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31 de mai. de 2010

Da coluna Sanatório Geral

Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, advogado de Lula e da campanha de Dilma Rousseff

“Lula é um respeitador profundo do Poder Judiciário”.

“Não acredito que haja uma intenção deliberada de uso da máquina. Não há. Lula é um homem absolutamente consciente do papel dele como chefe de Estado e como presidente”.

Dilma Rousseff, candidata a Presidente do Brasil

“Eu tenho certeza que nós juntos vamos desafiar os desafios e levá o Brasil pra frente”.

“A gente aprende que quando a gente sabe qual é o caminho, quando nós sabemos, a gente segue por ele”.

Dona Dilma e seus dois Tesoureiros

By Toinho de Passira

Não existe petista inocente, existe petista mal investigado. A maldição acompanha os indicados para ser tesoureiro da campanha da candidata Dilma Rousseff. O primeiro João Vaccari Neto, atual tesoureiro do PT, está até o pescoço envolvido no desvio de dinheiro da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) e foi discretamente afastado.

Agora o segundo, ex-prefeito de Diadema, José de Filippi Junior, que inclusive foi tesoureiro da campanha de Lula em 2006, foi condenado, nesta semana, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a devolver valores que podem chegar a R$ 2,1 milhões para os cofres da prefeitura daquela cidade.

A decisão ocorreu pela contratação sem licitação do escritório do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-deputado pelo PT paulista.

O escritório de Greenhalgh ganhou esses milhões e só defendeu duas causas pelo município, que contava com 51 advogados procuradores responsáveis para defender os interesses do município.

Pela condenação Filippi Junior não poderia se candidatar valendo a lei de ficha suja aprovada pelo congresso. Reforçando a inelegibilidade, o Tribunal de Justiça também o condenou à perda dos direitos políticos por cinco anos. A decisão não afeta a função que ele terá na campanha de Dilma. Tesoureiro não é uma função pública.

Para não deixar dúvidas o presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, afirmou que a decisão do tribunal não causa problemas ao PT ou à campanha da pré-candidata à presidência Dilma Rousseff.

“Temos de analisar os fatos. Ele foi condenado por uma atitude que tomou enquanto prefeito, em 1996. Depois disso, ele foi tesoureiro na campanha de Lula à Presidência em 2006 e a conduta dele foi exemplar.

José Eduardo Dutra na sua “ingenuidade” acredita na conduta exemplar de José de Filippi Jr. de João Vaccari Neto, em duende e em Papai Noel.

Só o Partido dos Trabalhadores dos dias de hoje, consegue achar natural que a sua candidata tenha como tesoureiro de campanha, um cidadão condenado em 2ª Instância por improbidade administrativa e com os direitos políticos cassados pela justiça.

Será que PT não tem ninguém honesto para fazer esse trabalho, ou pelo menos alguém que a justiça ainda não descobriu? Por enquanto nenhum petista quer o cargo, com medo da maldição de Dilma.

Só faltou puxar uma terrinha pra cima, como os gatos

Anonimato na internet (do blog Coturno Noturno)

