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30 de set. de 2011

O solo de Marte

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A peça da nave Opportunity que traz estampada a bandeira americana foi feita com metal recuperado das Torres Gêmeas.
Mais detalhes aqui.

Essa receita merece

Como Preparar uma Tainha

APRECIO A CULINÁRIA, MAS AINDA NÃO TINHA VISTO NADA TÃO SIMPLES!

Aos pescadores, excelente receita!

Ingredientes:

* 2 kg de TAINHA
* 1 lata de azeite oliva
* 2 pimentões
* 2 dentes de alho
* 4 cebolas médias
* 1 kg de tomate
* sal a gosto
* 12 latas de cerveja gelaaaaaaada!!!!
* 1 mulher


Modo de preparo:
1- Ponha a mulher na cozinha com os ingredientes e feche a porta.
2- Tome cerveja durante duas horas e depois peça para ser servido.
É uma delícia e quase não dá trabalho!

É mais ou menos isso mesmo...

MÃE É UM SER ESTRANHO
por Hilda Lucas

"Mãe é aquele ser estranho, louco, capaz de heroísmos, dramas e breguices com a mesma fúria; paga mico, escreve carta para Papai Noel, se faz passar por fadinha do dente, coelho da páscoa, cuca, pede autógrafo para artistas deploráveis. Assiste a programas, peças, shows horríveis, revê milhares de vezes os mesmos desenhos animados, conta as mesmas histórias centenas de vezes, vai pra Disney e A D O R A! Mãe faz escândalo, tira satisfação com professor, berra em público, dá vexame, deixa a gente sem graça, compra briga; é espaçosa, barulhenta, tendenciosa, leoa, tiete, dona da gente. Mãe desperta extremos,ganas, irrita, enlouquece, mas... É mãe.
Mãe faz promessa, prestação, hora extra, pra que a gente tenha o que é preciso e o que sonha. Mãe surta, passa dos limites, às vezes até bate, diz coisas duras; mãe pede desculpas, mortificada... Mãe é um bicho doido, louco pela cria. Mãe é Visceral!
Mãe chora em apresentação de balé, em competição de natação, quando a filha menstrua pela primeira vez, quando dá o primeiro beijo, quando vê a filha apaixonada no casamento, no parto... Xinga todo e cada desgraçado que faz a filha sofrer, enlouquece esperando ela chegar da balada, arranca os cabelos diante da morte...Mãe é uma espécie esquisita que se alterna entre fada e bruxa com uma naturalidade espantosa. É competente no item culpa e insuperável no item ternura, mas pode ser virulenta, tem um lado B às vezes C, D, E... Mãe é melosa, excessiva, obsessiva, repulsiva, comovente, histérica, mas não se é feliz sem uma. Mãe é contrato: irrevogável, vitalício e instransferível!
Mãe lê pensamento, tem premonição, sonhos estranhos. Conhece cara de choro, de gripe, de medo; entra sem bater, liga de madrugada, pede favor chato, palpita e implica com amigos, namorados, escolhas. Mãe dá a roupa do corpo, tempo, dinheiro, conselho, cuidado, proteção. Mãe dá um jeito, dá nó,dá bronca, dá força. Mãe cura cólica, porre, tristeza, pânico noturno, medos. Espanta monstros, pesadelos, bactérias mosquitos, perigos. Mãe tem intuição e é messiânica: Mãe salva. Mãe guarda tesouros, conta histórias e tece lembranças. Mãe é arquivo!
Mãe exagera, exaure, extrapola. Mãe transborda, inunda, transcende. Ama, desmama desarma, denota, manda, desmanda, desanda, demanda.
Rumina o passado, remói dores, dá o troco, adora uma cobrança e um perdão lacrimoso.
Mãe abriga, afaga, alisa, lambe, conhece as batidas do nosso coração, o toque dos nossos dedos, as cores do nosso olhar e ouve música quando a gente ri. Mãe tem coração de mãe!
Mãe é pedra no caminho, é rumo; é pedra no sapato, é rocha; é drama mexicano, tragédia grega e comédia italiana; é o maior dos clássicos;é colo, cadeira de balanço e divã de terapeuta... Mãe é madona-mia! É deus-me-acuda; é graças-a-deus; é mãezinha-do-céu, é mãe é minha- e-eu- mato -quando- quiser; é a que padece no paraíso enquanto nos inferniza... Mãe é absurda e inexoravelmente para sempre e é uma só: não há Mistério maior! Só cabe uma mãe na vida de uma filha... e olhe lá! Às vezes, nem cabe inteira. Mãe é imensurável! Mãe é saudade instalada desde o instante em que descobrimos a morte. Mãe é eterna, não morre jamais. Bicho estranho, entranha, milagre, façanha, matriz, alma, carne viva, laço de sangue, flor da pele. Mãe é mãe, e faz cada coisa..."

