas com finalidade econômica ou social válida, como investimentos produtivos, de infra-estrutura ou sociais, seu serviço anual em 2009 ascendeu a R$ 380,00 bilhões, quantia mais de 10 vezes maior que o investimento total da União e igual a mais de cinco vezes os gastos com educação.

A dívida interna da União atingiu em fevereiro de 2010 o montante de R$ 2,6 trilhões, sendo R$ 2 trilhões em poder do “mercado” e R$ 600 bilhões em títulos no Banco Central.

Por outro lado, não existe a propalada extinção da dívida externa. A dívida externa bruta alcançou, em fevereiro de 2010, US$ 294,8 bilhões, equivalentes a R$ 533,9 bilhões.

Diz-se ser modesta a dívida externa líquida, de US$ 53,7 bilhões, em razão de haver US$ 241,1 bilhões nas reservas. Entretanto, há dano iminente para o País, pois o grosso das reservas é formado por capitais especulativos ingressados para cevar-se dos altíssimos juros.

Os manipuladores financeiros estrangeiros (e alguns “nacionais”) tomam dólares emprestados no exterior a juros em torno de zero, e os convertem em reais em títulos públicos e créditos privados no Brasil. É o “carry-trade.”

4 de jun. de 2010

Multidão aguardando ansiosamente inauguração da estátua de Lula

Olavão Revisited

... pois o desafio, apesar de antigo, continua sem resposta.

Nossos Governantes

Olavo de Carvalho

Desafio o governo Lula e seus 60 intelectuaizinhos de estimação, os partidos de esquerda, o dr. Baltasar Garzón e todos os camelôs de direitos humanos a provar que qualquer das afirmações seguintes não corresponde aos fatos:

1. Todos os militantes de esquerda mortos pela repressão à guerrilha eram pessoas envolvidas de algum modo na luta armada. Entre as vítimas do terrorismo, ao contrário, houve civis inocentes, que nada tinham a ver com a encrenca.

2. Mesmo depois de subir na vida e tomar o governo, tornando-se poderosos e não raro milionários, os terroristas jamais esboçaram um pedido de perdão aos familiares dessas vítimas, muito menos tentaram lhes dar alguma compensação moral ou material.Nada, absolutamente nada, sugere que algum dia tenham sequer pensado nessas pessoas como seres humanos; no máximo, como detalhes irrisórios da grande epopéia revolucionária. Em contrapartida, querem que a opinião pública se comova até às lágrimas com o mal sobrevindo a eles próprios em retaliação pelos seus crimes, como se a violência sofrida em resposta à violência fosse coisa mais absurda e chocante do que a morte vinda do nada, sem motivo nem razão.

3. Bradam diariamente contra o crime de tortura, como se não soubessem que aprisionar à força um não-combatente e mantê-lo em cárcere privado sob constante ameaça de morte é um ato de tortura, ainda mais grave, pelo terror inesperado com que surpreende a vítima, do que cobrir de pancadas um combatente preso que ao menos sabe por que está apanhando. Contrariando a lógica, o senso comum, os Dez Mandamentos e toda a jurisprudência universal, acham que explodir pessoas a esmo é menos criminoso do que maltratar quem as explodiu.

4. Mesmo sabendo que mataram dezenas de inocentes, jamais se arrependeram de seus crimes. O máximo de nobreza que alcançam é admitir que a época não está propícia para cometê-los de novo – e esperam que esta confissão de oportunismo tático seja aceita como prova de seus sentimentos pacíficos e humanitários.

5. Consideram-se heróis, mas nunca explicaram o que pode haver de especialmente heróico em ocultar uma bomba-relógio sob um banco de aeroporto, em aterrorizar funcionárias de banco esfregando-lhes uma metralhadora na cara, em armar tocaia para matar um homem desarmado diante da mulher e do filho ou em esmigalhar a coronhadas a cabeça de um prisioneiro amarrado – sendo estes somente alguns dos seus feitos presumidamente gloriosos.

6. Dizem que lutavam pela democracia, mas nunca explicaram como poderiam criá-la com a ajuda da ditadura mais sangrenta do continente, nem por que essa ditadura estaria tão ansiosa em dar aos habitantes de uma terra estrangeira a liberdade que ela negava tão completamente aos cidadãos do seu próprio país.

