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31 de dez. de 2010

Brindando com Reinaldo Azevedo

"Neste último dia de Lula, meu brinde vai para a democracia, que sobreviveu às ações deletérias de um líder e de um partido que se esforçam de modo metódico para solapá-la em nome de suas particularíssimas noções de Justiça.

Vai, Lula! Os que preservam a democracia o saúdam!"

27 de dez. de 2010

A colisão entre um político sem grandeza e um estadista

Em 14 MAR 2010 Augusto Nunes, da Veja, publicou esse texto, um dos melhores do ano que ora finda.

Traídos pela indiferença ultrajante do Itamaraty, afrontados pela infame hostilidade do presidente da República, presos políticos cubanos e dissidentes em liberdade vigiada endereçaram ao presidente da Costa Rica o mesmo pedido de socorro que Lula rechaçou. Fiel à biografia admirável, Oscar Arias nem esperara pela chegada do apelo (que o colega brasileiro ainda não leu) para colocar-se ao lado das vítimas do arbítrio. Já estava em ação ─ e em ação continua.

Neste sábado, Arias escreveu sobre o tema no jornal espanhol El País. O confronto entre o falatório de Lula e trechos do artigo permite uma pedagógica comparação entre os dois chefes de governo:

LULA: “Lamento profundamente que uma pessoa se deixe morrer por fazer uma greve de fome. Vocês sabem que sou contra greve de fome porque já fiz greve de fome”.
ARIAS: “Uma greve de fome de 85 dias não foi suficiente para convencer o governo cubano de que era necessário preservar a vida de uma pessoa, acima de qualquer diferença ideológica. Não foi suficiente para induzir à compaixão um regime que se vangloria da solidariedade que, na prática, só aplica a seus simpatizantes. Nada podemos fazer agora para salvar Orlando Zapata, mas podemos erguer a voz em nome de Guillermo Fariñas Hernández, que há 17 dias está em greve de fome em Santa Clara, reivindicando a libertação de outros presos políticos, especialmente aqueles em precário estado de saúde”.

LULA: “Eu acho que a greve de fome não pode ser utilizada como pretexto para libertar pessoas em nome dos direitos humanos. Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade”.
ARIAS: “Seria perigoso se um Estado de Direito se visse obrigado a libertar todos os presos que decidirem deixar de alimentar-se. Mas esses presos cubanos não são como os outros, nem há em Cuba um Estado de Direiro. São presos políticos ou de consciência, que não cometeram nenhum delito além de opor-se a um regime”.

LULA: “Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubanos”.
ARIAS: “Não existem presos políticos nas democracias. Em nenhum país verdadeiramente livre alguém vai para a prisão por pensar de modo diferente. Cuba pode fazer todos os esforços retóricos para vender a ideia de que é uma “democracia especial”. Cada preso político nega essa afirmação. Cada preso político é uma prova irrefutável de autoritarismo. Todos foram julgados por um sistema de independência questionável e sofreram punições excessivas sem terem causado danos a qualquer pessoa”.

LULA: “Cada país tem o direito de decidir o que é melhor para ele”.
ARIAS: “Sempre lutei para que Cuba faça a transição para a democracia. (…) O governo de Raúl Castro tem outra oportunidade para mostrar que pode aprender a respeitar os direitos humanos, sobretudo os direitos dos opositores. Se o governo cubano libertasse os presos políticos, teria mais autoridade para reclamar respeito a seu sistema político e à sua forma de fazer as coisas”.

LULA: “Não vou dar palpites nos assuntos de outros países, principalmente um país amigo”.
ARIAS: “Estou consciente de que, ao fazer estas afirmações, eu me exponho a todo tipo de acusação. O regime cubano me acusará de imiscuir-me em assuntos internos, de violar sua soberania e, quase com certeza, de ser um lacaio do império. Sem dúvida, sou um lacaio do império: do império da razão, da compaixão e da liberdade. Não me calo quando os direitos humanos são desrespeitados. Não posso calar-me se a simples existência de um regime como o de Cuba é uma afronta à democracia. Não me calo quando seres humanos estão com a vida em jogo só por terem contestado uma causa ideológica que prescreveu há anos. Vivi o suficiente para saber que não há nada pior que ter medo de dizer a verdade”.

Oscar Arias é um chefe de Estado. Lula é chefe de uma seita com cara de bando. Arias é um pensador, conhece a História e tenta moldar um futuro mais luminoso. Lula nunca leu um livro, não sabe o que aconteceu e só pensa na próxima eleição. Arias é justo e generoso. Lula é mesquinho e oportunista. Arias se guia por princípios e valores. Lula menospreza irrelevâncias como direitos humanos, liberdade ou democracia.

O artigo do presidente da Costa Rica, um homem digno, honra o Nobel da Paz que recebeu. A discurseira do presidente brasileiro, um falastrão sem compromisso com valores morais, tornou-o tão candidato ao prêmio quanto Fidel, Chávez ou Ahmadinejad. A colisão frontal entre o que Lula disse e o que Arias escreveu escancarou a distância abissal que separa um político sem grandeza de um estadista.

Pôr do Sol em Marte


O pequeno filme, montado com uma sequência de fotos como esta, tiradas a partir do jipe Opportunity, está disponível neste link.

7 de dez. de 2010

Eros e Psique


Fernando Pessoa

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

Indicação de leitura: preciosidade

Escrevinhações: A HERANÇA MALDITA DE LUIZ INÁCIO

17 de nov. de 2010

A vez da herança "marvada"

Direto do Vespeiro:

Desgraçadamente para o Brasil, a maldita está se esgotando. Agora começa a aparecer a herança “marvada”, que é a que o Lula estava escondendo.

De repente, não mais que de repente, o cenário cor de rosa que brilhou como nunca antes na historia deste pais até precisamente o depósito do ultimo voto na urna a 31 de outubro próximo passado tornou-se cinza chumbo.

Um documento reservado do Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior obtido pelo Valor e dados divulgados pelo IBGE na ultima sexta-feira que o Diário do Comércio apresenta hoje apontam na mesma direção: vai longe, muito longe o “processo de desindustrialização” e a “reprimarização da pauta de exportações” do Brasil que antecipam o desemprego futuro.

O pais volta a depender cada vez mais dos capitais financeiros especulativos para fechar as suas contas.

Ao fim de oito anos de Lula e no limiar de possíveis outros 12 nos só ganhamos do resto do mundo na venda dos produtos primários que Deus nos concedeu e negou aos demais países, como minérios e grãos (estes enquanto o MST assim o permitir).

Em todo o resto, nós perdemos mercados.

Pago o preço cobrado no mercado local, que tem os trabalhadores mais bem remunerados da Europa, e com todos os impostos de importação recolhidos, o aço feito na Alemanha, por exemplo, custa para o consumidor brasileiro, depois de atravessar o Atlântico e subir a Serra do Mar, 40% menos que o aço feito aqui mesmo, no Brasil.

O feito na China então, depois de dar uma volta ao mundo completa, pois que a matéria prima é importada do Brasil e volta depois de processada, chega aqui custando a metade do que custa o aço brasileiro.

No setor de eletrodomésticos, mostra o IBGE, a produção da industria nacional caiu 9,9% enquanto o consumo subiu 14,4%. O varejo em geral teve um crescimento de vendas de 11,8% enquanto a produção industrial como um todo aumentou apenas 6,3%. A diferença são os importados.

O consumo de energia, principal insumo da industria, vem caindo a pino: 8,3% em maio, 8,6% em junho, 7,2% em julho, 6,8% em agosto, 6,2% em setembro…

Os dados do IBGE são o registro inequívoco dos traços da droga que anabolizou esta eleição. Mostram como o consumo foi inflado artificialmente, com crédito subsidiado, sem que crescesse de forma correspondente a fonte ultima geradora de mais e melhores salários que é a produção.

Os números que o ministério de Lula ainda tenta esconder mostram problema ainda mais cabeludo. Com a crise dos países ricos os preços do aço caíram e a demanda só se manteve nos remediados em crescimento como nós. Antes a demanda mundial sustentava os desaforos praticados no Brasil contra os custos de produção (impostos, educação, transporte, segurança, etc.). Desde o final de 2007 a situação se inverteu. E o efeito vem se agravando em multiplicação geométrica com a queda da cotação do dólar.

De janeiro a setembro deste ano as importações de aço subiram a R$ 3,95 bilhões, quase o dobro dos R$ 2,06 embarcados em igual período de 2009.

A industria de transformação – têxtil, calçados, confecções, moveis, etc. – que chegou a um superávit recorde de US$ 31,9 bilhões em 2005, entrou no negativo a partir de 2008 e registrou um déficit de US$ 13 bilhões no primeiro semestre de 2010.