Viral na rede: Não fecha a porta, tá?

Isabela, de 2 anos, depois de buscar alguns brinquedos no quarto, volta para brincar no quintal e encontra a porta fechada. Para buscar explicações, ela entra no quarto, indignada, e questiona o pai.

25 de set. de 2011

Sobre a sustentação do mito


Lula der Grosse


por João Ubaldo Ribeiro, em O Globo

Estou em Berlim, chegado de Viena, onde passei cinco dias praticamente sem falar em política, porque o evento a que compareci foi o 9º Congresso Alemão de Lusitanistas, realizado pelo Instituto de Filologia Românica da Universidade de Viena e pela Associação Alemã de Lusitanistas. Minha participação principal foi uma sessão em que fizemos leituras bilíngues de textos meus, seguidas por uma animada conversa com uma plateia muito simpática. Costumo lembrar que apenas escrevo e não entendo nada de literatura, mas não acreditam e aí eu me benzo e vou em frente de qualquer maneira. A ajuda divina apressadamente invocada deve ter funcionado, porque creio que não envergonhei a pátria. E, claro, fiz o que pude para passear outra vez em Viena, uma das mais encantadoras cidades do mundo, onde a todo instante a gente tem que parar, fascinada pela beleza, riqueza histórica e cultura emanadas até dos blocos de pedra dos edifícios e monumentos. A única coisa que faltou foi o mergulho no Danúbio azul que sempre me prometi, mas sei que nunca vou fazer, por recear voltar ao Brasil em forma de picolé. Grande, incomparável Viena, que não pode estar ausente de nenhuma excursão pela Europa e que todo mundo deveria poder visitar - a vida fica sempre mais enriquecida e a sensibilidade mais apurada.

Quanto a Berlim, onde já morei, é outra coisa. É uma de minhas cidades favoritas e a volta é sempre um festival de reminiscências insubstituível. Sofreu o impacto dos bombardeios que pouparam Viena e, posteriormente, o trauma da reunificação, que não deixa de persistir e levará algum tempo para ir-se embora de vez. Mas que cidadaço! Cosmopolita, bonita e também cheia de história e cultura, com alguns museus únicos no mundo, não para nunca e, ao contrário das outras cidades alemãs, projeta uma atmosfera boêmia e pouco convencional, onde todas as tribos convivem e se manifestam e as ruas mais movimentadas são uma festa. Pode ser até que eu esteja fazendo propaganda turística, mas a verdade é que, no Brasil, Berlim me parece subestimada, se comparada pelos que estiveram na Europa e não a visitaram com outras cidades grandes que não chegam nem perto de sua sofisticação e seu charme, talvez difícil de perceber ao primeiro olhar. E os alemães de fato não têm o temperamento de povos como o nosso, mas não é impossível que o visitante perdido numa rua qualquer peça ajuda a um passante e este chegue a mudar sua trajetória, para acompanhar o desamparado a seu destino, se for numa rua próxima - já me aconteceu mais de uma vez.

E, ao contrário dos habitantes de outras cidades aparentemente mais antenadas com o mundo, o número de berlinenses que se interessa pelo que se passa em países como o Brasil é considerável, a começar pelos motoristas de táxi, que, claro, falam em futebol e vários são capazes de lembrar os principais jogadores das seleções brasileiras. Mas não falam somente em futebol, como aconteceu com um deles, no trajeto até meu hotel. Estava mesmo ocorrendo no Brasil uma terrível praga de moscas, como ele tinha ouvido no rádio? Os hospitais brasileiros estavam tomados por temíveis moscas tropicais assassinas?

Era o caso das varejeiras que infestaram o Hospital Pedro Ernesto, no Rio. Eu, que já havia dado uma olhada nos jornais brasileiros pela internet, tranquilizei-o e passei-lhe as dimensões verdadeiras do caso. Ele me respondeu que já tinha suspeitado disso, principalmente depois do governo do presidente Lula, que havia mudado radicalmente o Brasil, livrando-o do atraso e das condições terríveis em que o nosso povo antes vivia, a começar pela saúde pública. Quase não tive coragem de contradizê-lo um pouco, explicando que, se ele visitasse hospitais públicos brasileiros, talvez não se recuperasse do choque, pois não era bem assim. Mas ele nem ouviu minha resposta. Descobri que estava num táxi do PT, ou pelo menos de um lulista fanático. Ou então os comerciais do governo estavam passando na televisão daqui. Pelo visto, a popularidade do homem havia chegado com força a Berlim. Despedimo-nos com ele exclamando "Lula!" e apontando o polegar para cima com um sorriso.

