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20 de abr. de 2013

Resgatando uma entrevista com Aldous Huxley, de 1958







O que acontece quando se torce uma toalha molhada no espaço?


Chris Hadfield, comandante da Estação Espacial Internacional, gravou um vídeo com o experimento para responder à pergunta de estudantes canadenses.


Quando a toalha foi torcida, a água começou a se acumular na superfície, formando uma espécie de membrana de aparência gelatinosa. Sem a gravidade para atrair a água para baixo e fazê-la cair da toalha, a água foi cobrindo as mãos de Hadfield. A toalha, mesmo depois de solta, continuou torcida.
“Devido à tensão superficial da água, ela percorre a superfície da toalha e chega à minha mão, como se eu tivesse gel nas mãos, e então fica lá”, explica o astronauta. A tesão superficial da água, causada pela atração entre as moléculas, é o que explica, por exemplo, por que alguns insetos conseguem andar sobre a água, como se houvesse em sua superfície uma fina membrana elástica.

18 de abr. de 2013

Uma análise daquelas definitivas, sobre Educação


Educação: utopia e realidade
por Gustavo Ioschpe

A utopia sufoca a educação de qualidade.
A missão da boa escola é ensinar as disciplinas fundamentais aos alunos, e não tentar corrigir as desigualdades do Brasil.
Um dos males que assolam nossa educação é a esperança vã de pensadores e legisladores de que uma escola que mal consegue ensinar o básico resolva todos os problemas sociais e éticos do país. Eles criaram um sistema com um currículo imenso, sistemas de livros didáticos em que o objetivo até das disciplinas científicas é formar um cidadão consciente e tolerante. Responsabilizaram a escola pela formação de condutas que vão desde a preservação do meio ambiente até os cuidados com a saúde; instituíram cotas raciais e forçaram as escolas a receber alunos com necessidades especiais. A agenda maximalista seria uma maneira de sanar desigualdades e corrigir injustiças. O Brasil deveria questionar essa agenda.
Primeira pergunta: nossas escolas conseguem dar conta desse recado? A resposta é, definitivamente, não. Estão aí todas as avaliações nacionais e internacionais mostrando que a única igualdade que nosso sistema educacional conseguiu atingir é ser igualmente péssimo. Copiamos o ponto final de programas adotados nos países europeus sem termos passado pelo desenvolvimento histórico que lhes dá sustentação.
Segunda pergunta: esse desejo expansionista faz bem ou mal ao nosso sistema educacional? Será um caso em que mirar no inatingível ajuda a ampliar o alcançável ou, pelo contrário, a sobrecarga faz com que a carroça se mova ainda mais devagar? Acredito que seja o último. Por várias razões. A primeira é simplesmente que essas demandas todas tornam impossível que o sistema tenha um foco. Perseguir todas as ideias que aparecem -- mesmo que sejam todas nobres e excelentes -- é um erro. Infelizmente, a maioria dos nossos intelectuais e legisladores não tem experiência administrativa, e acredita ser possível resolver qualquer problema criando uma lei. No confronto entre intenções e realidade, a última sempre vence. A segunda razão para preocupação é que, com uma agenda tão extensa e bicéfala -- formar o cidadão virtuoso e o aluno de raciocínio afiado e com conhecimentos sólidos --, sempre é possível dizer que uma parte não está sendo cumprida porque a prioridade é a outra: o aluno é analfabeto, mas solidário, entende? (Com a vantagem de que não há nenhum índice para medir solidariedade.) E, finalmente, porque quando as intenções ultrapassam a capacidade de execução do sistema o que ocorre é que o agente -- cada professor ou diretor -- vira um legislador, cabendo a ele o papel de decidir quais partes das inatingíveis demandas vai cumprir. Uma medida que deveria estimular a cidadania tem o efeito oposto: incentiva o desrespeito à lei, que é a base fundamental da vida em sociedade.
As aulas de ciências e as de português e matemática são as que vão fazer diferença positiva na vida dos jovens quando eles chegarem ao mercado
