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17 de mar. de 2013

Revolution - The Beatles




Revolução

Você diz que você quer uma revolução
Bem, você sabe...
Todos nós queremos mudar o mundo

Você me diz que isso é uma evolução
Bem, você sabe...
Todos nós queremos mudar o mundo

Mas quando você fala em destruição,
Você já sabe que não pode contar comigo

Não sabe que vai acabar tudo bem?
Tudo bem

Você diz que você tem a solução real
Bem, você sabe...
Todos nós adoraríamos ver o plano

Você me pede uma contribuição
Bem, já sabe..
Todos nós fazemos o que podemos

Mas se você quer o dinheiro para pessoas com ódio na mente
Tudo o que posso dizer, irmão, você vai ter que esperar

Não sabe que vai acabar tudo bem?
Tudo bem

Você diz que você mudará a constituição
Bem, você sabe...
Todos nós queremos mudar a sua cabeça

Você me diz que esta é a instituição,
Bem, você sabe...
É melhor você libertar sua mente

Mas se você vai andar com fotos do Presidente Mao
Também não vai convencer ninguém

Não sabe que vai acabar tudo bem?
Tudo bem

15 de mar. de 2013

Luís Dolhnikoff - Poesia


À LUZ DA ANDALUZIA


não tenho interesse pelo islã
 
quando acordo de manhã
penso no meu trabalho
na roupa que irei vestir
no tempo que vai fazer
no que comer no café
mas não em maomé

a direção do vento me afeta
muito mais que a de meca

se ao longo do dia
penso no islã
é porque o islã
ao longo do dia
entra em minha casa
pelas mãos de uma notícia

nunca é positiva

puro preconceito da mídia
rezam os muçulmanos

isto considerando
em momentos de ócio
pus-me a pensar com minúcia
nos muitos afazeres humanos

não nos mais cotidianos
como comer, dormir, defecar
mas nos que pedem a mediação
do pensamento e da ação

em suma
o que se costuma chamar de cultura
 
fiz então uma pequena lista:
leis inovadoras
inovações artísticas
novidades tecnológicas
descobertas científicas
organização política
história olímpica
montagens de ópera
comédias teatrais
artes gráficas
crítica literária
estudos de filosofia
novos materiais
novas arquiteturas
viagens espaciais
necessidades especiais
pesquisa agrícola
design de automóveis
adestramento de cães
mapeamento da flora
indústria da moda
estudos de geologia
previsão meteorológica
previsão de terremotos
prevenção de acidentes
tratamento dos dentes
cirurgia estética
renovação da ética
novidades da ótica
inovações náuticas
astronáuticas
ou internáuticas
 
não importa quantos itens
se acrescentem à lista
a parte do islã
é bem específica:
encher o mundo de mesquitas
escolas corânicas
e mulheres mal-vestidas
 
porém na andaluzia
mil anos atrás
a estrela do islã reluzia
dizia-me uma tia
 
ao que eu, infiel e infeliz
respondia:
mas, titia
o mundo é maior que a andaluzia
e mil anos não são pouca porcaria
 
verdade, meu filho:
porém é mais polido
apontar nos demais suas qualidades
principalmente as raras
 
sim, titia:
mil anos atrás
na bela andaluzia
a estrela do islã reluzia...

14 de mar. de 2013

A história do Cruzeiro do Sul


Algumas das estrelas têm uma história ilustre. A observação do posicionamento delas está ligada à descoberta da precessão dos equinócios por Hiparco (c. 180-125 a.C.), que é uma das descobertas fundamentais da astronomia. Sabe-se hoje que a precessão consiste numa oscilação muito lenta do eixo de rotação da Terra, que altera a posição dos pólos celestes e a intercessão do equador com a eclíptica. É graças à precessão que o pólo norte celeste tem vindo a aproximar-se da Estrela Polar. É também graças à precessão que as estrelas do Cruzeiro do Sul, visíveis em Alexandria no tempo de Ptolemeu (c. 90-168 d.C.), já não são agora visíveis a essa latitude.

A história da descoberta e apropriação desta cruz celeste é uma história mítica da astronomia e das ciências da navegação. Quando os portugueses começaram a descer a costa da África e, sobretudo, quando ultrapassaram a simples navegação costeira e começaram a seguir as grandes correntes e ventos atlânticos, passaram a utilizar sistematicamente marcos celestes para conhecerem a latitude do lugar em que se encontravam. A princípio, podia-se seguir a estrela polar e medir a sua altura – essa altura angular corresponde à latitude norte do lugar. À medida que os navegadores se iam aproximando do equador, a estrela polar começava a mergulhar no horizonte, tornando-se difícil, e depois impossível, medir a sua altura.