Mais tarde, verifiquei que, entre vários amigos daqui, o lulismo também se espalhou e, mais ou menos do mesmo jeito que em relação ao motorista de táxi, eles não gostam de ouvir contestações e Lula é ainda mais revestido de teflon que no Brasil, nada contra ele cola. Como explicar que nossos indicadores de desenvolvimento humano estão entre os mais baixos do mundo? Como explicar que as nossas estatísticas são geralmente enganosas e que, em matéria de saúde pública, também estamos em vergonhosa rabeira? Como explicar o uso de aprovação automática nas escolas e o fato de que um número espantoso de brasileiros que frequentaram uma escola não aprendeu nem a ler, nem a escrever, nem a fazer uma conta elementar? Como explicar que pagamos os mais altos impostos do mundo para ter saúde pública e somos obrigados a gastar ainda mais com planos particulares caríssimos, que, por sinal, já estão ficando cada vez mais parecidos com a chamada saúde pública, e que nenhuma autoridade é maluca o suficiente para recorrer à rede hospitalar pública?

Não era nada disso, eles liam os noticiários e sabiam da verdade. Se a Alemanha tivesse um primeiro-ministro como Lula, seria uma felicidade. Não disse, mas pensei comigo mesmo que tinha um ideia melhor. Por que não importavam Lula para governá-los? Certamente seria conhecido como Lula der Grosse, que não é o que você está pensando, mas "Lula, o Grande". Essa exportação de nosso Grosse seria muito benéfica. Para o Brasil, não para a Alemanha, pensei, mas de novo não disse.


Indicação de blog

O Procurador da República Manoel Pastana faz incursões esporádicas em seu blog, onde relata casos judiciais específicos, expõe a estrutura do sistema judiciário brasileiro e aponta as consequências da vigência desse sistema, tal como está montado. Abaixo, um trecho retirado de postagem recente. Veja se não estamos diante da causa remota da formação das "milícias", que, imperantes, atacam também quem indiretamente as cria.

...

Aqui no Brasil, por exemplo, se alguém der uma bofetada no rosto de um policial terá como “pena” o pagamento de algumas cestas básicas. Nos EUA, conduta semelhante traria sérios problemas para o agressor. Se sonegar, fraudar, apropriar-se de recursos públicos, caso dê muito azar de ser pego (que já é difícil) e for condenado (quase impossível) terá como “pena” a prestação de serviços comunitários (substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos).

A consequência desse clima de impunidade é o altíssimo número de homicídios (50 mil por ano), grande parte praticada por vingança, pois os amigos e familiares da vítima sabem que o assassino jamais será devidamente punido. E mais. Só vão para prisão, em decorrência de condenação, autores de crimes graves como homicídio, sequestros, roubos (subtração da coisa com emprego de violência ou grave ameaça), mesmo assim, o tempo de efetiva prisão é muito curto. Em geral autores de tais crimes tornam-se assíduos frequentadores das prisões não porque sofrem condenações elevadas e as cumprem integralmente, mas porque são libertos e logo em seguida voltam a praticar os mesmos delitos. Para se ter uma ideia do beneplácito da nossa legislação, os assassinos do jornalista global Tim Lopes eram traficantes, contudo, nem essa condição os impediu que pouco tempo depois de condenados contassem com benefícios legais e voltassem para as ruas.

Quanto aos crimes que não são considerados violentos como de corrupção, sonegação fiscal e outros análogos é muito difícil alguém cumprir alguma pena em decorrência de condenação. As prisões que se veem divulgadas na imprensa são em decorrência de prisões processuais, que geralmente não resultam em nada. Grande parte dessas operações policiais sequer dá ensejo a processos. Das que resultam, muitas não chegam ao fim, como aconteceu no caso Daniel Dantas, cuja ação penal foi anulada pelo STJ. E as raríssimas que chegam ao fim com condenação, os “condenados” não serão presos, pois a pena privativa de liberdade é substituída por restritivas de direito (prestação de serviços comunitários, pagamento de cestas básicas etc.).

18 de set. de 2011

10 motivos para apoiar o VOTO DISTRITAL

por José Eduardo Santarelli Manno

1 - ESCOLHER FICA MAIS FÁCIL
Na eleição para deputado federal, analisar o perfil de cada um dos candidatos que se apresentam é uma missão quase impossível. Em São Paulo, na última eleição, havia 1 131 nomes concorrendo a uma vaga na Câmara. Se um eleitor dedicasse uma hora para estudar o currículo de cada candidato, precisaria de 47 dias ininterruptos para concluir a análise. A miríade de políticos que surge na TV pedindo votos com a velocidade de disparos de metralhadora mais confunde do que esclarece. No sistema de voto distrital, esse problema desaparece, já que cada partido pode apresentar apenas um candidato por distrito. Ou seja: na pior das hipóteses, o eleitor terá de
comparar as propostas de 27 concorrentes — o número de legendas registradas hoje no Brasil. A tendência, no entanto, é que o número de candidatos competitivos seja ainda menor, equivalente ao de candidatos a prefeito. Com um horizonte de escolhas mais restrito, fica mais fácil para o eleitor tomar uma decisão bem pensada.