Hoje o decano dos blogueiros, Ricardo Noblat, investe, na sua coluna em O Globo, contra o anonimato na internet. Deveria, então, fechar a sua área de comentários que, aliás, era o que havia de melhor em seu blog, sem demérito ao seu bom trabalho de clipagem e aos raros posts da sua própria lavra, o que lhe rendeu o apelido de O Isento. Sempre é mais fácil chamar um José Dirceu, acusado dos piores crimes contra o erário, cassado e com uma extensa folha corrida, para encher grande parte dos seus leitores de fúria e uns poucos de alegria, já que o blog do Noblat, pelos conceitos do Datafolha, publicados ontem, é majoritariamente de direita. Ou chamar um Marcos Coimbra que, ontem, em artigo sobre o "discurso da oposição", falou uma única vez na "Dilma" e dez vezes no "Lula", mostrando o quanto é fraca a candidata da situação que ele já tem declarado eleita, sob os auspícios do blogueiro. Difícil é, em cada post de um blog, colocar a sua opinião, o seu pensamento, já que o blog é assinado e, pela sua essência, deveria expor o que o dono pensa. O mais irônico é que o Noblat joga para cima dos "anônimos" ou das "falsas identidades" da internet a culpa pelo jogo sujo da campanha eleitoral. Ele não está sendo oportunista, está sendo escapista. Ele, melhor do que ninguém,sabe que o jogo sujo vem sendo jogado pelos políticos e por alguns jornalistas claramente financiados pelo governo Lula, basta olhar os banners de patrocínio dos seus sites e blogs, os seus contratos milionários, a sua linha editorial. Vem sendo jogado pelo próprio governo, que comete crime em cima de crime eleitoral, forçando a oposição a usar as mesmas armas sob pena de perder a eleição antes que a campanha, propriamente dita, comece. O jogo sujo vem sendo jogado pela máquina pública, que usa todo o seu poder econômico e político para alavancar uma candidatura oficialista e personalista. O problema do jornalismo devidamente identificado em relação a internet dos "anônimos" é que ela incomoda. E incomoda muito. Neste blog, por exemplo e apenas como uma homenagem a todos os blogueiros anônimos, foi levantado o problema dos cartões corporativos, com a descoberta da compra da ministra Matilde no Duty Free. Aqui foram denunciados os gastos pessoais da Família Silva, pagos com dinheiro público. Aqui foi informado em primeira mão que a candidata petista não tinha diploma de mestrado e doutorado. E foram dados uma série de "furos" que, posteriormente, foram apropriados pela grande imprensa como se fossem seus. Esta é a verdadeira bronca, pois não se tem notícia na internet de que "anônimos" ou "falsas identidades" tenham alguma vez destruído a reputação de quem tinha reputação. Agora, contra quem tem o rabo preso, a internet anônima faz, sim, um estrago e tanto. A internet anônima e desinteressada rompe a blindagem de personagens da vida pública corruptos e desonestos, muitas vezes garantida por jornalistas amigos e companheiros. Este é o papel que os blogueiros anônimos assumiram, em tempos de uma imprensa cada vez mais aparelhada e venal. Eles são anônimos por um motivo muito simples: não ganham dinheiro produzindo notícias e analisando os fatos, ao contrário de jornalistas, colunistas e blogueiros devidamente identificados, com os seus salários milionários, que vivem de reproduzir o que é melhor para sí, para sua imagem, para o seu business pessoal, pouco se lixando para a opinião pública. O anonimato na internet é a proteção de muitos cidadãos brasileiros contra perseguições em suas atividades cotidianas em empresas, universidades e repartições públicas. Inclusive contra perseguições gratuitas e sem sentido promovidas por jornalistas e blogueiros oficiais.

29 de mai. de 2010

Da área de comentários do Reinaldão

A imprensa é a maior arma do pt para desvirtuar a realidade. Dada sua natureza o pt jamais sobreviveria num ambiente real, em que os acontecimentos fossem relatados à luz da verdade. Lula, e a maioria dos chefes políticos da américa latina, só sobrevivem em função da pobreza cultural e moral dos latino-americanos e quando não por isso, pela enxurrada de dinheiro que injetam na grande imprensa. Mas existe uma parcela da população que sabe ler nas entrelinhas, e que estará sempre aqui, até quando for permitido, denunciando e comentando os abusos, em nome de seus filhos. Agradeço a Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, e outros, por não se venderem…

Poesia: tirando tudo - do nada


ELE ANSEIA PELOS MANTOS DO PARAÍSO

William Butler Yeats

Tivesse eu os mantos bordados do paraíso,
Tecidos com luz dourada e prateada,
Ou os mantos azuis, negros e opacos
Do dia, da noite e da meia luz,
Estenderia cada um deles sob teus pés:
Mas eu, sendo pobre, tenho apenas meus sonhos;
Estendo então meus sonhos sob teus pés;
Pise com cuidado, você está pisando nos meus sonhos.


HE WISHES FOR THE CLOTHS OF HEAVEN

Had I the heavens' embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths

Of night and light and the half light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.

25 de mai. de 2010

"A Esquerda não quer a Reforma Agrária"

O texto é longo, mas é vibrante, e sob medida para esfregar na cara da canalha...

pela Senadora Katia Abreu, no Estadão de hoje

Nada obsta mais a reforma agrária no Brasil que a manipulação político-partidária que dela se faz. A estratégia criminosa de invasões de terras é a ponta de lança desse processo. Transforma o produtor rural em vilão e o invasor em vítima, numa espantosa inversão de valores. A entidade que tudo patrocina, o Movimento dos Sem-Terra (MST), inexiste juridicamente, o que impede reparações judiciais.