O desenho do céu incluído na carta de Mestre João, à esquerda, é a representação europeia do céu austral mais antiga que se conhece. Aí aparece destacado o Cruzeiro do Sul, em cima, e a área do pólo, no canto inferior direito. O desenho da direita mostra um mapa moderno dos céus, indicando-se a vermelho estrelas que poderão corresponder às desenhadas por Mestre João. O pólo aparece marcado com uma cruz.

Quando a Polar mergulhou no oceano, perdeu-se um marco celeste crucial para a navegação. Os marinheiros portugueses passaram a poder utilizar somente a medida da altura do Sol, medida mais fácil de efetuar mas de aplicação mais complexa, pois exigia o recurso a tabelas de declinação da nossa estrela. A altura do Sol de meio-dia depende não só da latitude como também do dia do ano. As tabelas permitiam compensar esses fatores e assim calcular a latitude em que os viajantes se encontravam. Mas continuava a convir aos exploradores ter uma medida noturna da latitude e um ponteiro cardeal, pelo que procuraram uma estrela que desempenhasse em latitudes austrais o papel que a polar desempenhava no hemisfério norte.
A procura da “polar do sul”, ou seja, de uma estrela brilhante que se encontrasse no pólo sul celeste ou muito perto deste, é uma demanda que ocupa os cosmógrafos e os pilotos dos séculos XV e XVI. Portugueses, espanhóis e, mais tarde, ingleses e holandeses, todos eles revelam essa preocupação central. Veio a verificar-se que não existe tal estrela no pólo sul (a estrela visível a olho nu que está mais perto do pólo sul celeste é a sigma de Octante, uma estrela de quinta magnitude, apenas visível em boas condições atmosféricas e, portanto, pouco útil para a navegação), ao contrário do que era imaginado por muitos cosmógrafos, que concebiam o hemisfério celeste boreal à semelhança do hemisfério austral conhecido (Alvise de Cadamosto, navegador veneziano ao serviço do Infante D. Henrique, escreveu, na sua descrição da sua viagem ao rio Gâmbia em 1454: “como continuo a ver a estrela polar do norte, não posso ainda ver a estrela polar do sul”).
Os marinheiros, que começaram a aproximar-se do equador e a ultrapassá-lo para sul, pesquisaram cuidadosamente o céu, procurando ver quais seriam as estrelas que menos rodariam ao longo da noite. As que descrevessem arcos menos extensos, com raio menor, seriam as que se aproximariam da polar. A desejada estrela seria a que nenhum movimento manifestasse, vendo-se todo o firmamento rodar em seu torno. Como se sabe, não foi encontrada a almejada guia dos viajantes, pela razão simples de que não existe, mas os pilotos dos navios portugueses descobriram que a haste maior do Cruzeiro do Sul aponta para o pólo. Foi esse asterismo que passou a servir de guia aos que enfrentavam os mares a sul do equador.
Pouco mais tarde, em 1514, o Piloto João de Lisboa escreveu um completo Regimento do Cruzeiro do Sul, em que explicava como se podia utilizar tal constelação para determinar o pólo austral verdadeiro e para corrigir as leituras da bússola. Nesse mesmo documento, João de Lisboa fornece um mapa celeste em que desenha o Cruzeiro do Sul com notável precisão. E o piloto de D. Manuel revela que está apenas a descrever estudos efetuados oito anos antes em Cochim, de parceria com Pêro Anes. Quer dizer, segundo a descrição de João de Lisboa já em 1506 os pilotos portugueses destacavam um agrupamento de estrelas a que chamavam Cruzeiro do Sul e já tinham conhecimento do seu valor para a navegação.
A descoberta do Cruzeiro do Sul e a exploração dos céus austrais está associada à histórica viagem de Pedro Álvares Cabral e foi escrita com estrelas heráldicas na bandeira moderna do moderno Brasil.


(Extraído daqui)

2 de mar. de 2013

A Terra

“Viventes!, do fundo desses canyons, dois bilhões de anos de minha formação vos contemplam!”

(clique para ampliar)