Terceira pergunta: mesmo que todas essas nobres intenções fossem exequíveis, sua execução cumpriria as aspirações de seus mentores, construindo um país menos desigual? Eu diria que não apenas não cumpriria esses objetivos como iria na direção oposta. Deixe-me dar um exemplo com essas novas matérias inseridas no currículo do ensino médio -- música, sociologia e filosofia. A lógica que norteou a decisão é que não seria justo que os alunos pobres fossem privados dos privilégios intelec-tuais de seus colegas ricos. O que não é justo, a meu ver, é que a adição dessas disciplinas torna ainda mais difícil para os pobres se equiparar aos alunos mais ricos nas matérias que realmente vão ser decisivas em sua vida. A desigualdade entre os dois grupos tende a aumentar. A triste realidade é que, por viverem em ambientes mais letrados e com pais mais instruídos, alunos de famílias ricas precisam de menos horas de instrução para se alfabetizar. É pouco provável que um aluno rico saia da 1ª série sem estar alfabetizado, enquanto é muito provável que o aluno pobre chegue ao 3º ano nessa condição. O aluno rico pode, portanto, se dar ao luxo de ter aula de música. Para nivelar o jogo, o aluno pobre deveria estar usando essas horas para se recuperar do atraso, especialmente nas habilidades basilares: português, matemática e ciências. É o domínio dessas habilidades que lhe será cobrado quando ingressar na vida profissional. Se esses pensadores querem a escola como niveladora de diferenças, se a diferença que mais impacta a qualidade de vida das pessoas é a de renda, e se a fonte principal de renda é o trabalho, então precisamos de um sistema educacional que coloque ricos e pobres em igualdade de condições para concorrer no mercado de trabalho. O que, por sua vez, presume uma educação desigual entre pobres e ricos, fazendo com que a escola dê aos primeiros as competências intelectuais que os últimos já trazem de casa. Estou argumentando baseado em uma lógica supostamente de esquerda (digo supostamente porque, nesse caso, é transparente que as boas intenções dos revolucionários de poltrona só aprofundam as desigualdades que eles pretendem diminuir).
O mercado de trabalho valoriza mais as habilidades cognitivas e emocionais não porque os nossos empregadores sejam mesquinhos, mas porque, em um mercado competitivo, precisam remunerar seus trabalhadores de acordo com sua produtividade. Essa é a lógica inquebrantável do sistema de livre-iniciativa. Não adianta pedir ao gerente de recursos humanos que seja “solidário” na hora da contratação e leve em conta que os candidatos à vaga vêm de origens sociais diferentes, porque, se o recrutador selecionar o funcionário menos competente, o mais certo é que em breve ambos estejam solidariamente no olho da rua. Não conheço nenhum estudo que demonstre o impacto de uma educação filosoficamente inclusiva sobre o bem-estar das pessoas. Mas há vários estudos empíricos sobre a desigualdade no Brasil. O que eles informam é assustador: o fator número 1 na explicação das desigualdades de renda é, de longe, a desigualdade educacional (disponíveis em twitter.com/gioschpe). Ao criarmos uma escola sobrecarregada com a missão de não apenas formar o brasileiro do futuro mas corrigir as desigualdades de 500 anos de história, nós nos asseguramos de que ela se tornará um fracasso. A escola não pode fracassar, pois é a alavanca de salvação do Brasil.
O tipo de escola pública que queremos é uma discussão em última instância política, e não técnica. É legítimo, embora estúpido, que a maioria dos brasileiros prefira uma educação que fracasse em ensinar a tabuada mas ensine bem a fazer um pagode. Acrescento apenas uma indispensável condição: que a população seja informada, de modo claro e honesto, sobre as consequências de suas escolhas. Quais as perdas e os ganhos de cada caminho. O que é, aí sim, antidemocrático e desonesto é criar a ilusão de que não precisamos fazer escolhas, de que podemos tudo e de que conseguiremos obter tudo ao mesmo tempo, agora. Infelizmente, é exatamente isso que vem sendo tentado. Nossas lideranças se valem do abissal desconhecimento da maioria da população sobre o que é uma educação de excelência para vender-lhe a possibilidade do paraíso terreno em que professores despreparados podem formar o novo homem e o profissional de sucesso. Essa utopia, como todas as outras, acaba em decepção e atraso. Essa pretensa revolução, como todas as outras, termina beneficiando apenas os burocratas que a implementam.