Automóveis e outros veículos passaram de um superávit médio de US$ 9,1 bilhões entre 2004 e 2007 para um déficit de US$ 3,1 bilhões em 2009.

Mas o dólar cai para todo o mundo. E conforme nota outro que já foi “o cara” no passado, o ex-ministro Delfim Netto, “a produtividade do trabalhador brasileiro e do chinês é praticamente a mesma; nós perdemos da porta da fábrica para fora porque o Estado chinês é mais ousado e eficiente do que o nosso”.

De fato. Como na China a imprensa já foi calada e a oposição já foi “extinta”, como gostaria que acontecesse aqui também “o cara” atual, quem vota, lá, são só umas poucas dúzias de membros do Escritório Político do partido único no poder. Já aqui, ha 136 milhões de eleitores que precisam ser “conquistados” a cada eleição. Para amaciá-los é preciso haver uma vasta coletânea de “bolsas” para gostos variados e uma militância com tempo e disposição para trabalhar essa massa de eleitores corpo a corpo. E isso se fabrica empregando a companheirada do PT e dos seus 10 aliados aos milhões e dando-lhes garantias ilimitadas para que “reivindiquem” à vontade e sejam sempre atendidos sem correr grandes riscos, de modo cevá-los em tais e tantos luxos que a perspectiva de perdê-los faça qualquer sacrifício “mobilizativo” parecer irrelevante.

Isso cria essa militância disposta a tudo que nos conhecemos.

Alguém lembrará que a China tem mais empregados públicos que o Brasil o que é verdade. Mas como lá eles já desfrutam de todos os “direitos” com que o Plano Nacional de Direitos Humanos do PT ainda quer nos contemplar, as relações entre o capital e o trabalho na China vivem, literalmente, a paz dos cemitérios.

Diz “o cara” de outros tempos que, diante da conjuntura mundial, não ha meias medidas capazes de mudar esse quadro. O próprio ministério de Lula pede “medidas estruturantes” como redução de tributos sobre exportadores, simplificação de procedimentos burocráticos e políticas de incentivo à desvalorização do real (que, para serem de fato “estruturantes”, teriam de ser conseqüência de reduções dos gastos públicos que permitissem uma real queda dos juros). Condena explicitamente medidas que considera paliativos como as barreiras contra importações pleiteadas pelo Ministério da Fazenda.

Delfim, que pode ser mais incisivo, culpa diretamente os “compromissos de despesas permanentes que assumimos sem ter receitas garantidas” e pede “uma regra que produza uma taxa de crescimento das despesas do governo (excluídos os investimentos) menor que a do crescimento do PIB”.

Ilusões de noiva.

Para isso seria preciso pisar em calos amigos, coisa terminantemente proibida no código de etiqueta da Ilha da Fantasia. O ultimo que falou nisso pagou com o impeachment.

A verdade está com Lula, o pragmático, que não fala em outra coisa senão na volta da CPMF, o imposto que multiplica todos os impostos. E Brasília inteira, em plena temporada de caça, saliva pavlovianamente, como em toda a véspera de formação de governo, em cima de aumentos de salários acima de 50% que, uma vez conquistados são extensíveis a todos, oposição inclusive, e se engalfinha pelos novos cargos e ministérios em gestação.

Diante de tantos e tão espinhudos abacaxis, arrisco o meu palpite: sim, Lula, o nosso herói sem nenhum caráter, vai permitir que Dilma governe sozinha…

14 de nov. de 2010

TOQUE DE SILÊNCIO

por Aileda de Mattos Oliveira

Indiscutível a existência de dois Brasis oponentes, estimulados pela cúpula governamental a assim permanecerem, alimentados pelo refrão sistemático dos inflamados e alcoólicos discursos presidenciais nos quais contrapunha as chamadas “elites” aos “pobres”, lembrados e visitados em épocas eleitorais. Arengas tão velhas, mas que satisfazem a população, mantida, ainda, pelos sagazes aproveitadores da ignorância alheia, no fosso da estupidez humana.

Esta divisão ficou comprovada ao ser anunciado o resultado da apuração eletrônica: a grande fatia da população que suga nas tetas da Caixa a sua “bolsa” graciosa, e o dos contribuintes que dá sustentação a este bizarro Brasil da contumaz preguiça fagueira e da perniciosa irresponsabilidade de viver de barganha. Somente as mesuras com o chapéu alheio respondem pela vitória da violenta candidata.

Não há lógica que explique a eleição de uma ré confessa, com seus crimes registrados em livros e em slides e que, daqui para a frente, vai ditar normas a brasileiros probos, éticos e de conduta ilibada. Não há lógica que explique como as supremas instituições se deixaram devorar, nas entranhas, pelos carunchos da corrupção, dando provas de que seus alicerces já estavam bastante apodrecidos por desejos agora satisfeitos. Não há Esopo que explique a moral das fábulas brasileiras em que o mal sempre vence o bem.

Reconhecemos que Gramsci venceu a batalha, pelo menos, nesta primeira parte do primeiro ato, em que tudo são festas e comemorações.

Pobre Brasil, que tem como óbices antagonistas seus próprios governantes e seu próprio povo, todos egoístas, todos espertos, todos inescrupulosos! Pobre Brasil, coberto por uma mídia medrosa e subserviente, escondida na dubiedade e na manipulação de suas informações, mas que vai sentir na pele, em breve, a mão de ferro que o sequestrador Franklin Martins vai baixar sobre os seus ombros, impondo-lhe a censura já apregoada na constituição petista, o PNDH-3! Pobre Brasil, cujas Forças Armadas terão que prestar homenagens a uma bastarda, lesa-pátria, em obediência às regras que ditam o ritual do cargo! Irão prestar, também, homenagens a Chávez e a Fidel que, presumivelmente, estarão a postos, ao lado da criminosa presidente, como convidados especiais?

Não disseram, um dia, que “lugar de brasileiros é no Brasil”, confundindo mercenários aqui nascidos, com os dotados da excelência da brasilidade?

Em agosto, um artigo meu perguntava se queríamos “pleito ou preito” e a resposta da votação diz que desejamos a manutenção do subdesenvolvimento, da falta de educação em todos os sentidos e níveis, do extermínio do decoro, da permanência do roubo do dinheiro público e de tudo o que o ébrio de Garanhuns ensinou a seus filhos de partido.

Pleiteamos um governo austero, mas iremos preitear anos (não sei quantos) de ausência de moralidade, com um toque de silêncio em memória do regime democrático que se esvai, apressadamente. Não é sem razão que a caixa eletrônica de votação é chamada ‘urna’, por sepultar todas as esperanças que se tinha a respeito de uma possível sensatez deste povo ignóbil e moralmente doente.

O que dizer mais, a não ser que teremos de conviver com os horrores que se prenunciam e que virão, certamente, pelas estúpidas intervenções de um fantoche tão ou mais ignorante, tão ou mais perverso do que seu idealizador?!

3 de nov. de 2010

Arnaldo Jabour na Rádio CBN

"Amigos ouvintes, hoje é dia de parabéns. Parabéns para vocês. Parabéns, Dilma Rousseff. A senhora mereceu a vitória, principalmente porque a campanha do seu aliado foi a maior trapalhada da história política desse país. Parabéns, chefe Lula. Sua candidata aprendeu tudo e espero que ela não queira esquecer o criador. Parabéns para todo o mundo.

Parabéns, aliados. Parabéns, José Sarney, que estava quietinho e agora aparecerá com a sua comitiva. Parabéns, Edson Lobão e “lobinhos”. Parabéns, Renan Calheiros, Severino Cavalcanti. Parabéns, Jucá, Eduardo Cunha - o homem que manda, na sombra do PMDB. Parabéns, claro! Parabéns, Michel Temer, que eu já ia esquecendo, mas que não se fará esquecido, que estará ali, na cola da Presidenta.

Parabéns, também, militantes, que garantiram suas bocas. Parabéns, Genoíno e seu irmão da cueca. Parabéns para todos, sem esquecer os que renascerão com toda a força, como os mensaleiros, agrupados em torcida diante do Supremo Tribunal Federal. Parabéns, ministros do Supremo, que ainda não conhecemos, mas que o Lula vai nomear para ajudar a limpar a ficha suja.

