Veja que coincidência: estou lendo a biografia de van Gogh, escrita por Johana van Gogh-Bonger, cunhada do maravlhoso artista, cuja criação considero um presente dos deuses. É muito bom rever estas telas. Obrigada.
Saramar, há tempos vi também duas biografias de Van Gogh, mas nada especial a ponto de indicá-las. Estou escrevendo com a janelinha de comentários ao lado daquele auto-retrato postado. E me pergunto se alguma biografia conseguiria nos dar essa visão direta do artista vendo a si mesmo enquanto registra sua percepção. E que sobriedade, veracidade, simplicidade, sinceridade, capacidade, realidade... Ele sabia que o objeto de sua pintura, nesse caso ele mesmo, tinha que exprimir a universalidade na particularidade, e para consegui-lo, teve que abandonar sua identidade. Uma biografia que se restrinja a descrever os aspectos positivados de uma personalidade não abrangerá a vasta área silenciosa de cuja vivência intensa esse quadro é testemunha. Uma obra dessa, exposta num ambiente, é um permanente aviso de que a realidade está além do que pensamos que ela seja. É uma lembrança do nosso destino. Tudo que é material tem um preço. A vida real, que apenas usa como base a matéria, de vez em quando, é retratada por algum meio, e esse retrato é então valorado, significativamente, das maneiras mais estapafúrdias, desde milhões e milhões até a indigência de quem o produziu. É ou não é, isso, o retrato da realidade? E Van Gogh ainda o fez com beleza...
2 comentários:
Veja que coincidência: estou lendo a biografia de van Gogh, escrita por Johana van Gogh-Bonger, cunhada do maravlhoso artista, cuja criação considero um presente dos deuses.
É muito bom rever estas telas.
Obrigada.
Saramar, há tempos vi também duas biografias de Van Gogh, mas nada especial a ponto de indicá-las.
Estou escrevendo com a janelinha de comentários ao lado daquele auto-retrato postado.
E me pergunto se alguma biografia conseguiria nos dar essa visão direta do artista vendo a si mesmo enquanto registra sua percepção. E que sobriedade, veracidade, simplicidade, sinceridade, capacidade, realidade...
Ele sabia que o objeto de sua pintura, nesse caso ele mesmo, tinha que exprimir a universalidade na particularidade, e para consegui-lo, teve que abandonar sua identidade.
Uma biografia que se restrinja a descrever os aspectos positivados de uma personalidade não abrangerá a vasta área silenciosa de cuja vivência intensa esse quadro é testemunha.
Uma obra dessa, exposta num ambiente, é um permanente aviso de que a realidade está além do que pensamos que ela seja. É uma lembrança do nosso destino. Tudo que é material tem um preço. A vida real, que apenas usa como base a matéria, de vez em quando, é retratada por algum meio, e esse retrato é então valorado, significativamente, das maneiras mais estapafúrdias, desde milhões e milhões até a indigência de quem o produziu. É ou não é, isso, o retrato da realidade?
E Van Gogh ainda o fez com beleza...
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