2 - QUEM ELEGE, FISCALIZA
No ano passado, uma pesquisa encomendada pelo Tribunal Superior Eleitoral mostrou que, um mês depois da eleição, 22% dos brasileiros não faziam ideia do nome do candidato em que haviam votado para deputado federal. É um ciclo vicioso: o eleitor não se sente representado por nenhum parlamentar, por isso se esquece do nome dos políticos e, assim, abre mão do direito de fiscalizá-los. No sistema distrital, essa situação muda radicalmente, já que cada distrito passa a ter apenas um representante. Lembrar seu nome poderá ser tão automático quanto lembrar quem é o prefeito da cidade. Com isso, a fiscalização popular sobre os parlamentares começará, enfim, a funcionar. Cada deputado terá sobre ele os olhos de todo um distrito. O que ele fizer em Brasília terá grande repercussão em sua base — para o bem ou para o mal. “Com o voto distrital, os eleitores se sentem mais motivados para acompanhar a atuação do seu parlamentar, cobrar as suas promessas e pressioná-lo. O modelo reforça a percepção dos eleitores de que estão sendo de
fato representados. Na democracia, isso não é pouca coisa”, diz o cientista político José Álvaro Moisés, da Universidade de São Paulo.

3 - A CAMPANHA FICA MAIS BARATA
A vida no Brasil é cara, mas poucas coisas são tão caras por aqui quanto fazer uma campanha eleitoral. Em 2010, as 5100 pessoas que concorreram em todo o país a uma vaga na Câmara
declararam gastos que, em conjunto, alcançaram 1 bilhão de reais (sem contar o caixa dois, claro). Entre os que se elegeram, o custo médio das campanhas ficou em 1 milhão de reais. As campanhas brasileiras são caras, porque, pelo sistema atual, cada candidato precisa disputar votos com todos os outros candidatos e em toda a extensão de seu estado. Há desde o custo com viagens e deslocamentos até os gastos com carros de som, bandeiras, adesivos, camisetas, cabos eleitorais e tudo o mais que possa ajudar o candidato a se destacar em meio à concorrência. Por esse motivo, é praticamente impossível chegar ao Parlamento sem uma estrutura milionária. E quem precisa de milhões de reais para se eleger fica sujeito a ter de defender os interesses de empresas camaradas que topam financiar empreitadas tão caras. Uma campanha milionária é o primeiro passo para corromper o eleito. No sistema distrital, os votos são disputados em um
território delimitado, reduzido. Como o campo de batalha é restrito, os custos de campanha caem. E a independência dos eleitos aumenta.

4 - ACABA O EFEITO TIRIRICA
A eleição de 2010 escancarou um dos maiores absurdos do sistema eleitoral brasileiro. Das 513 cadeiras da Câmara, apenas 36 foram ocupadas por políticos que chegaram lá com os próprios
votos. Os outros 477 eleitos — 93% do total — conseguiram o mandato graças a votos dados a outros políticos ou às suas legendas. Isso ocorre por causa da obtusa regra do quociente eleitoral. Ela estabelece que as cadeiras do Parlamento sejam divididas entre as siglas, e não entre os indivíduos mais votados. Por isso, um candidato pode perder a vaga para um concorrente que teve votação menor, dependendo do partido em que está. É uma confusão que desorienta
o eleitor e faz com que os votos dados a um político sejam usados para eleger outro. Para tirarem vantagem dessa distorção, os partidos buscam lançar os chamados puxadores de votos — candidatos de escassas credenciais e farto apelo popular, como o palhaço Tiririca. Na última eleição, ele teve 1,3 milhão de votos em São Paulo. Garantiu a própria eleição e a de mais três “caronistas” que estavam em sua coligação. Com a adoção do voto distrital, essa farra acaba. Para se eleger deputado, o político terá de vencer a disputa no seu distrito sozinho, sem apelar para puxadores de votos ou coligações. Os parlamentares só serão eleitos com os próprios votos.

5 - O GASTO PÚBLICO DIMINUI
Como uma mudança no sistema eleitoral pode ajudar a conter os gastos públicos? Simples: quando o Congresso está repleto de deputados que representam grupos de pressão organizados
(sindicalistas, usineiros, empresários que só mamam no estado), a tendência é que eles façam de tudo para carrear recursos públicos para esse pessoal. Uma central sindical, por exemplo, pode tornar-se um verdadeiro tragadouro de verbas se contar com uma dúzia de deputados dispostos a ajudá-la na tarefa. É o que acontece hoje no Brasil. “Como o governo precisa de sustentação política, permite que os deputados enviem dinheiro público, por meio de emendas
parlamentares, para saciar esses grupos de pressão organizados”, diz o cientista político Octavio Amorim Neto. Só neste ano, 7 bilhões de reais poderão ser repassados por esse caminho. Para os deputados, o cálculo é simples: se agradarem a um grupo restrito, terão dinheiro e votos suficientes para se reeleger, mesmo que para isso tenham de tomar atitudes que possam desagradar ao conjunto da sociedade. Já no sistema distrital, os congressistas não precisarão
se preocupar com esses grupos organizados, mas apenas com os eleitores de suas bases. A demanda do Congresso por recursos públicos diminuirá. Um estudo internacional conduzido pelos economistas Torsten Persson e Guido Tabellini constatou a validade desse raciocínio: em países que usam o voto distrital, o gasto do governo em relação ao PIB é, em média, 9 pontos porcentuais menor que nos outros.

