Os cristais podem ser feitos de praticamente qualquer
material, de acordo com a aplicação que se tem em vista.
Cristais com DNA
É possível fabricar diamantes e outros cristais artificiais,
desde que se tenha à disposição equipamentos de altíssima pressão, ou se use
explosivos.
Evelyn Auyeung e seus colegas da Universidade Northwestern,
nos Estados Unidos, descobriram uma forma muito mais sutil e controlada de
fazer o mesmo.
O grupo descobriu que é possível usar moléculas de DNA para
guiar nanopartículas e fazer com que elas se transformem em cristais
perfeitamente ordenados.
"Cristais são a espinha dorsal de muitas coisas das
quais dependemos - diamantes para joias e aplicações industriais, safiras para
lasers e silício para a eletrônica," explica o professor Chad Mirkin,
orientador do grupo.
O problema é que geralmente dependemos de coletar esses
cristais na natureza, purificá-los e conformá-los a cada aplicação.
Seguindo o princípio básico da nanotecnologia, o grupo se
propôs a construir os cristais de baixo para cima.
Para isso, eles desenvolveram uma técnica que usa
nanopartículas como se fossem átomos, moléculas de DNA para fazer as ligações e
um pouco de calor para formar os monocristais.
Automontagem de cristais
As moléculas de DNA guiam as nanopartículas para formar a rede atômica ordenada do cristal. |
As nanopartículas e as moléculas de DNA são postas em
solução, ligeiramente aquecidas e depois deixadas para resfriar. O resfriamento
lento encoraja as fitas de DNA a encontrarem seus complementos, unindo as
nanopartículas para formar cristais.
Partindo de uma fita específica de DNA, é possível prever
com precisão o formato do cristal que resultará da automontagem das
nanopartículas, o que possibilita um nível de controle sem precedentes sobre o
resultado final - o cristal pode ser projetado segundo a aplicação.
Os monocristais são extremamente puros e têm uma rede
cristalina contínua e sem defeitos.
A ausência de defeitos nos cristais - qualquer que seja o
elemento de que são formados - pode dar a eles propriedades ópticas, mecânicas
e elétricas únicas.
"Nosso método pode levar a novas tecnologias e mesmo
abrir o caminho para novas indústrias, da mesma forma que a capacidade para
crescer silício em arranjos cristalinos perfeitos tornou possível a indústria
multibilionária dos semicondutores," prevê Mirkin.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
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