Imagem contemporânea


Nave de reabastecimento chegando para acoplar-se à Estação Espacial Internacional


O enigma da mente


do blog de Ricardo Setti
Artista portador de autismo desenha minuciosamente Roma, que não conhecia, após um sobrevôo de helicóptero — de apenas 45 minutos

Stephen Wiltshire reproduziu minuciosamente, em desenho, um dos monumentos arquitetônicos da humanidade

Stephen Wiltshire, 39 anos, nascido em Londres, é autista e só começou a pronunciar as primeiras palavras aos 5 anos de idade. Tem a característica dificuldade de comunicação dos portadores do problema, mas enorme aptidão para o desenho e, acima de tudo, uma memória visual espantosa, quase sobrenatural. Seu apelido é A Câmera Viva.
Aos 11 anos, ele conseguiu desenhar com grande fidelidade o centro de Londres após apenas um sobrevôo de helicóptero sobre a cidade. Recentemente, para por à prova uma vez mais sua habilidade, levaram-no num vôo de helicóptero sobre Roma, cidade que ele não conhecia, durante 45 minutos. Depois, o artista foi colocado diante de uma grande tela de papel e munido de canetas especiais para desenho, de tinta preta.
Pois bem, em três dias — TRÊS DIAS — ele desenhou, com detalhes fotográficos, todo o centro histórico da Cidade Eterna e mesmo bairros mais distantes. Sua memória prodigiosa guardou dezenas de milhares de detalhes — começando pela Catedral e pela Praça de São Pedro, e sem fazer rascunho ou planejar de alguma forma a obra, ele conseguiu reproduzir cada monumento, cada edifício, cada coluna, cada janela, cada praça, cada ruazinha e cada beco de Roma, incluindo obras arquitetônicas complexas como o Coliseu.
O narrador do vídeo abaixo, em inglês, diz que, comparando-se o desenho de Wiltshire com a Roma real, os traços do artista estão “assustadoramente corretos”.



Desisto. Escolha você um título para isso


O Exército norte-coreano deu um "ultimato" ao vizinho do sul nesta terça-feira, prometendo lançar um ataque "inesperado" caso as atividades hostis à Coreia do Norte continuem na península. O alerta foi feito depois que manifestantes em Seul queimaram, na segunda-feira, imagens do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung, de seu filho, Kim Jong-Il, e de seu neto e atual líder do país, Kim Jong-Un.

O ato coincide com as festividades nacionais na Coreia do Norte pelo 101º aniversário do nascimento de Kim Il-Sung, data reverenciada como "O dia do sol". "Todo o governo e o povo da DPRK (Coreia do Norte) estão fervilhando com um forte ressentimento por esse monstruoso ato criminoso", declarou o Comando Supremo do Exército, em nota divulgada pela agência oficial de notícias norte-coreana.

No "ultimato", o governo declara que "nossa ação retaliatória começará sem aviso prévio, a partir de agora, já que um criminoso ato triplamente amaldiçoado de ferir a dignidade da liderança suprema da DPRK está sendo abertamente praticado no coração de Seul, sob o patrocínio das marionetes do governo".

A nota acrescenta que as Forças Armadas "iniciarão imediatamente suas corretas ações militares para mostrar como o governo e o povo da DPRK valorizam e protegem a dignidade da liderança suprema". "A demonstração militar das revolucionárias Forças Armadas da DPRK será um poderoso golpe de marreta em todas as forças hostis que ferem a dignidade da liderança suprema da DPRK".

Pintura - 500 anos de retratos femininos na arte ocidental

Os olhos são centrais...

Plotado por M S Barros

Brincando com seus gatinhos


Plotado por M S Barros

Echoes - Pink Floyd - em 432 Hz

17 de abr. de 2013

Requiem para uma grande dama


por Kátia Abreu

Sobre a morte de Margaret Thatcher já se pronunciaram os grandes deste mundo. Também a grande imprensa em todos os países. Sobre sua vida, sua obra e suas ideias, há vasta literatura. Não será presunção ou perda de tempo eu também falar sobre ela?