Parabéns, aloprados, Delúbios, Marcos Valérios. Parabéns pela vitória! Vocês têm uma militância intensa e trabalhadora, muito melhor -de verdade- muito melhor que o bando pequeno de tucanos preguiçosos e sem fé. Vocês lutaram como um Exército Vermelho. Se bem, sinto dizê-lo, não fiquem tristes, vocês, militantes, em breve serão esquecidos. Sim, distribuidores de panfletos, enviadores de e-mails desaforados! Em breve vocês cairão de volta à fossa dos tarefeiros e darão lugar aos malandros da política maior dos peemedebistas, dos “profissas” sem ideal, sem fé. Vocês vão se arrepender quando começar o “fogo-amigo” entre os aliados.

Em suma, parabéns a todos. Sem esquecer o líder Dirceu e muito menos a aliviada Erenice, que tirou a sorte grande, a Mega-Sena do perdão. É isso aí, amigos ouvintes. Começa agora uma nova etapa em nossa vida.

Ah, eu ia esquecendo! Parabéns, Hugo Chávez! Eu estou louco para ver a sua beiçada no dia da posse, no dia 1º. de janeiro. Parabéns!"

2 de nov. de 2010

Um dos 44 milhões fez esse filme

O teste da Dilma virá logo

Post reproduzido do blog "Vespeiro"

Um fato me chamou a atenção nos últimos lances desta campanha. Dilma mostrou muito mais agilidade do que Serra em incorporar ao seu discurso as indicações vindas das ruas. E isso foi decisivo para esvaziar ainda mais o discurso da oposição.

Aproveitando-se da hamletiana aversão de Serra a empunhar qualquer bandeira clara, foram pegando todas as que lhes passavam pela frente. Até a ameaça do autoritarismo eles conseguiram dissolver parcialmente. Na reta final só sobrava mesmo a corrupção pesando indiscutivelmente contra a candidatura do PT.

Em principio, é assim mesmo que a democracia funciona. Não é o povo que deve correr atrás de invenções de lideranças iluminadas; são elas que têm de captar e dar forma institucionalizada às que a voz das ruas lhes sopra.

Saber se essas apropriações da candidata petista refletem virtudes autenticas dela ou só aquele tipo de esperteza barata do seu patrocinador é coisa que logo adiante saberemos. Por enquanto cabe só registrar que aconteceram.

Desde o fatídico comício de Campinas onde Lula, depois de tomar umas e outras, desembestou no palanque contra a liberdade de imprensa e contra a democracia, Dilma já começou a reforçar o seu compromisso com as duas coisas.

Ontem, no discurso da vitória, reafirmou com toda a ênfase possível esse compromisso. Disse e repetiu mais de uma vez que não ha democracia sem liberdade de expressão e de imprensa, que lutou pela primeira com risco da própria vida e que vai zelar pessoalmente pela garantia das duas.

No ultimo debate na Globo também me surpreendeu a convicção com que ela falou nas virtudes da redução dos impostos. Em contraste com a posição de Serra que, na sua irritante obtusidade, não acenou com nenhuma perspectiva de aliviar o garrote no pescoço dos contribuintes mesmo depois de ter denunciado o exagero do aperto em que ele está, Dilma arranjou meios de voltar mais de uma vez ao ponto para falar de sua intenção de repetir, agora de forma sistêmica, a experiência concreta do governo Lula de reduzir temporariamente alguns impostos na crise (automóveis, imóveis, linha branca), o que “fez toda a economia ir para a frente e, no fim das contas, até o governo arrecadar mais”.

Para quem não se lembra, isto é nada mais nada menos que o hino do neoliberalismo.

Na mesma linha de raciocínio, mencionou mais de uma vez a experiência “fordista” de Lula de irrigar as raízes mais secas (pobres) da árvore da sociedade e, assim, promover um efeito virtuoso pela planta acima.

Ontem, no discurso da vitória, Dilma de novo repisou heresias (para o credo petista). Alem de reafirmar os valores da democracia e comprometer-se solenemente com eles, saudou a oposição, pregou a reconciliação nacional, condenou o espírito de facção, reafirmou o compromisso de seu governo com os contratos e a legalidade insistiu na necessidade urgente de cortar gastos públicos para manter a estabilidade da economia e – a maior de todas – pregou a instituição de uma meritocracia no serviço publico.

E desta vez não estava mais à caça de votos. Falava com a eleição ganha apenas para a militância petista que, por sinal, recebeu suas palavras com frieza ainda maior que aquela com que ela as proferiu, sem se afastar um milímetro do texto escrito à sua frente. O único momento em que saiu dessa atitude fria e provocou reações no auditório foi para mencionar, entre lagrimas, a “genialidade” do “nosso guia”, o grande inventor do Brasil. Um interlúdio que, como lembrou um comentarista ontem, nega, de certa forma, as afirmações anteriores, mas que é desculpável para as circunstancias.

Muitos explicadores do Brasil têm dito a quem tenta entendê-lo que “este não é um pais para principiantes”. Não cabe em qualquer figurino estabelecido.

Não ha como negá-lo.

Lula conquistou o Brasil tornado-o mais rico. É verdade que não poderia tê-lo feito sem a corrida planetária pelo ouro das commodities determinada pela China. Mas, pela parte que lhe coube, o fato é que consolidou a oportunidade que lhe passou pela porta abraçando com muito mais decisão que o PSDB algumas das ferramentas típicas do tão execrado consenso de Washington.

Como não está preso a uma trajetória intelectual ou a qualquer tipo de elaboração própria nesse campo, Lula não tem nenhum compromisso de coerência ideológica que o impeça de identificar qualquer expediente que possa servir ao seu propósito básico de agradar para conquistar e manter o poder, este sim, o foco do qual nunca se desvia. Agarra sem titubear o que lhe parecer mais apropriado para o momento sem preocupações com direitos autorais e, muito menos, medo do “quiéquiéisso companheiro” que tanto assusta personagens com auto-estima e posicionamento mais baixos na hierarquia do esquerdismo tupiniquim. Se calhar, diz mesmo que a invenção é sua, ainda que se trate da boa e velha roda.

Esse tipo de desprendimento não é característico do PT. Lula é a exceção tolerada porque se impôs desde sempre como a força carismática sem a qual o partido nunca chegaria ao poder.

Acontece que o problema que ele precisava resolver com mel era conquistar o poder. Agora o problema é manter o poder conquistado.

E se esta eleição provou alguma coisa é que, sem a figura de Lula à frente, o controle absoluto da máquina do Estado é a condição para o PT continuar no poder. O uso desenfreado da maquina do Estado para ganhar eleições não combina nada com as promessas do discurso inaugural de Dilma. E como acabar com o espírito de facção num Estado aparelhado para um projeto de poder? Cortar gastos públicos sem tocar nos “direitos” de um funcionalismo inchado e constituído integralmente de agentes filiados a um partido político? Como cortar despesas com 10 partidos aliados clamando por cargos? Como manter o compromisso com a legalidade de um governo que se instalou desafiando a lei eleitoral e pondo o Judiciário diante da opção “omita-se ou enfrente o risco de obrigar-me a cumpri-la”? E como impor a meritocracia num serviço publico cuja marca ostensiva é a partidarização e o loteamento de cargos entre uma dezena de partidos?

Com a ascensão de Dilma sobe junto com o rebotalho sindical instalado no núcleo central do PT, que mal contem a ânsia de 12 anos risonhos vendendo proteção (contra a aplicação da lei) e influência (para o acesso aos negócios com dinheiro publico), a carcomida máfia dos velhos coronéis do Congresso com a sua legião de interpostos ladrões e apaniguados. E cleptocracias impunes – é fato histórico – não podem conviver com a liberdade de imprensa.

Espero que ela esteja sendo sincera nas suas intenções. Se estiver, vai sofrer muito. Mas, de qualquer maneira, o teste de Dilma não deve demorar. Uma dessas duas coisas – a ladroagem impune ou a liberdade de imprensa – vai ter de acabar.


30 de out. de 2010

Última chance

Depoimento: "Salvar a democracia. O resto é detalhe"

por Bruno Pontes

Em outubro de 2002, Lula veio fazer comício em Fortaleza. Dali a alguns dias ele venceria no segundo turno o candidato do PSDB, José Serra. Eu estava lá na Praça do Ferreira, 17 anos, sol do meio-dia, o menino mais feliz do mundo, vestindo uma camisa adquirida no comitê da petralhada.

A multidão aguardava a aparição do futuro presidente operário (perdeu um dedo trabalhando!) como quem espera Mick Jagger surgir por detrás da cortina. Quando Lula tomou o palco, a comoção da massa me fez acreditar que eu participava de um famoso “momento histórico”. Como eu era consciente! Como era crítico o meu pensamento! Eu morria de orgulho de mim.