7. Sabem perfeitamente que, para cada um dos seus que morria nas mãos da polícia brasileira, pelo menos 300 eram mortos no mesmo instante pela ditadura que armava e financiava a sua maldita guerrilha. Mas nunca mostraram uma só gota de sentimento de culpa ante o preço que sua pretensa luta pela liberdade custou aos prisioneiros políticos cubanos.

Desses sete fatos decorrem algumas conclusões incontornáveis. Esses homens têm uma idéia errada, tanto dos seus próprios méritos quanto da insignificância alheia. Acham que surrar assassinos é crime hediondo, mas matar transeuntes é inócuo acidente de percurso(e recusam-se, é claro, a aplicar o mesmo atenuante às mortes de civis em tempo de guerra, se as bombas são americanas). São hipersensíveis às suas próprias dores,mesmo quando desejaram o risco de sofrê-las, e indiferentes à dor de quem jamais a procurou nem mereceu... Procedem, em suma, como se tivessem o monopólio não só da dignidade humana, mas do direito à compaixão. Qualquer tratado de psiquiatria forense lhes mostrará que esse modo de sentir é característico de criminosos sociopatas, ególatras e sem consciência moral.

Não tenham ilusões.

É esse tipo de gente que governa o Brasil de hoje, não podemos permitir que governem o de amanhã.

2 de jun. de 2010

Entrevista de Ferreira Gullar à Folha de S.Paulo

Folha - Por sua história política, muita gente estranha o senhor ser um dos principais críticos do Lula.

Ferreira Gullar - Não é que seja um crítico ferrenho, tento ser objetivo. Eu me preocupo com o futuro do meu país. O Lula é um farsante, não merece confiança. Não entendemos o que ele faz. Como abraçar o Ahmadinejad [presidente do Irã], de um regime que é uma ditadura teocrática, que realizou uma eleição fraudada. O povo protestou contra o resultado e o Lula disse que aquilo é choro de perdedor.

O senhor já declarou admirar o presidente Barack Obama. O que achou quando ele disse que Lula é o "cara"?

Isso foi uma brincadeira. O fato de o Lula ser um operário que chegou aonde chegou desperta a simpatia das pessoas. Mas não quis dizer que o Lula é "o cara" do mundo. Outra grande bobagem é o Marco Aurélio Garcia [assessor da Presidência] querer impedir a exibição de filme americano na TV a cabo. Alguém tem que falar para ele que já estamos em 2010. É muito atraso.

O senhor ainda se considera de esquerda?

Essa coisa de direita e esquerda é bastante discutível. Quem é de esquerda hoje? O Lula é de esquerda? Não me faça rir. Eu nunca tive medo de pensar por mim mesmo. Não fico preso a uma verdade indiscutível.

Arrepende-se de ter sido filiado ao Partido Comunista na década de 1960?

O marxismo foi uma atitude correta e digna diante do capitalismo selvagem do século 19. Surgiu como uma alternativa contra aquela coisa inaceitável. Mas a projeção da sociedade futura, com a ditadura do proletariado, é um sonho equivocado. O marxismo tem uma visão política generosa, mas equivocada.

O senhor, então, também se equivocou?

Eu também cometi muitos erros na época [anos 60]. A fúria fundamentalista só conduz ao erro. Queria me sacrificar pelos interesses do país, mas não basta ter razão para estar certo.

E quanto às eleições, quais são suas expectativas?

A Marina Silva é uma excelente pessoa. É preciso alguém com a pureza dela num país onde a corrupção impera. Mas a chance de ela ganhar é pouca. Eu espero que a Dilma não ganhe. Se ganhar, nós corremos o risco de ter 20 anos de PT no governo, o que seria um desastre nacional.

Vai então votar no Serra?

Vou. Pelo que sei, ele fez um ótimo governo em São Paulo. Foi excelente ministro da Saúde. Se não votar nele, vou votar em quem?

1 de jun. de 2010

Perspectiva histórica


O FIM DA SOCIAL-DEMOCRACIA?


por Nivaldo Cordeiro

Em 1974, em um majestoso texto publicado na revista “The Review of Politics” (Vol 36, nº 4), intitulado “Liberalism and its history”, Eric Voegelin demonstrou que a doutrina liberal faz parte do movimento revolucionário, desde a origem. É ela própria que inaugura a modernidade em todos os campos, do direito à ciência política, passando pela filosofia, economia e demais ciência sociais. Não ao acaso Voegelin foi buscar no termo gnose a expressão para designar esses movimentos revolucionários, similares aos movimentos religiosos do início da Era Cristã.