6 - OS CORPORAVISTAS PERDEM ESPAÇO
O sistema atual é feito sob medida para beneficiar candidatos que representam interesses de
categorias como a dos sindicalistas. Eles se elegem às pencas para o Congresso, porque sabem tirar proveito do corporativismo. A ideia de que trabalhadores de determinado segmento profissional ou igreja estejam representados em Brasília é, evidentemente, legítima. O problema é a vantagem indevida que seus representantes têm sobre os demais candidatos, que não contam com o voto corporativista. No sistema distrital, o jogo volta a se equilibrar, já que, no caso de um candidato sindicalista, seus eleitores estariam geograficamente mais espalhados (uma vez que nem todos os filiados de um sindicato vivem em um mesmo distrito), o que diminuiria o poder de fogo da candidatura. O mesmo raciocínio vale para candidatos de base religiosa, como pastores evangélicos. “O deputado distrital tende a ser um político de maior envergadura por uma razão simples: ele precisa do apoio da maioria dos eleitores de seu distrito, e não apenas dos
votos de um só segmento, cujo interesse é, por definição, estreito”, diz o cientista político Bolívar Lamounier. Estima-se que, se o voto distrital estivesse em vigor na última eleição, 35 sindicalistas e 21 políticos de base religiosa não teriam sido eleitos.

7 - AS OLIGARQUIAS SE ENFRAQUECEM
Por motivos que vão dos mais justos aos menos republicanos, é enorme o número de políticos no Brasil que não me-dem esforços para fazer com que parentes — cônjuges, filhos, sobrinhos —
também entrem para a política. Na maioria dos casos, essas tentativas têm como único objetivo perpetuar oligarquias. Integrantes de velhos clãs sempre contam com sobrenomes poderosos e dinheiro farto para se eleger. Dessa forma, fazem campanhas portentosas e conseguem reunir votos suficientes para obter um passaporte para a Câmara. No sistema distrital, eles continuariam fazendo campanhas ricas, mas teriam de disputar voto a voto com lideranças regionais, o que tornaria suas campanhas bem mais duras. Se o sistema distrital estivesse em
vigor em 2010, 28 representantes de oligarquias políticas teriam tido muito mais dificuldade para ser eleitos para a Câmara.

8 - AUMENTA A FORÇA DAS CAPITAIS
Um dos efeitos pouco conhecidos do sistema eleitoral brasileiro é que, hoje, as capitais elegem
poucos, pouquíssimos, representantes para a Câmara. A maioria dos deputados mantém bases restritas ao interior. Todos eles, no entanto, fazem campanha agressiva nas capitais de seus estados, onde vive a maior parte da população. Assim, os voto das capitais se distribuem entre dezenas ou centenas de candidatos. “O resultado é que, com a fragmentação da votação nas maiores áreas urbanas, poucos candidatos oriundos das capitais conseguem se eleger. Vai-se
interiorizando, dessa forma, a representação, o que afasta o Legislativo dos interesses da parcela mais politizada, mais educada e mais reivindicante do eleitorado nacional”, diz o cientista político Amaury de Souza. Apenas quinze deputados federais eleitos pelo estado de São Paulo em 2010 tiveram mais de 50% dos votos na capital do estado. Se estivesse em vigor o modelo distrital, a representação da cidade de São Paulo teria de ser de 27 deputados — número de
distritos que haveria na metrópole, respeitados os critérios de distribuição populacional. Assim como São Paulo, todas as demais capitais brasileiras ganhariam mais peso político com a mudança.

9 - O CONGRESSO É FORTALECIDO
A experiência internacional demonstra que países com voto distrital têm um Congresso forte, com um comportamento independente em relação ao Executivo. Isso ocorre porque os
parlamentares sabem que, se apenas cumprirem ordens do governo, terão problemas para se reeleger em suas bases. “No sistema distrital, o deputado precisa fazer mais esforço para se destacar”, diz Antônio Octávio Cintra, consultor da Câmara e professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais. De fato, como apenas um candidato é eleito por distrito, a corrida para o Legislativo repete a lógica da corrida à prefeitura: há embate eleitoral direto. Os candidatos apontarão o que consideram falhas ou fraquezas dos concorrentes. O eleitor passa, então, a levar em conta não apenas as características do seu candidato favorito, mas também as possibilidades que este tem de derrotar o político que ele não quer ver em Brasília. “O eleitor passa a votar também contra o candidato de quem não gosta. Há uma reorientação do eleitorado”, explica Cintra.