O governo, que deveria garantir a segurança dos contribuintes, faz vista grossa, emite declarações simpáticas aos invasores e chega ao requinte de produzir um decreto, o PNDH-3, em que os considera parte a ser ouvida antes de o invadido recorrer à Justiça para reclamar a reintegração de posse. Pior: financia os invasores, via ONGs constituídas com a única finalidade de gerir uma entidade abstrata, embora concreta em seu objetivo predatório. Acumulam-se aí ilícitos: além da invasão, há o ato irregular governamental, denunciado pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, de financiar entidades que burlam a lei.

Quanto já foi gasto - sabe-se que são centenas de milhões de reais - a pretexto da reforma agrária, em dinheiro repassado a essas ONGs? E o que de concreto foi feito para realizá-la? Qual a produtividade dos assentamentos do MST? São perguntas sem resposta, que justificaram a instalação de uma CPI mista no Congresso Nacional, sistematicamente sabotada pela maioria governista.

Em vez de respondê-las, os agentes partidários, travestidos de funcionários públicos, empenham-se em difundir a infâmia de que a maioria dos produtores rurais ou é predadora do meio ambiente ou escravagista. A manipulação de causas contra as quais ninguém, na essência, se opõe é um dos truques de que se vale uma certa esquerda fundamentalista, adversária da livre-iniciativa, para manter como reféns os produtores rurais, difamando-os.

Nenhuma pessoa de bem - e a imensa maioria dos produtores rurais o é - é a favor do trabalho escravo ou da destruição do meio ambiente. Mas isso não significa que concorde com qualquer proposta que se apresente a pretexto de defender tais postulados. Não basta pôr na lei punições contra o “trabalho degradante”. É preciso que se defina o que é e o que o configura concretamente, princípio elementar da técnica jurídica.

A lei não pode ser meramente adjetiva, o que a torna, por extensão, subjetiva, permitindo que seja aplicada conforme o critério pessoal do agente público. Foi esse o ponto que me fez, como deputada federal e depois como senadora, exigir emendas a uma proposta legislativa de punição por trabalho escravo. Não o defendo e o considero uma abjeção inominável. Quem o promove deve ser preso e submetido aos rigores da lei, sem exceção, sem complacência. Mas tão absurdo e repugnante quanto o trabalho escravo é manipulá-lo com fins ideológicos.

O que se quer é o fim da livre-iniciativa no meio rural, pela sabotagem ao agronegócio, hoje o segmento da economia que mais contribui para o superávit da balança comercial do País.

A fiscalização das propriedades rurais está regulada pela Norma Regulamentar n.º 31 do Ministério do Trabalho (MT), que tem 252 itens e desce a detalhes absurdos, como estabelecer a espessura do pé do beliche e do colchão.

Afirmei, em razão desses excessos, ser impossível cumpri-la em sua totalidade e que havia sido concebida exatamente com essa finalidade. Tanto bastou para que fosse acusada de defender o trabalho escravo, recusando-me a cumprir práticas elementares, como o fornecimento de água potável e condições básicas de higiene. Desonestidade intelectual pura.

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que presido, tem sido bem mais eficaz que o Estado na fiscalização trabalhista nas propriedades rurais. Basta conferir os números: os grupos móveis de fiscalização do MT percorreram, em sete anos - de 2003 até hoje -, 1.800 fazendas. A CNA, em 90 dias, percorreu mil fazendas e já está promovendo o circuito de retorno, para averiguar as providências tomadas.

A CNA, com o objetivo de aprimorar o trabalho no meio rural, vai criar um selo social - uma espécie de ISO 9000 trabalhista - para qualificar as propriedades-modelo, qualificando também sua produção. Esse selo indicará não só zelo social, mas respeito ao meio ambiente e adoção de práticas produtivas adequadas. Não queremos responder às injúrias com injúrias, mas com demonstrações concretas de nosso empenho em contribuir para o desenvolvimento econômico e social do País.

É preciso que se saiba que 80% dos produtores rurais brasileiros são de pequeno e médio portes e não suportam economicamente esse tipo de sabotagem, que se insere no rol de crimes contra o patrimônio, de que as invasões de terras são a ponta de lança.