Não há uma fala retardada de Lula que não me remeta àquele dia na Praça do Ferreira. Ele discursava, adivinhem, contra Fernando Henrique Cardoso (antes, hoje e sempre). Debochava de sua formação acadêmica. A exaltação da ignorância me fazia vibrar. Naquela fase mental da minha vida, eu bem que poderia estufar o peito para dizer que Lula cursara a escola da vida.

Lá pelas tantas, na cólera do ataque ao homem que havia cometido o crime de derrotar a inflação, Lula soltou a jactância triunfal. Milhões de anos passarão e eu não esquecerei as palavras: “Ele pode saber falar inglês, mas eu sei falar a língua do povo”. Foi uma explosão. Aplaudi com força, quase tive um orgasmo. Eu era um adolescente-massa com as rédeas soltas, em festa junto aos meus semelhantes.

Não é fácil revelar um episódio desses. Minha ingenuidade foi um crime. Ainda ouço a frase. Sempre sentirei vergonha do meu aplauso fanático, da minha admiração abjeta por aquele sociopata que fez carreira puxando as cordas da multidão com o bom e velho culto do ressentimento, da inveja, da estupidez e de toda sorte de instinto primitivo e politicamente útil. Os mesmos instintos primitivos que os petistas atiçam agora para manipular os simplórios de sempre.

Oito anos depois, estou escrevendo um artigo que começa com uma confissão de culpa e termina com um desejo de expiação. Nossa República, para resumir, está apodrecendo, na iminência de ir para nunca mais voltar. Para qualquer lado que se olhe, lá está a manifestação do mal, a apologia da iniqüidade, o esforço pela rendição ao Partido. São nossos colegas, amigos, familiares, todos cúmplices na institucionalização do reino da mentira.

Investindo dia após dia contra tudo que é bom e verdadeiro, Lula imbecilizou todo um povo. Agora pretende usar seu ventríloquo para dar o golpe final. Leitor, não há nenhum dilema aqui. Dilma é o PNDH 3. Quaisquer que sejam nossas discordâncias com Serra, e eu as tenho, ele é a ferramenta de que dispomos para salvar a democracia. É simples assim, e todo o resto é detalhe.

Depoimento: “Porque voto em Serra"


por Paulo Ruy Carnelli*

Prezados,

Já recebi de diversas formas o pedido de voto no Serra, mas resolvi fazer o meu de forma particular. Com base no que vivenciei durante os últimos oito anos. Não serei breve, mas espero que leiam até o final.
Acho que o PSDB foi muito mal como oposição durante os oito anos de Lula. Aliás, mesmo com o mensalão e outros problemas no campo ético, a oposição foi mal.
Penso também que o Lula surpreendeu, principalmente porque deixou pra trás muito do que defendia e adotou na economia a continuidade do governo de FHC.
Juntando isso com o bom momento da economia no mundo, teve sabedoria e ousadia pra ampliar os projetos sociais já existentes e conseguiu grande reconhecimento.
Ou seja, de certa forma Lula surpreendeu e conseguiu popularidade em função de bons resultados em algumas políticas. Mas os avanços na gestão do país foram pífios, e em geral houve retrocessos em muitas áreas. Principalmente no campo da ética.
Muito, mas muito mesmo de seu desempenho positivo nas avaliações, se deveu à sua enorme capacidade de comunicação, inclusive a capacidade de falar qualquer coisa que o interlocutor do momento queira ouvir.
Parecido com o que fez o Collor pra ganhar do próprio Lula. Talvez não seja a toa que se encontraram e sejam agora parceiros.
Porém não dá pra tirar os méritos de suas conquistas em relação a grande parcela do povo brasileiro.
Mas, daí a querer impor aos brasileiros uma candidata a Presidente, é sem dúvida um exagero.
Impor ao PT já foi demais, mas Dilma foi o que sobrou de um time que foi ficando desfalcado por safadezas: Zé Dirceu, Palocci, Genoíno, ou incompetências: Martha, Tarso, Mercadante e outros.
O primeiro turno felizmente mostrou que há uma enorme diferença entre ser pessoalmente popular e fazer todos votarem em quem ele apontar.
Dos mais de 111 milhões de brasileiro que foram às urnas no primeiro turno, entre brancos, nulos e os que votaram nos demais candidatos, foram mais de 63,5 milhões de eleitores.
Ou seja, apesar da popularidade do Presidente, mais de 57% dos eleitores não o seguiram, e a eleição foi para o segundo turno.

Aí começa o meu relato pessoal.
A pior coisa desse Governo, que eu conheci de perto na área em que atuo é, sem sombra de dúvidas o "aparelhamento da máquina".
É um retrocesso, que deixa seqüelas graves no longo prazo.
No Ministério das Cidades, onde estão o saneamento e a habitação, representei os colegas Presidentes de Empresas e também por um tempo os Secretários Estaduais nos debates com os petistas lá instalados.
É uma panelinha, já velha conhecida no setor, em sua maioria paulistas despreparados e presunçosos, cujo currículo é a estrelinha. Sequer respeitam ao Ministro ao qual são subordinados.
No tal Conselho das Cidades, brincam de práticas "socialistas", cooptando de forma descarada os representantes que ali vão, pessoas humildes, que viajam para Brasília às centenas, pagos com o dinheiro público, pra aprovar o que eles querem, em reuniões dirigidas, um horror.
Duvido alguém de bom senso participar de uma reunião daquelas e não voltar estarrecido. Ninguém me contou, debati e briguei com eles ao vivo.
A Dilma não conseguiria controlar essa turma.
Pra fazer o contraponto, convivi muito com o Gesner Oliveira, presidente da Sabesp, e com a Dilma Seli Pena, Secretaria de Energia e Saneamento do Governo de São Paulo, que trabalham diretamente com o Serra, pessoas de alto nível, extremamente preparadas.
Mas, o pior mesmo foi conhecer diretamente a Dona Dilma Roussef, com a qual convivi em quatro reuniões.
Em duas ela destratou de forma grosseira e covarde alguns de seus subordinados ou colegas de Governo.
Em outra respondeu ao vice-governador Ricardo Ferraço, que o ES já tinha feito o dever de casa e por isso não deveria receber recursos a fundo perdido da União.
Rio e Bahia, por razões óbvias, levaram mais de R$ 800 milhões cada. Nós só conseguimos empréstimos.
Daí mais um ponto importante, os capixabas já sofreram com um governo estadual petista diretamente e muito.
Agora estão aí aeroporto, porto e estradas, responsabilidades federais no Estado, sem investimentos durante os oito anos de Lula e ainda a saúde e segurança pública, responsabilidades estaduais tocadas pelo Governo Paulo Hartung com enorme esforço de recursos, sem nenhum apoio especial de Brasília.

Ainda sobre a Dilma, numa viagem que fiz ao exterior a convite do Banco Mundial, com funcionários do Governo Federal e de alguns estados, o responsável principal pelo grupo, em nome do governo brasileiro, foi o Eng. Luiz Antonio Eira, funcionário de carreira da Câmara e então Secretário Executivo do Ministério da Integração.
Um cara tranqüilo e muito legal. Por coincidência, logo depois de voltarmos, li no jornal que ele abandonou o cargo ao ser tratado de forma extremamente mal educada pela Dilma em uma reunião de trabalho.
Tinha o cartão dele e liguei e ele me confirmou meio constrangido que ficou pasmo com o comportamento dela quando defendeu sua posição e que a grosseria foi tão grande que ele levantou e saiu da sala imediatamente, preferindo deixar o Ministério e voltar a trabalhar em seu local de origem.
Podem procurar na internet, colocando o nome dele no Google e verificar o fato.
Realmente o currículo da Dilma não a recomenda pra um cargo tão importante e o que está em jogo não é o passado.
Nem o Governo FHC, que fez boas reformas estruturantes, mas deixou a desejar em algumas áreas, nem o Governo Lula, onde a força pessoal do mesmo foi fundamental pra conter o que ele mesmo chamou de aloprados do PT, se repetirão.

Teremos um novo governo e ela não conseguiria conter o petismo e comprometeria o futuro até mesmo de nossa democracia.
Os avanços estruturantes do Governo FHC e as conquistas sociais do Governo Lula, não estão mais em debate.
Serra já deixou claro que vai aperfeiçoar uns e ampliar outros.
O segundo turno foi ótimo pra permitir o debate mais claro e demonstrar a diferença entre os postulantes ao cargo.
Aliás, já ocorreram dois debates e me surpreendo que muitos não se esforcem para assisti-los, mas quem assistiu não pode ter dúvidas sobre quem é melhor.
Há muito deixei de acreditar em partidos e em radicalismo na política.
Por isso mesmo não acredito mais no argumento de "votar no PT", usado por alguns como se fosse um ato político justificado, pois esse já se tornou um partido pior que os outros, com praticantes de falcatruas que contam com a conivência daqueles que governam.
Afinal, sucessivos escândalos e um enorme escárnio com a ética, que ninguém pode negar, também foram marcas do Governo Lula.