10 - A CORRUPÇÃO REFLUI
Com base no “toma lá dá cá”, estabeleceu-se que política no Brasil funciona da seguinte forma: em troca do apoio necessário para aprovar projetos de lei e medidas provisórias, o governo
oferece cargos à sua base no Congresso. Assim, para ocuparem espaços na máquina pública, os partidos não procuram técnicos gabaritados, mas gente que seja obediente à cúpula — o que inclui a disposição para, se necessário, contribuir a qualquer custo para o fortalecimento da legenda e, não raro, do seu caixa. O controle de cargos é visto como uma maneira de levantar recursos para custear campanhas, manter em alta o partido e perpetuar sua área de influência sobre o governo. O resultado, invariavelmente, é o aumento da corrupção. No sistema
distrital, os eleitos estão menos subordinados à direção do partido do que aos eleitores de sua região. Para se reelegerem, o essencial será a lealdade para com sua base, e não para com os caciques. Estudos mostram que países com voto distrital têm 20% menos casos de corrupção do que países com voto proporcional com lista fechada. “Diferentes sistemas eleitorais têm efeitos diversos sobre o grau de corrupção. Casos como o do Brasil, com muitos candidatos apresentados em lista aberta e que competem em áreas demasiado vastas, estimulam a ilegalidade. A corrupção e a busca por um número gigantesco de votos andam de mãos dadas”,
diz a cientista política Miriam Golden, da Universidade da Califórnia. Ela analisou a relação entre corrupção e sistemas eleitorais em 42 países. “Quando a campanha eleitoral tem de ser feita em regiões muito grandes e com vários partidos, os estímulos para obter recursos ilegais são mais fortes do que o medo das denúncias de adversários”, diz. Por último, mas não menos relevante, o voto distrital pode ser aplicado também a eleições estaduais e municipais, com todas as vantagens elencadas nesta reportagem.

Quem apóia clica aqui.

Aviso aos Viajantes

Mais uma capotagem na Rodovia do Poder. Atenção para a possibilidade de engavetamento generalizado e de interdição da pista.

Polícia Federal: 'O caminho está aberto para a impunidade'

Delegados da Polícia Federal se declaram perplexos com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que mandou anular as provas da Operação Boi Barrica. Eles avaliam que o Judiciário se curva ante investigados que detêm poder político e econômico. Temem que outras operações de grande envergadura tenham o mesmo fim. 'A PF não inventa, ela investiga nos termos da lei e sob severa fiscalização', disse o delegado Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, diretor de Assuntos Parlamentares da Associação Nacional dos Delegados da PF.

'No Brasil não há interesse em deixar investigar', afirma Leôncio. 'As operações da PF são executadas sob duplo grau de controle, do Ministério Público Federal, que é o fiscal da lei, e do Judiciário, que atua como garantidor de direitos. Aí uma corte superior anula todo um processo público com base em quê? Com base no 'ah, não concordo, a fundamentação do meu colega que decidiu em primeiro grau não é suficiente'. Nessa hora não importa que os fatos são públicos e notórios e que nem sequer há necessidade de se ficar buscando uma prova maior.'

Leôncio considera 'revoltante' ouvir críticas de que a PF investiga mal. 'O País não pode aceitar que uma operação seja anulada porque o tribunal não concorda com a fundamentação do juiz de primeiro grau, 'ah, quem tinha que ter autorizado não era o juiz federal da 1.ª vara, a competência era do juiz da 2.ª vara'. Isso atende a uma elite.' Para o delegado, 'o Legislativo faz mal as leis' e 'a polícia trabalha com instrumentos legais limitadíssimos'. 'As leis são limitativas e restritivas, como a da interceptação telefônica. O pano de fundo é o Judiciário a serviço das elites.' Leia mais aqui.

15 de set. de 2011

Reinaldo Azevedo; imperdível

Não, Vaccarezza! O povo não votou na sacanagem!

O deputado Candido Vaccarezza, líder do governo na Câmara (SP), um dos freqüentadores do gabinete paralelo do “chefe de quadrilha”, anda com o juízo perturbado. Seria influência das más companhias? Ontem, depois da queda de Pedro Novais, demitido do Ministério do Turismo, ele disse coisas estranhas. Já chego lá. Antes, algumas outras considerações.