O essencial da modernidade é a recusa da percepção do elemento transcendente como a condição do real, colocando em seu lugar a pura vontade (razão) humana.

O liberalismo, no início, estava na linha de frente da revolução, contra a tradição aristotélica na filosofia e contra os valores cristãos herdados nos costumes. O esforço de gente como Maquiavel, Hobbes, Hume e Locke era para desacreditar Aristóteles, pondo no seu lugar o historicismo fundado na filosofia grega do período helenístico. É bem verdade que as mudanças no interior do cristianismo vinham desde pelo menos o século XII e ganharam relevo com o surgimento do nominalismo. De certa forma, o irracionalismo moderno deriva em linha direta dessa visão deformada do cristianismo, que irá afetar sobretudo o campo do direito e da ciência política. Será pela Escola de Salamanca que sua doutrina formatará a modernidade.

O encontro do humanismo renascentista com as idéias da decadência filosófica cristã emergirá com toda força e será o pano de fundo das três grandes revoluções: a Reforma religiosa, a Revolução Francesa e a Revolução russa. Voegelin mostrou que o elemento radical do momento revolucionário inicial será seguido de um momento de “restauração”dentro do próprio movimento revolucionário. O que passará a se chamar conservador nada mais é do que esse elemento estabilizador, mas ele próprio é integrante da revolução. [A ortodoxia greco-cristã jamais foi restaurada]. Isso acontece porque não é possível que a dinâmica revolucionária aguda tome todo o tempo histórico, pois o princípio de realidade não pode ser inteiramente negado, sob pena de comprometer a sobrevivência humana.

O conceito de revolução permanente, cunhado por Trotsky, não é outro que não essa dinâmica. Afinal, a revolução se propõe objetivos inalcançáveis e seu sentido é o movimento contínuo, rumo ao nada. O repouso jamais poderá ser alcançado. Mas os momentos de febre precisam ser seguidos de momentos de relativa estabilização, sob pena de a vida prática ficar inviável.

O liberalismo dito clássico, nos momentos subseqüentes ao movimento revolucionário do século XVII, em paradoxo, passou a compor o contrapeso aos delírios revolucionários jacobinos. Voegelin fecha o texto com a seguinte afirmação:

“In the light of these considerations we can say that, on the one hand, liberalism decidedly has a voice in the political situation of our time; on the other hand, however, today the ideas of autonomous, immanent reason and the autonomous subject of economics are scarcely alive and fruitful; thus, the classical liberalism of the secularist and bourgeois-capitalist stamp may be pronounced dead.”

Voegelin foi certeiro no seu diagnóstico. Passadas mais de três décadas dessa constatação podemos dizer que a forma resultante de estabilização do movimento revolucionários na segunda metade do século XX foi o que se chamou de neoliberalismo, essa simbiose entre os frutos da ciência econômica liberal com as crenças coletivistas no plano político. O neoliberalismo virou a plataforma de todas as agremiações políticas no poder, desde o fim da II Grande Guerra. É o que se chama de social-liberalismo ou liberalismo-social. Numa única expressão, social-democracia.

Neoliberalismo é apenas mais uma variação estabilizadora da social-democracia, esta mesma que está a morrer pela crise atual. Vê-se que a variante neoliberal não pode ser mais o elemento racionalizador e estabilizador do exercício do poder real nesse estágio avançado. O modelo esgotou-se, fruto de sua entropia intrínseca. O distributivismo proposto pela social-democracia dependia da contínua expansão da carga tributária e da emissão de moeda, que já bateram seu limite superior. A falência está inteiramente explícita na inviabilidade dos modelos de previdência social e no inchaço incomensurável do funcionalismo público. O mundo ocidental está em um beco sem saída, inclusive nos EUA.

O que virá no lugar? Ninguém sabe. Uma guinada conservadora? Um novo espasmo revolucionário? Seja o que vier não se fará com pouca violência. Os sintomas estão por toda parte, as tensões brotam dia a dia. Os próximos anos serão sombrios.