Muito menos me venham me falar em votar na Dilma, como a única capaz de levar adiante as conquistas do Lula para os pobres.
Alias é o fim da picada essa tal campanha usando tanto a pobreza.
Quando leio sobre a vida levada nos bastidores do Palácio, cujos cartões corporativos escondem um verdadeiro esculacho com o dinheiro público, fico pensando na diferença entre o discurso e a prática.
Insistir na Dilma, por causa do Lula, é um equívoco, sem qualquer garantia, que pode ter conseqüências muito negativas.
Precisamos muito de um Presidente mais preparado, mais sóbrio, com pensamento próprio como é o Serra. Com certeza ele não é perfeito, nem tudo no Brasil será resolvido em seu governo, mas a decisão agora é por comparação da capacidade de governar entre os dois, já muito bem comprovada pelo Serra nos diversos cargos em que ocupou.

Esse é certamente um momento de extrema importância, por isso peço o voto no Serra para termos um Brasil melhor.
Quem achar que vale a pena, peço que retransmita.

*Paulo Ruy Carnelli foi Secretário de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano do governo Paulo Hartung (ES). Atualmente preside a Cesan (Companhia Espíritosantense de Saneamento).

25 de out. de 2010

O décimo primeiro é o teu

Do blogueiro Rodrigo Constantino:

Perplexo ao ver que pessoas de bom nível financeiro e social desconheciam certos fatos sobre Dilma e o PT, resolvi resumir os 10 principais motivos pelos quais não voto na candidata:

1- não voto em ex-terrorista e ex-assaltante que lutava para implantar no país uma ditadura comunista como a cubana, e que até hoje afirma ter orgulho dessa luta, sem ter mudado de lado;

2- este foi o governo mais corrupto da história deste país! O livro "O Chefe" refresca a memória do que foi esse governo. José Dirceu é "chefe de quadrilha", Lula claramente sabia de tudo, e Erenice Guerra é braço-direito de Dilma. Roubaram como ninguém! E foram pegos roubando! Votar neles significa dar uma carta em branco, autorizar a roubalheira, dizer que não se importa com isso tudo. É matar de vez a ética! E não esqueça de Celso Daniel, assassinado de forma até hoje obscura;

3- essa turma tem um projeto autoritário de poder, e está disposta a tudo por isso. O PNDH-3 dá uma idéia do que eles realmente querem: censurar a imprensa de vez e transformar o Brasil numa grande Venezuela, do camarada Chávez. O PT fundou com o ditador Fidel Castro o Foro de São Paulo, onde até os sequestradores e traficantes das FARC chegaram a participar;

4- em economia o governo foi totalmente irresponsável, o crédito estatal já representa metade do crédito no país, e isso é um perigo. Nenhuma reforma estrutural (previdenciária, trabalhista e tributária) foi feita. O partido condena as privatizações como se fosse um pecado tirar as tetas estatais dos sindicatos, políticos corruptos e apaniguados. Se hoje temos crescimento, isso se deve mais às reformas de FHC, ao contexto internacional e aos estímulos insustentáveis do governo, cuja conta vamos ter que pagar depois;

5- no âmbito internacional, Lula se aliou aos piores ditadores do mundo, fez um estrago na imagem do Itamaraty, abraçou assassinos e politizou o Mercosul, sem falar de seu discurso anti-americano mais que atrasado;

6- o PT aparelhou toda a máquina estatal, toda! Os sindicalistas tomaram conta de tudo, incluindo a Polícia Federal, o que é um risco enorme ao Estado de Direito. Tomaram conta das estatais, das agências reguladoras, do Itamaraty, dos fundos de pensão, das ONGs, e até do STF!

7- O presidente Lula é possivelmente a pessoa mais imoral que já vi na minha vida! Lula é mitomaníaco, mente compulsivamente, demonstra claros sinais de perversidade até. Seu populismo demagógico é absurdo e lembra os piores caudilhos que esse continente já teve (e ainda tem: Chávez na Venezuela, casal K na Argentina, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador). Lula ridiculariza as leis o tempo todo, misturando a função de presidente com a de garoto-propaganda de partido;

8- O MST apoia Dilma, e Dilma veste o boné do MST, literalmente. O MST é um movimento criminoso, financiado por nossos impostos, que invade propriedades privadas, que defende a revolução armada comunista em pleno século XXI;

9- Os piores "coronéis" do PMDB estão todos com Dilma! Sarney, Michel Temer, Ciro Gomes, Jader Barbalho, Fernando Collor, e muitos outros, todos aliados de Dilma. O fisiologismo chegou a patamares impensáveis no governo Lula, e tende a piorar com Dilma;

10- Censura da imprensa. Censura da imprensa. Uma vez mais: censura da imprensa. Ancinav, CNJ, PHDN-3, o PT já deu claras demonstrações de que pretende continuar sua tentativa de censurar a imprensa. A democracia corre perigo, de verdade. Como votar em alguém assim? Seria um atentado à nossa democracia, que ainda não está sólida o suficiente para resistir aos golpistas. Não seja cúmplice disso! Não vote em Dilma.

21 de out. de 2010

Na economia política do PT a moeda eleitoral é falsa

Trecho de post do Reinaldo Azevedo, com o título abaixo. Íntegra aqui.

O QUE O PT ESCONDE? O PARTIDO FEZ A MAIS ENTUSIASMADA DEFESA DA PRIVATIZAÇÃO DA VALE E PROVOU O BEM QUE A DECISÃO DOS TUCANOS FEZ AO PAÍS

Meu respeito intelectual pelo deputado Ivan Valente (SP), do PSOL, é zero. Costumo pensar o contrário do que ele pensa. Já debatemos na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Saiu faísca. Quando ouço um socialista falar, penso sempre que eu tinha, aos 16 anos, argumentos melhores do que eles têm hoje. Tenho desprezo intelectual, mas não desprezo político. O Valente é coerente. Deixou o PT para fundar esse oximoro, o PSOL (Partido do Socialismo e Liberdade, como se raposa e galinha andassem de braços dados). Tudo bem. Ele crê naquelas coisas. Por isso, em 2007, Valente propôs um decreto legislativo para fazer um plebiscito que perguntaria aos brasileiros se eles eram ou não favoráveis à reestatização da Vale do Rio Doce, que TEVE PARTE DA AÇÕES — SÓ PARTE — PRIVATIZADA EM 1997.

A quem cabia dar seqüência ao pedido? O primeiro crivo era da Comissão de Assuntos Econômicos da Câmara. O relator da proposta de Valente foi o deputado José Guimarães (PT-CE), irmão do deputado José Genoino (SP). Pois bem: ali estava uma chance de ouro. Se o que se chama — erradamente, diga-se — de privatização da Vale era um mal, que se tentasse fazer o plebiscito. Dada a satanização do processo feita pelo pelo PT, seria bico ganhar.

Quem assiste hoje ao horário eleitoral do PT e viu a performance de Dilma com as “artistas” no Rio, naquele showroom de pelanca, botox e dinossauros financiado com dinheiro público, deve imaginar: “O partido de Lula não perdeu a chance e tentou reestatizar a Vale”. Não!!! Eles podem não ter caráter, mas não são burros. Já Valente, olhem que possível elogio, pode ser o contrário…

Por que, apesar de todos os seus equívocos, apesar de ter se juntado agora a Dilma, um Ivan Valente ainda consegue valer mais do que qualquer petista? Falando em nome do PT, José Guimarães fez uma defesa da “privatização da Vale” que nenhum tucano conseguiu fazer, não com tanta clareza. Publico a íntegra do seu relatório no pé deste post. Vai ficar imenso, mas é bom as coisas circulem jutas. Vocês vão ficar estarrecidos. Seguem alguns destaques. As perguntas são minhas. Extraio as respostas do relatório feito pelo petista.

A privatização fez mal ou bem à Vale?
O petista responde, em nome do seu partido:

“De fato, pode-se verificar que a privatização levou a Vale a efetuar investimentos numa escala nunca antes atingida pela empresa, graças à eliminação da necessidade de partilhar recursos com o Orçamento da União, o que, naturalmente, se refletiu em elevação da competitividade da empresa no cenário internacional e permitiu a série de aquisições necessárias para o crescimento do conglomerado minerador a nível internacional.”