Cinco ministros demitidos em oito meses, quatro deles atropelados pela ética! E olhem que Mário Negromonte só está no cargo porque se entendeu que ele estava recorrendo a uma licença poética ao prever que ainda haveria cena de sangue no boteco do Planalto. Sai Novais, e assume Gastão Vieira. E as credenciais para ser ministro? Ora, ele é do PMDB do Maranhão e amigo de Sarney, a exemplo do antecessor. E Dilma se irritou quando Patrícia Poeta se referiu ao “toma lá, dá cá” da base. De tal sorte o governo está loteado entre os partidos e de tal sorte os partidos lotearam a parte que lhes cabe no latifúndio, que um “Famoso Quem?” é substituído por outro “Famoso Quem?” Ter intimidade com a pasta é irrelevante. Dado o quadro, o fato de o homem se chamar “Gastão” é só mais uma piada inocente, que já nasce pronta.

O modelo, esse tal “presidencialismo de coalizão”, nunca foi grande coisa, mesmo quando operado com rédeas relativamente curtas. Sob o lulo-petismo, que liberou as forças produtivas da fisiologia como nunca, ele chegou à esclerose. A rigor, não temos governo, mas um assalto ao estado. As urnas são uma espécie de ritual para que as máquinas partidárias dividam o butim. É claro que, apesar dessa gente, o Brasil avança. Mas vai a um ritmo muito inferior às suas potencialidades e muito aquém das necessidades do povo. Tomem o exemplo da educação. Estamos diante de um desastre de grandes proporções, revelado por sucessivos exames, inclusive o Enem. Mas Fernando Haddad comemora e quer ser prefeito brandindo a bandeira da educação.

“Esse modelo é uma fábrica de escândalos de corrupção e compromete a eficiência administrativa. É a fotografia do toma-lá-dá-cá”, afirmou, com correção, o líder PSDB no senado, Álvaro Dias (PR). Vaccarezza não gostou e respondeu: “Eu sei que a oposição reclama muito: ‘Temos que ver o modelo’. O que é modelo? O programa de governo foi aprovado nas urnas com ampla votação do povo brasileiro.” Devagar aí, companheiro! Os eleitores, mesmo os petistas, não elegeram um governo para que o país fosse pilhado por larápios! O “programa aprovado nas urnas” certamente não abrigava as lambanças no Dnit, os desmandos na Agricultura, a ONG pilantra no Turismo…

Novais já deveria ter caído faz tempo. Na verdade, nem deveria ter sido nomeado. Protagonizou um escândalo antes mesmo de tomar posse. Só ocupava a pasta porque fruto do modo como se entende a divisão de poder no país. Um governo compõe, sim, com seus aliados; é parte da regra do jogo. Compartilhar é coisa distinta de lotear. O loteamento é isso que se voltou a fazer ontem: “Digam aí, peemedebistas: quem vai ser ministro?” Dilma não escolheu; escolheram por ela e para ela.

Hora de começar a mudar
A crise é do modelo, sim. Já está claro que a chamada “classe política” não vai se mover — com as exceções de sempre — se não for convocada pela população, por fatias dela ao menos. Dilma tem a coragem de demitir, observam alguns. Ok! Ruim foi quando teve a coragem de nomear essa gente.

Não dá mais! O modelo está vencido! Perdeu-se do horizonte o bem público. Hora de pensar em mudança. Precisamos de uma reforma digna desse nome, que “desprivatize” a política. A população — e não apenas os militantes do PT — tem de entrar na equação. Quando falo sobre o “modelo vencido”, não pensem que eximo de responsabilidades os protagonistas dos escândalos. Ao contrário! Fossem decentes, não se meteriam em falcatruas.

Precisamos de um sistema que seja hostil à bandidagem. O que temos hoje facilita enormemente seu trabalho. O voto distrital é a primeira luta que se afigura no horizonte. Até que chegue o dia em que teremos de discutir a sério o fim do Presidencialismo.

Por Reinaldo Azevedo

13 de set. de 2011

Distinção

por Gerhard Erich Boehme

Os corruPTos, os PTralhas, os PTizados e nePTizados, os PTulantes e os PTas promovem deliberadamente a confusão entre os conceitos de marco regulatório e controle social das comunicações.

O marco regulatório é um conjunto de disposições legais que disciplinam as atividades em áreas que dependem de concessão estatal, como a radiodifusão e a telecomunicação. O ideal é que venhamos a ter uma Agência Reguladora, mas longe do alcance dos políticos, em espacial dos que se caracterizam pelo clientelismo político, com seu capitalismo sem mercado, mas de comparsas, e seu socialismo sem compromisso com a educação fundamental, mas de privilegiados.