A verdade é que não consigo fugir do tema. Do modo como está o mundo, notadamente a Europa e a América Latina, nunca foi tão necessário compreender e refletir sobre a obra política e intelectual dessa mulher. Em breves 11 anos, Thatcher reconstruiu a economia de seu país e, nas palavras insuspeitas do historiador inglês Tony Judt, pôs abaixo o consenso do pós-guerra e construiu um novo no lugar.

Novo consenso que foi adotado pelos adversários — os trabalhistas ingleses que passaram a se chamar novos trabalhistas para se acomodarem ao novo figurino — e também pelos países do Leste da Europa e até pela América Latina. Para quem não acredita no poder das grandes pessoas e acha que a história segue seu destino de forma determinista, apesar dos homens, o próprio Tony Judt notou que a qualquer pessoa na Inglaterra, que adormecesse em 1978 e despertasse 20 anos depois, o país pareceria muito estranho. Totalmente diferente do que era e muito diferente de todo o resto da Europa.

Isso foi obra de uma mulher quase solitária, a quem nos momentos mais difíceis faltou apoio. Faltou até mesmo a solidariedade do próprio partido, que havia perdido os princípios e assistia impassível, em companhia dos adversários, à lenta decomposição da economia e da sociedade inglesas.

É preciso continuar falando de Margareth Thatcher além das celebrações fúnebres porque a política no mundo, e aqui na América Latina, tem muito a ganhar com sua inspiração. Quando ela chegou ao poder no Reino Unido, em 1979, o sentimento generalizado era de que a política no país tinha perdido contato com a vida real e o controle sobre a economia, o trabalho e as ruas.

As instituições políticas não tinham mais o sentido de sua finalidade nem a confiança dos cidadãos. Grupos organizados haviam tornado a nação refém dos interesses de classe e não havia mais quem defendesse o interesse geral. Inflação alta, recessão, conflitos intermináveis. Parecia que os ingleses caminhavam para o fim.

Se dependesse da política convencional, tudo estaria perdido. Políticos, em toda parte, gostam dos interesses especiais porque sabem ser ruidosos, ativos e, sobretudo, gratos. Já o bem comum, como dizia o velho político mineiro, é bem nenhum. Não é preciso lembrar que Thatcher abraçou o bem comum contra tudo e, em alguns momentos, contra quase todos. No limite, os próprios companheiros queriam que ela voltasse atrás. Ela não voltou.

A Dama de Ferro reformou a economia inglesa, acabou com a tirania dos grupos corporativos, privatizou os mastodontes estatais que só existiam para servir aos funcionários, sem nenhuma consideração com a sociedade. Promoveu o renascimento do verdadeiro Estado, que se tornou mais forte depois dela, e reconstruiu a política, o seu partido e o partido adversário. Em uma década, a Inglaterra era outra.

Tivesse Thatcher feito apenas isso, já seria obra gigantesca. Mas ela foi muito além, pois recuperou a autoridade moral da economia de mercado, posta sob suspeição por intelectuais e políticos que proclamavam a superioridade moral do socialismo e demonizavam a propriedade e a iniciativa privada.

Seu credo era simples e verdadeiro: só os indivíduos criam riqueza; o progresso econômico é um bem em si mesmo; a economia precisa de inovação, de riscos, de competição e de liberdade. O comércio mundial deve ser livre e as pessoas não precisam que o Estado tome decisões em seu lugar. São lições que a Europa em crise e a nossa incorrigível América Latina precisam ouvir. Como bem disse a revista The Economist, nestes dias o mundo precisa de mais — não de menos — thatcherismo.

15 de abr. de 2013

A História do Mundo em 2 Horas

Inevitavelmente, com imprecisões e simplificações, mas também uma visão panorâmica capaz de descer a detalhes magníficos. Ligeiras redundâncias por se tratar da condensação de uma série. Dublado e em HD.
Quem puder ver não vai se arrepender.



Valeu, Bereta.