O Estado brasileiro mantém poder de interferência na Vale?
O petista responde em nome do seu partido:
“Com efeito, o Conselho de Administração da Vale é controlado pela Valepar S.A, que detém 53,3% do capital votante da empresa (33,6% do capital total). Por sua vez a constituição acionária da Valepar é a seguinte: Litel/Litela (fundos de investimentos administrados pela Previ) com 58,1% das ações, Bradespar com 17,4%, Mitsui com 15,0%, BNDESpar com 9,5%, Elétron (Opportunity) com 0,02%.”

A Vale não foi desnacionalizada?
O petista responde em nome do seu partido:

“Se forem consideradas as ações da Previ (cuja diretoria é indicada pela União) e do BNDES como de influência direta do governo federal, este gerencia, por posse ou indicação, cerca de 41% do capital votante (incluindo participações externas à Valepar). Incluindo-se, ainda, a participação do Bradesco e dos investidores brasileiros, cerca de 65% do capital votante da empresa se encontram no País.”

O Brasil teve prejuízo com a privatização da Vale?
O petista responde em nome do seu partido:
“Após a privatização, e em conseqüência do substancial aumento dos preços do minério de ferro, a Vale fez seu lucro anual subir de cerca de 500 milhões de dólares em 1996 para aproximadamente 12 bilhões de dólares em 2006. (…)De fato, em 2005, a empresa pagou 2 bilhões de reais de impostos no Brasil,cerca de 800 milhões de dólares ao câmbio da época, valor superior em dólares ao próprio lucro da empresa antes da privatização.”

E para o emprego? Foi bom?
O petista responde em nome do seu partido.
“O número de empregos gerados pela companhia também aumentou desde a privatização - em 1996, eram 13 mil e, em 2006, já superavam mais de 41 mil. Ademais, a União, além de ser beneficiária desses resultados através do BNDES, de fundos de previdência de suas estatais e de participação direta, ainda viu a arrecadação tributária com a empresa crescer substancialmente.”

Então vamos reestatizar tudo?
O petista responde em nome do seu partido:
“Assim, é de difícil sustentação econômica o argumento de que houve perdas para a União. Houve ganhos patrimoniais, dado o extraordinário crescimento do valor da empresa; houve ganhos arrecadatórios significativos, além de ganhos econômicos indiretos com a geração de empregos e com o crescimento expressivo das exportações. A rigor, a União desfez-se do controle da empresa, em favor de uma estrutura de governança mais ágil e moderna, adaptando a empresa à forte concorrência internacional, mantendo expressiva participação tanto nos ganhos econômicos da empresa, como na sua própria administração.”
(…)
Pelas razões expostas, votamos pela rejeição do Projeto de Decreto

Voltei
Vocês entendem por que, ao meu desprezo intelectual pelos petistas, junto o desprezo político? Entenderam por que os considero piores e mais perigosos do que a média dos políticos? Porque eles querem um país sem memória. O partido que não quis nem mesmo levar adiante uma possibilidade remota de plebiscito (e fez bem porque era mesmo uma loucura); o partido capaz de exaltar o que se chamou privatização da Vale como nem o PSDB conseguiu fazer; o partido que reconhece que a empresa traz hoje muito mais benefícios ao país e aos trabalhadores do que quando era estatal (e isso é verdade, também, na telefonia, por exemplo, que só faz mal ao jornalismo hoje), esse mesmo partido é capaz de fazer uma campanha vigarista, mentirosa, safada, contra as privatizações.

Por que o que vai acima não é levado ao ar no horário eleitoral do PSDB? Não me perguntem. Seu eu fosse do PSDB, responderia. Mas, como vêem, temos naturezas um tanto distintas. Eles são muito amoráveis para o meu gosto. Multipliquem este post. Revelem quem é essa gente. Pouco importa quem vença as eleições, o Brasil, de um jeito ou outro, continua. Segue a íntegra do relatório do petista José Guimarães.

20 de out. de 2010

Mais um arreganho da "cultura da fraude" sendo desmascarado no blog do Reinaldo Azevedo

"Afirmei aqui no começo da semana que assistiríamos aos 15 dias mais sujos da história política brasileira. Nunca vi — e nunca ninguém viu — nada igual. Professores universitários petistas puseram para circular um “Manifesto em Defesa da Educação Pública” que é, na verdade, uma peça de propaganda contra a candidatura Serra e em defesa de Dilma Rousseff. Se a Polícia Federal surrupiou uma mensagem de bispos contra o aborto, então algum ministro do TSE tem de botar a Polícia Federal no encalço destes mistificadores.

Subscrever tantas mentiras ao mesmo tempo deveria caracterizar formação de quadrilha. Espalhem este texto. Mostrem do que são capazes. Estão entre as estrelas do abaixo-assinado os “suspeitos de sempre”, como diria uma personagem de Casablanca: Fábio Konder Comparato (USP), Carlos Nelson Coutinho (UFRJ), Marilena Chaui (USP), Antonio Caandido (USP), entre outros de fioha menos conhecida… Coutinho, diga-se, é considerado por eles próprios o maior especialista em Gramsci no Brasil. Nota-se. Abaixo, em vermelho, o manifesto. E a verdade vai em azul. Só uma coisa: a imprensa online chegou a noticiar esse troço. E ninguém se interessou, na era do declaracionismo, em tentar saber se as acusações são verdadeiras ou falsas. A verdade parece interessar cada vez menos.

Nós, professores universitários, consideramos um retrocesso as propostas e os métodos políticos da candidatura Serra. Seu histórico como governante preocupa todos que acreditam que os rumos do sistema educacional e a defesa de princípios democráticos são vitais ao futuro do país.
Ninguém deveria mentir. Um professor universitário, dedicado, supõe-se, à pesquisa e ao pensamento, menos ainda. É falta de vergonha. É falta de caráter.

Sob seu governo, a Universidade de São Paulo foi invadida por policiais armados com metralhadoras, atirando bombas de gás lacrimogêneo.
É mentira! Não foi invadida. Obedeceu a lei porque havia uma determinação judicial, já que um grupo de sectários, combatido até pelo PT, impedia o direito de ir e vir no campus. Foi uma decisão da Justiça.

Em seu primeiro ato como governador, assinou decretos que revogavam a relativa autonomia financeira e administrativa das Universidades estaduais paulistas.
É mentira! Seguindo a lei, o governo exigiu que as universidades prestassem contas de seus gastos. Só isso.

Os salários dos professores da USP, Unicamp e Unesp vêm sendo sistematicamente achatados, mesmo com os recordes na arrecadação de impostos. Numa inversão da situação vigente nas últimas décadas, eles se encontram hoje em patamares menores que a remuneração dos docentes das Universidades federais.
É mentira. Os salários são equivalentes aos das universidades federais.

Esse “choque de gestão” é ainda mais drástico no âmbito do ensino fundamental e médio, convergindo para uma política de sucateamento da Rede Pública. São Paulo foi o único Estado que não apresentou, desde 2007, crescimento no exame do Ideb, índice que avalia o aprendizado desses dois níveis educacionais.
É mentira! É a mais escandalosa de todas elas. Estes são os dados do Ideb:
SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:
Nota de São Paulo - 5,5
Nota do Brasil - 4,6
Meta nacional - 4,2
Colocação de São Paulo - 2º lugar; só perde para Minas, que obteve 5,6
Notas anteriores:
2005 - 4,7
2007 - 5,0
São Paulo avançou e superou a meta.

SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Nota de São Paulo - 4,5
Nota do Brasil - 4,0
Meta nacional - 3,7
Colocação de São Paulo - 1º lugar
Notas anteriores
2005 - 4,2
2007 - 4,3
São Paulo avançou e superou a meta.

ENSINO MÉDIO
Nota de São Paulo - 3,9
Nota do Brasil - 3,6
Meta nacional - 3,5
Colocação de São Paulo - 3º lugar - perde para PR (4,2) e SC (4,1) e empata com RS
Notas anteriores
2007 - 3,6
São Paulo avançou e superou a meta.
Quem não cumpriu as metas do Ideb foram quatro dos cinco estados governados pelo PT: Sergipe, Bahia, Piauí e Pará.

Os salários da Rede Pública no Estado mais rico da federação são menores que os de Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Espírito Santo, Acre, entre outros. Somada aos contratos precários e às condições aviltantes de trabalho, a baixa remuneração tende a expelir desse sistema educacional os professores qualificados e a desestimular quem decide se manter na Rede Pública.
É mentira! Basta pesquisar para saber. O PT combateu todas as iniciativas para qualificar a mão-de-obra e o programa de remuneração por mérito.