Em quase todos os casos, os enquadrados como escravagistas não são processados. E por um motivo simples: não o são. As autuações trabalhistas que apontam prática de trabalho escravo são insuficientes para levar o Ministério Público a oferecer denúncias pela prática de infrações criminais. O resultado é que, enquanto isso não ocorre, o produtor tachado de escravagista fica impedido de prosseguir em seu negócio e acaba falido ou tendo de abrir mão de sua propriedade. A agressão, como se vê, não é somente contra o grande proprietário, mas também contra a agricultura familiar, cuja defesa é o pretexto de que se valem os invasores e difamadores.

Diante disso tudo, não hesito em afirmar que se hoje o processo de reforma agrária não avança no País a responsabilidade é dessa esquerda fundamentalista, que manobra o MST, consome verbas milionárias do Estado e proclama a criminalização dos movimentos sociais. Não há criminalização: há crimes, com autoria explícita. O MST, braço rural do PT, não quer a reforma agrária, mas sim a tensão agrária, de preferência com cadáveres em seu caminho, de modo a dar substância emocional a um discurso retrógrado e decadente. Reforma agrária não é postulado ideológico, é imperativo do desenvolvimento sustentado. Por isso a CNA a apoia. Por isso o MST e a esquerda fundamentalista não a querem.

23 de mai. de 2010

Chute na canela

Um agente provocador, disfarçado de jornalista, dizendo-se pautado por uma fonte secreta, quis saber do presidenciável José Serra "se era verdade que ele iria acabar com o Bolsa Família".
Está aí o xis da questão, o grande ativo eleitoral do PT. Esse partido, que conseguiu agregar em torno de si praticamente tudo o que há de mais podre na política brasileira, para dar continuidade à roubalheira necessita do apoio da massa popular, e faz com ela uma troca de favores, às expensas do restante e do futuro do país.
Não tenho os números, mas não tenho dúvida de que o gasto do governo federal com a propaganda de suas "ações sociais" seria suficiente para que estas fossem muito mais abrangentes. Enganar a massa e ainda por cima enriquecer a militância é tudo o que eles querem.
Como desmontar essa tramóia?
Pelo chamamento à razão dos políticos comprometidos seria ingenuidade, dada sua venalidade irreversível. Pela cobrança de atuação da rede institucional seria insuficiente e temerário, por estar esta se mostrando, cada vez mais, incapaz de conter as investidas da ilegalidade, e por isso mesmo em processo de desmoralização - que só não está conduzindo o país à anomia porque seu espaço de autoridade normativa vai sendo ocupado, paulatinamente, pelo arbítrio ditatorial dos iluminados do partido único, nela infiltrados.
Resta, como última alternativa, a conquista da própria fonte da soberania democrática: a opinião do povo.
Fosse este mais esclarecido - mais independente, em todos os sentidos -, esse trabalho nem seria necessário; a correção de rumos se imporia como que por magia; uma pressão efetiva e silenciosa simplesmente impediria que as aberrações prosperassem. Mas é preciso chegar a constituir-se uma massa crítica para que as estridências se sintam deslocadas e caiam, sozinhas, em si.
Tal como está, o povo realmente precisa de dentista nas escolas, de um sistema de saúde sustentável e apto a um atendimento tempestivo, de uma ordenação educacional capaz de diferenciar-se conforme as opções e aptidões, de uma estrutura de segurança que mereça respeito, de um Estado com prestígio suficiente para estabelecer normas que valham inclusive para os governantes, referendadas por uma população com autonomia para tanto.

A autonomia é a grande aspiração do indivíduo, e nada como dispor de dinheiro para ter-se, dela, a sensação... O esquema atual da Bolsa Família, embora mais subjetiva que objetivamente, contempla essa demanda, dá o gostinho..., que implica em auto-estima, gera gratidão..., e inibe a avaliação crítica.
Nem só de pão vive o Homem; essa demanda é real. Podemos atendê-la, sem a criação de laços espúrios.
Assim como entre os judeus, parece, há o costume de se fazer uma poupança para as crianças, que lhes é entregue ao irem atingindo a maioridade, poderíamos destinar um recurso público, advindo da riqueza natural do país, para sua população que foi menos favorecida pelas heranças, materiais ou não, que todos recebemos. Por exemplo, direcionar o rendimento das ações da Petrobras em poder do Estado, ou algo equivalente, a essa política social. Isso traria impessoalidade ao sistema e levaria a própria cidadania a interessar-se pela gestão da distribuição; quanto mais beneficiários, menos para cada um.