O "controle social" é conceito em que está implícita não apenas a regulação da propriedade e do funcionamento, digamos, técnico, dos instrumentos de comunicação, mas, sobretudo dos conteúdos veiculados. É pacífica a necessidade da modernização do marco regulatório das comunicações no País, defasado em relação aos avanços tecnológicos das últimas décadas. Mas a questão dos conteúdos diz respeito à liberdade de expressão e ao direito à informação, fundamentos de uma sociedade democrática e, nessa medida, intocáveis. Mas é claro, e fica mais uma vez evidenciado pelas conclusões de seu 4.º Congresso, que não é assim que pensa o PT.

Colhendo o que plantou

por Ferreira Gullar

Lula deixou uma herança maldita:
para não passar por conivente, Dilma teve de demitir "companheiros".




Como disse na ocasião em que Lula deixava o governo, não pretendia voltar a escrever sobre ele. Principalmente porque deixava o governo. Sucede que não se sabe ao certo se ele o deixou e, se o deixou, atua como se não o tivesse deixado - outro dia inaugurou um hospital na Bahia - e se preparasse para reassumi-lo de fato em 2014.

Infelizmente não dá para falar bem dele, mesmo porque o que me traz de volta ao tema é, por um lado o que ele anda fazendo e dizendo e, por outro, a avaliação que a distância dele me possibilitou.

Não tenho prazer nenhum em falar mal de ninguém, particularmente quando se trata de uma figura nacional em quem tanta gente acredita. Pode parecer má vontade ou rancor, mas não é nada disso.

Penso como simples cidadão, atento ao que fazem os políticos e às consequências disso na sociedade. Tanto mais se esse político tem o peso e a influência de um líder como Lula.

Basta ver o que conseguiu quando presidente da República, usando de carisma, habilidade e falta de escrúpulos para montar uma máquina de poder difícil de enfrentar.

Não discuto a legitimidade de um partido ou de um líder pretender governar o país por mais de um mandato ou voltar ao poder, já que a lei o permite. A meu juízo, quanto mais alternância, melhor, já que dificulta a manutenção de feudos no organismo do Estado. Se a permanência prolongada já oferece esse risco, tanto pior é quando se trata de um partido ou líder pouco confiáveis.

E, se meu juízo a respeito de Lula já não era bom, o distanciamento e a revelação de novos fatos só vieram agravá-lo.

Lula é, sem dúvida, um fenômeno. Poucos líderes possuem, como ele, tanta sagacidade aliada à falta total de escrúpulos. Hoje entendo por que Brizola, referindo-se a ele, disse que era "capaz de pisar no pescoço da mãe". Com isso, não quis apontá-lo como um sujeito de temperamento violento, e sim destituído de qualquer compromisso com os valores morais. Só lhe importa o poder. De modo que, para conquistá-lo e mantê-lo, tudo vale.

Não me esqueço da expressão que vi no olhar de Lula, em 2005, quando eclodiu o escândalo do mensalão: era um misto de pavor e perplexidade. "Fui traído", afirmou então, tentando safar-se, e o conseguiu, jogando a culpa sobre seus auxiliares imediatos. Pouco depois, dizia que o mensalão era uma espécie de caixa dois. Hoje afirma que tudo não passou de uma conspiração para tirá-lo do poder. Isso muito embora o procurador-geral da República tenha aceito denunciar 34 dos 40 acusados no processo.

Esse é o Lula, que se apropriou dos programas do seu antecessor, muito embora tudo tenha feito para impedir que fossem implantados. Forçado pelas circunstâncias, rendeu-se à aliança com o PMDB, mas manteve o pacto com a arraia miúda, já não a troco de grana, mas de cargos públicos e vista grossa para a corrupção que, em seu governo, se instalou nos ministérios.

Enfim, posso ter hoje uma compreensão melhor de quem é Lula e quais os seus propósitos. Ele é produto deste momento histórico, quando o fim dos partidos comunistas e do revolucionarismo guerrilheiro abriu caminho para líderes neopopulistas que, arvorando-se em defensores dos pobres, negociam com os ricos a paz social em troca de apoio material e político. É o que Lula fazia como presidente, aliando o discurso antiamericano à oferta de empréstimos subsidiados do BNDES a grandes empresários. Se estava de acordo com as falcatruas praticadas por seus nomeados, pouco importava. Fez que de nada sabia, como convinha.

Eis a herança maldita que ele deixou para Dilma: para não passar por conivente, teve ela de demitir dezenas de "companheiros", envoltos em falcatruas. No entanto, para ficar bem com os partidos da base, diz que a demissão dos corruptos não é faxina, que lembra sujeira. Aliás, corrupção também mudou de nome: agora se chama "malfeitos", como traquinagens de crianças... Haja eufemismos! E logo da parte de Dilma, que é a finesse em pessoa.

Mas os escândalos não param e em apenas oito meses. Já imaginou o que acontecerá em quatro anos? O lulismo está colhendo o que plantou. Independentemente do nome que Dilma dê a isso, talvez seja o começo do fim da aventura neopopulista, a que o país foi arrastado nestes últimos oito anos.