Diante das reivindicações por melhores condições de trabalho, Serra costuma afirmar que não passam de manifestação de interesses corporativos e sindicais, de “tró-ló-ló” de grupos políticos que querem desestabilizá-lo. Assim, além de evitar a discussão acerca do conteúdo das reivindicações, desqualifica movimentos organizados da sociedade civil, quando não os recebe com cassetetes.
É mentira! O governo de São Paulo conversou com os sindicatos. Combateu, isto sim, fascistas que queimam livros nas ruas. A vinculação política é tão clara que a Apeoesp, sindicato petista de professores, foi multado pelo… TSE!

Serra escolheu como Secretário da Educação Paulo Renato, ministro nos oito anos do governo FHC. Neste período, nenhuma Escola Técnica Federal foi construída e as existentes arruinaram-se. As universidades públicas federais foram sucateadas ao ponto em que faltou dinheiro até mesmo para pagar as contas de luz, como foi o caso na UFRJ.
É mentira! O número de alunos formados hoje nas universidades federais é o mesmo do último ano do governo FHC.

A proibição de novas contratações gerou um déficit de 7.000 professores. Em contrapartida, sua gestão incentivou a proliferação sem critérios de universidades privadas.
É mentira! O maior repassador de recursos à universidade privada hoje é o governo federal, por meio do ProUni.

Já na Secretaria da Educação de São Paulo, Paulo Renato transferiu, via terceirização, para grandes empresas educacionais privadas a organização dos currículos escolares, o fornecimento de material didático e a formação continuada de professores.
É mentira! O governo do Estado adquire material didático de editoras privadas a exemplo do que faz o governo federal, com seu programa do livro didático. O que São Paulo fez foi unificar o currículo das escolas.

O Brasil não pode correr o risco de ter seu sistema educacional dirigido por interesses econômicos privados.
É verdade! É o que acontece no governo federal.

No comando do governo federal, o PSDB inaugurou o cargo de “engavetador geral da república”.
É mentira! Essa foi uma das vigarices que o PT inventou. Mas o que isso tem a ver com educação?

Em São Paulo, nos últimos anos, barrou mais de setenta pedidos de CPIs, abafando casos notórios de corrupção que estão sendo julgados em tribunais internacionais.
Quem aceita todos os pedidos de CPI é o governo do PT, não é mesmo? Bando de vigaristas!

Sua campanha promove uma deseducação política ao imitar práticas da extrema direita norte-americana em que uma orquestração de boatos dissemina dogmas religiosos.
É mentira! A sociedade é que descobriu o que Dilma pensava sobre o aborto. Mas o que isso tem a ver com a escola pública?

A celebração bonapartista de sua pessoa, em detrimento das forças políticas, só encontra paralelo na campanha de 1989, de Fernando Collor.
Uma bando de lulistas falar em “celebração bonapartista” é piada. Ademais, os aliados de Collor hoje são Lula, Dilma, Marilena Chauí, Fábio Konder Comparato, Carlos Nelson Cutinho e Antonio Candido.

Quando afirmo que espero qualquer coisa de petistas, dizem que exagero. Eis aí. Os subscritores dessa porcaria encaram alunos em sala de aula, falam aos jovens. Não sou intolerante, não! Convivo com a divergência, sim. Não aceito é a mentira. E eles estão mentindo, como evidencio. E eu os desafio a provar que não estão. O que vai acima não passa de uma corrente terrorista para tentar eleger Dilma a qualquer preço.

No que diz respeito aos fatos, qual é a diferença essencial entre esse manifesto e aquele dos bispos recolhido pela PF? Aquele não traz uma só mentira. Esse não traz uma só verdade."

Instantâneo do chiqueiro

por Marco Antônio Villa, em artigo intitulado "Vale tudo", na Folha:

ESTAMOS ASSISTINDO à eleição mais disputada desde 1989. E, como era esperado -até em razão da indefinição de parcela do eleitorado-, a mais violenta. Nada indica que a virulência dos discursos e as ameaças diminuirão. O governo está usando todas as armas. As entidades e movimentos sociais pelegos estão a pleno vapor apoiando a candidata oficialista. Afinal, foram sustentados durante oito anos e agora é a hora de pagar pelos serviços recebidos antecipadamente.

É o momento do vale tudo. Com um coquetel ideológico infernal, o governo conseguiu reunir apoio que vai de José Sarney, passa por Renan Calheiros, chega a Fernando Collor e termina em Oscar Niemeyer. Sem esquecer Jader Barbalho, Paulo Maluf e Newton Cardoso. Dos políticos nacionais é a escória, o que existe de mais nefasto. Da antiga esquerda, são os velhos stalinistas, que nunca viram nada de errado nas ditaduras socialistas, nos campos de concentração, na morte de milhões de cidadãos, na supressão das liberdades.

É uma perversa aliança que tem muitos pontos em comum, como o ódio à liberdade de imprensa, de manifestação e de organização. Além da política da boquinha, do saque organizado do erário público, que vai do ranário ao edifício público monumental, mas inabitável.

Lula já pensa no futuro. Está no estágio de que não mais dissocia sua ação daquela vinculada aos destinos do país. Vestiu o figurino de salvador da pátria. E gostou. A cada dia fica mais irritado com a oposição. Não aceita qualquer questionamento. Sua ação está paulatinamente saindo do campo da política. Ficou furioso com a realização do segundo turno e as derrotas nos estados de São Paulo e Minas. Achou uma ingratidão.

O segundo turno contrariou seus projetos para o futuro. Queria vender para o mundo uma unanimidade que nunca teve. A imprensa mundial, que serviu de caixa de ressonância para seu projeto, ficou estupefata com o resultado das urnas, pois acreditou nas bravatas. Lula necessitava vencer de goleada para tentar obter algum cargo em uma instituição internacional. Se pôde salvar o Brasil, porque não o mundo? Mas o realismo das grandes potências -especialmente depois da trapalhada envolvendo o Irã- afastou qualquer possibilidade do "ungido", o "esperado", pudesse regressar de sua breve odisseia e retomar o poder.

Teremos mais dez dias de acusações, calúnias e coações de todos os tipos. É a "república hilariante", como bem definiu Euclides da Cunha, caracterizada pelo que chamou de "bandalheira sistematizada". Pobre Brasil.

12 de out. de 2010

Sem trololó

O causo é simples. O PT tem um programa, que aliás tentou passar meio às escondidas, e a população à qual seria aplicado esse programa, conhecendo-o, não o está aprovando. Ponto.
Ou muda-se o programa, ou muda-se a população. Quem é que manda nessa joça, afinal?

9 de out. de 2010

Sucedido e acontecido, hoje, comigo

Até parece aquela situação da piada, mas estava sentado na cadeira do barbeiro, embrulhado naquele pano que nos deixa sem movimentos, e o barbeiro, com a navalha no meu pescoço, ...fazendo propaganda para a Dilma...

Na televisão ao lado do espelho, sintonizada na Record porque ele é membro da Igreja Universal, eis que entra o horário político e surge a Dilma na tela, equilibrando-se na corda bamba, a favor da vida e coisa e tal, e eu dei risada e comentei: " - essa aí tá fazendo de tudo para se livrar dessa questão do aborto".

O camarada parou, tergiversou e extravasou uma opinião genérica: " - agora é a hora dos candidatos começarem a falar dos podres uns dos outros"; mas logo a seguir voltou ao seu leito: " - tão dizendo até que ela é terrorista, a favor do aborto...", e por aí afora, como quem diz: é tudo conversa fiada, pura questão eleitoral. Tinha certezas afiadas como navalhas.

Não quis demovê-lo, ao menos explicitamente. Seria inútil. Está ambientado num meio que o ampara em troca de sua comunhão com os valores de seus iguais. Sua vida social gira em torno das referências construídas, mantidas e exigidas pela comunidade a que está circunscrito. E para que haja comunicação com o indivíduo natural que há por baixo da casca de sua socialização é necessária outra linguagem, não argumentativa, feita de gestos, de risadas, de ironia nos olhos; e também de demonstrações de independência associadas à consideração pela diferença; de afirmações de um distanciamento notável e intrigante: indução, enfim, em vez de demolição. Só o indivíduo pode construir as certezas que lhe sejam próprias.

E saí com meu pescoço inteiro, além de ter plantado a semente da dúvida, destinada a germinar no silêncio atento da consciência.

22 de set. de 2010

Vamos ajudar a defender a democracia?

Sim?
Então clique aí ao lado, e assine o manifesto
Se Liga Brasil

Por onde anda a Velhinha de Taubaté?

Dilma Rousseff teve ontem a coragem de negar que tenha indicado Erenice Guerra para sucedê-la na Casa Civil.

