_________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

23 de mar. de 2011

Mais criatividade

Despedida do TREMA

Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüenta anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. O dois pontos disse que sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nós nos veremos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.

Adeus,
Trema.

22 de mar. de 2011

Criatividade

ANTES DA POSSE DO GOVERNO PT:

O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar nossos ideais
Mostraremos que é grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo de nossa ação.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
os recursos econômicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.

DEPOIS DA POSSE DO GOVERNO PT: Basta ler o mesmo texto, de baixo para cima.

Prerrogativa feminina

Pois é. Vejam o vídeo e depois me digam por que elas podem fazer isso.
(A melhor resposta ganha um poster da Marta Suplicy fazendo biquinho.)

21 de mar. de 2011

Nasceu


Aí ao lado, na barra lateral, está o ícone do "Jornal Virtual" do grupo de debates Resistência Democrática.
Como o próprio nome sugere, trata-se de um grupo eclético, com uma causa unificadora: a denúncia e o combate às imposturas e imposições totalitárias.
Abordamos os mais variados aspectos da realidade, tanto da nossa quanto a do mundo, e também daquela outra, abstrata e indefinida, que é o pano de fundo do palco onde desdobram-se as realidades objetivas.
Como a liberdade é o nosso fim, é também o nosso meio; cada um participa com as luzes de que dispõe, fazendo de nossa interação um aprendizado contínuo e instigante.
O ícone do jornal é também um link; basta clicar sobre ele.
Seja benvindo, e oportunamente, participe também.

5 de mar. de 2011

Comentário de Orlando Tambosi

Quando os tucanos entregaram o Brasil às mãos de Lula, ele estava prontinho para crescer. Todas as medidas - onerosas e impopulares, mas necessárias - para o controle da inflação e a estabilização da economia já tinham sido tomadas, mesmo num ambiente externo desfavorável e tendo que enfrentar a oposição do “quanto pior, melhor” do próprio Lula e do PT. O lulopetismo reconheceu isso, tanto que assinou, ainda no decurso de 2002, por meio da “Carta ao Mercado”, a sua rendição à agenda econômica dos tucanos e, pois, ao seu “neoliberalismo”. Até aí tudo bem: o diabo havia beijado a cruz.

Na seqüência, o esperado era que o lulopetismo aproveitasse os bons fundamentos “maro” da nossa economia, o “boom” da economia mundial e a falta de um partido como o PT na oposição para fazer as reformas de que o país carecia (e que foram prometidas logo no discurso de posse) e promover o seu crescimento de forma sustentada. No entanto, o que foi que vimos nesses malfadados oito anos? Um crescimento pífio, em torno de 4% ao ano, bem abaixo dos demais países dos Bric e abaixo de muitos outros emergentes. Na América Latina e Caribe, o país ficou à frente de apenas quatro economias, sendo que só o México é de peso. As outras são Paraguai, Nicarágua e El Salvador. Ora, um crescimento chulo como esse é insuficiente para assegurar o desenvolvimento do país e melhorar, de forma consistente, os seus indicadores sociais. Não podemos, por exemplo, ficar à mercê de “bolsas” que colocam dinheiro vivo nas mãos dos pobres para tirá-los estatisticamente, apenas, da pobreza e promover verdadeiros estelionatos eleitorais. Só se erradica de fato a pobreza com trabalho digno e renda para o trabalhador, não com esmolas oficiais, como o próprio Lula proclamava enquanto era oposição.

É realmente inadmissível que depois de um período de ouro da economia mundial, em que os preços das commodities foram às nuvens e entrou dinheiro a não poder mais no país, estejamos às voltas com essa herança maldita calcada em juros altíssimos e em contínua elevação, arrocho salarial, descontrole dos gastos públicos, aumento explosivo da dívida interna e recrudescimento da inflação. Já vimos esse filme na época dos tucanos, mas foi, então, o preço que pagamos pela estabilização da nossa economia, num período de turbulência da economia mundial. Mas, e agora? Qual a justificativa para o descalabro, senão a incompetência administrativa e o aumento desenfreado das despesas públicas, inclusive - e, de modo especial - para o custeio do projeto de poder de Lula e do PT, como se viu na eleição do ano passado?