Alegou que Erenice foi indicação pessoal do chefão Lula da Silva.

Segundo a candidata petralha, Lula resolveu nomear os secretários executivos para ocuparem os postos dos titulares que deixaram o governo para disputar a eleição.

21 de set. de 2010

Contestação à "Carta ao leitor", da Veja

Senhor Eurípedes Alcântara
Diretor de Redação - Revista Veja
Caro Sr. Diretor,
A frase "Esse preço será a desmoralização da democracia" que encerra a Carta ao Leitor (Veja nº 2.183 de 22.09) é no mínimo ingênua e no máximo idiota. O escriba deveria ter acrescentado à mesma a palavra "brasileira" para não deixar transparecer ao leitor que é ingênuo ou idiota. Eu vou me valer do próprio texto da carta para explicar, primeiro, que a podridão que assola o Brasil pode explodir e até destruir o país como nação mas não vai desmoralizar coisa nenhuma a democracia como sistema de governo, segundo, que o Brasil não tem uma democracia de verdade e talvez nunca tenha tido. Em épocas passadas houve simulacros de democracia. Na atual, nem isto, porque o que vigora mesmo no Brasil sob o governo lulo-petista é uma LATROCRACIA. Vejamos, me valendo do próprio texto da Carta ao Leitor:
a) Numa democracia de verdade nenhum ministro ousa transformar o ministério sob sua chefia num balcão de negócios a cobrar propinas de empresários, ainda mais se este ministério é o mais importante do governo e funciona um andar acima do ocupado pelo presidente ou primeiro ministro;
b) Numa democracia de verdade ninguém ousa quebrar o sigilo fiscal ou bancário de quem que seja sem ser punido e condenado a um longo período na prisão, além da execração pública a que certamente será submetido;
c) Numa democracia de verdade ninguém ousa produzir um dossiê fajuto para prejudicar adversários políticos em campanha e, quatro anos depois, ainda está impune, livre, leve e solto;
d) Numa democracia de verdade não é necessário um órgão da imprensa telefonar para um procurador de justiça para que ele se mexa e dê andamento a um processo que está engavetado. Aliás, numa democracia de verdade não se engavetam processos;
e) Numa democracia de verdade a liberdade de imprensa e de opinião dos cidadãos não são constantemente ameaçadas pelo fato do governo não gostar de ver suas falcatruas sendo divulgadas ou comentadas;
f) Agora, saindo do texto da Carta ao Leitor, prossigo: numa democracia de verdade o presidente ou o primeiro ministro não se torna militante da candidata que ele impôs e passa a fazer a campanha por ela, em flagrante desrespeito à lei, porque nas democracias de verdade isto é falta de ética e nelas a ética é levada a sério;
g) Numa democracia de verdade políticos corruptos são punidos exemplarmente pela justiça, a menos que se suicidem antes. No Brasil atual, a lei trata de protegê-los;
h) Numa democracia de verdade um presidente ou primeiro ministro não se alia àqueles que no passado chamou de ladrões e outros adjetivos depreciativos. Isto é coisa da Latrocracia brasileira;
i) Numa democracia de verdade não se gastam bilhões do dinheiro público para fazer propaganda mentirosa de obras que nem sequer começaram, enquanto os hospitais e as universidades públicas estão caindo aos pedaços, a segurança pública permite a matança de mais de 50 mil pessoas todos os anos, a infra-estrutura do país está em estado lastimável, as forças armadas estão sucateadas, os marginais estão soltos e os cidadãos trancados em casa com medo de sair à ruas;
j) Numa democracia de verdade o poder de eleger não está nas mãos de estúpidos analfabetos ou analfabetos funcionais porque nessas democracias o analfabetismo já foi erradicado e o povo tem um nível cultural que lhe permite escolher bem seus dirigentes e legisladores;
k) Numa democracia de verdade se um energúmeno como Luis Inácio Lula da Silva, usando sua capacidade de enganar, mentir e tergiversar, chegar ao cargo de presidente, jamais se reelegerá. E se praticar os crimes que esse energúmeno praticou no exercício do cargo, fatalmente será defenestrado antes do término do mandato e provavelmente irá para a cadeia. Se for numa democracia parlamentarista, faz-se uma nova eleição e manda o malandro de volta para o antro de onde saiu, podendo também ir passar uma temporada na cadeia.
l) Numa verdadeira democracia não se compra votos com bolsas esmolas e os programas sociais visam ajudar os carentes a saírem de suas carências;
m) Numa verdadeira democracia não se utilizam essas maquininhas de votar facilmente programáveis para fraudar o resultado das eleições. Conhece algum país que as use fora o Brasil?
Eu poderia esgotar o alfabeto com outros exemplos, mas paro na letra m para não me cansar e ao senhor, até porque tenho mais algumas colocações a fazer. Vejamos:
O senhor acha que se o Brasil explodir por causa da podridão em que está mergulhado isto vai desmoralizar as democracias de países como os Estados Unidos, o Canadá, a Inglaterra, a França, a Alemanha, o Japão, a Austrália, apenas para citar alguns? Qual nada, senhor Eurípedes. A desmoralização atingirá apenas o Brasil e seu povo, que aliás, em face do que vem ocorrendo desde que o energúmeno Lula da Silva tomou posse e em função de sua política externa, já está completamente desmoralizado perante o concerto das nações sérias. A deferência que os países do mundo ainda dedicam ao Brasil está mais por conta da educação diplomática desses países e dos interesses comerciais. Afinal, o Brasil produz matérias primas necessárias a muitos países e possui um mercado interno interessante para as multi-nacionais.
Eu moro na Austrália para onde vim depois da reeleição dessa pústula que quer deixar um saco vazio em seu lugar e aqui ninguém está preocupado com a podridão que assola o Brasil. Pode feder à vontade, pode explodir, pode ir para os quintos dos infernos, que não vai de forma alguma afetar a nossa querida democracia. Sabe por que, diretor? Porque o povo australiano, ao contrário da maioria do povo brasileiro, não sofre daquela doença terrível conhecida pelo nome de cleptomania. Sabe, senhor diretor, por que a maioria dos políticos brasileiros são ladrões? É simples: é porque a maioria do povo brasileiro também é ladrão. Prova disto é o índice de aprovação do governo desse larápio Lula da Silva: 80%!!! Quem apóia ladrão, ladrão é.
De modo, senhor Eurípedes, que eu lhe peço para pedir ao seu escriba que estude um pouco mais sobre a democracia e pare de escrever bobagens. Sugiro até que ele visite os países verdadeiramente democráticos para ele ver como funciona uma democracia. Se ele vier a Austrália, eu terei prazer em hospeda-lo e viajar com ele por todo o país para que ele respire os ares de uma verdadeira democracia e aprenda sobre uma verdadeira democracia.
Sabe, senhor Eurípedes, a democracia é um sistema de governo quase perfeito e caminha para a perfeição. Por isto, não funciona em países habitados por primitivos como o Brasil onde o poder de eleger está nas mãos de incapazes até de tocar a própria vida e por isto acham que o governo tem que suprir as suas necessidades. As bolsas esmolas do governo cleptômano de Lula da Silva confirma isto. Nas verdadeiras democracias os cidadãos trabalham duro, estudam muito e exigem do governo apenas que ele faça a sua parte que é governar bem. Só isto e mais nada.
Cordiais saudações,
Otacílio M. Guimarães
Darwin, Austrália

20 de set. de 2010

Manifesto em Defesa da Democracia


Numa democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.

Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.

É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos fiscais e de agressão a direitos individuais.

É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.

É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.

É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade.

É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há "depois do expediente" para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no "outro" um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia, mas um inimigo que tem de ser eliminado.

É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão das empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.

É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a história, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.

É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.

Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.

Requeremos ao Supremo Tribunal Federal que apure e responda com presteza se o que o Presidente está fazendo não constitui abuso do poder político. Requeremos também que ele exerça seu papel, impondo os limites da lei para impedir os abusos, e que puna com eficácia quem está praticando esses atos ilícitos.

Requeremos a ação efetiva do TSE pelo cumprimento da legislação eleitoral que configura certos atos do Presidente como uso ilegal da máquina pública.

E reivindicamos a imediata instauração de processo de apuração dos ilícitos de violação fiscal, acompanhada por comissão do Congresso com participação da sociedade organizada.

A sociedade civil e as instituições do Estado - que servem ao povo brasileiro, não a um homem ou a um partido - erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.

Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos.

Assinado por inúmeros intelectuais brasileiros, entre eles: Ferreira Gullar, Hélio Bicudo, Nelson Ascher, Paulo Brossard - publicado no Blog do Alvaro Dias.