O terrorismo eleitoral - da implantação da desconfiança quanto ao encerramento do Bolsa Família - poderia ser respondido objetivamente com a enumeração das ações a serem implementadas nos campos da saúde, educação e segurança, que também são renda indireta, e com a denúncia da dependência política, causada pela barganha de uma autonomia ilusória pelo poder real de algum idiota oportunista.

21 de mai. de 2010

Dos Blogs pela Democracia


O totalitarismo é uma máquina de tremenda eficácia. A ideologia comunista propõe a imagem de uma sociedade melhor e nos incita a desejá-la: não faz parte da identidade humana o desejo de transformar o mundo em nome de um ideal?

(...) Além do mais, a sociedade comunista priva o indivíduo de suas responsabilidades: são sempre ‘eles’ quem decidem. Ora, a responsabilidade é frequentemente um fardo pesado a ser carregado ...

(...)A atração pelo sistema totalitário, experimentado inconscientemente por numerosos indivíduos, provém de um certo medo da liberdade e da responsabilidade – o que explica a popularidade de todos os regimes autoritários”.

Tzvetan Todorov


17 de mai. de 2010

Doente mental da cabeça

Hugorila Chavecão - deuzolivre de uma besta destas governando teu país -, abertamente, em plena campanha eleitoral do país vizinho, ameaçou a Colômbia com a guerra caso seja eleito o candidato apoiado por Uribe, Juan Manuel Santos.

E então, como por milagre, ou naquela de "é melhor concordar, pois pode tornar-se agressivo", eis que o povão colombiano tirou do nada a candidatura de Antanas Mockus, do Partido Verde, projetando, segundo as pesquisas, sua vitória nas eleições de 30 de maio.

Se vencer, governará o país junto com um tal de Parkinson, que o acompanha onde quer que vá. Parece coisa feita: uma guerra interna em vias de ser apoiada por outra, externa, enfrentadas por um comandante portador de doença neurológica incapacitante. É destino?

Parece que sim. Mockus já declarou que "aprecia Chávez", que não vê razão para existirem Forças Armadas, e que extraditaria Uribe e os comandantes militares colombianos para o Equador, caso solicitado por este, pelo ataque ao acampamento das FARC onde foi morto Raúl Reyes. Talvez acredite que extinguindo a soberania de seu próprio poder a Colômbia não seja ocupada por outros poderes..., e que reinaria a boa vontade...

Mas os seres humanos não costumam ser tão simplórios assim, menos ainda os que chegam a tais proeminências; e Mockus, de fato, é muito mais complexo que isso.

É filósofo, reconhecido como um gênio matemático e também como um funcionário honrado. Foi duas vezes Prefeito de Bogotá, com boas administrações. Foi Reitor. Tudo isso entremeado com aparições vestido de Superman, com arriar as calças e mostrar o traseiro para uma platéia de estudantes que o vaiava, com uma mijada pública no gramado da universidade e com seu casamento celebrado num picadeiro de circo.

'Tamos bem de vizinhos...

Desenterrando os arsenais

da coluna do Augusto Nunes, sob o título "A desmontagem da farsa exige mais que galhofa"

Por enquanto, levamos a coisa na brincadeira ─ e nos divertimos muito. Mas acho que a coisa ficou séria. Porque ela não é a Hebe Camargo ou a Ana Maria Braga ─ ainda pode ser eleita presidente da República.

Há oito meses ouço tudo o que Dilma diz em público. Não lhe ouvi ainda uma frase inteligente. Um raciocínio límpido, criativo. Uma tirada esperta. Um jogo de palavras que faça sentido lógico e tenha algum requinte metafórico. Uma boa ideia própria. Uma resposta satisfatória e sincera. Um pensamento sobre o Brasil que denote um juízo superior sobre nossas raízes, nossas mazelas e nosso futuro. Um cacoete de estadista. Uma réplica ferina. Sequer uma grosseria fina tirada do bolso do casaquinho como recurso dialético.

Só sandices, pensamentos toscos, construções que não param de pé, só o mais absoluto desconhecimento das leis básicas da argumentação, da sintaxe, da gincana política e da articulação de modernos conceitos de estado. Uma incultura geral inédita entre pessoas públicas.

Decorou de orelhada meia dúzia de conceitos primários ─ o Brasil como quinta potência, a creche como berço de tudo, a casa como identidade pessoal ─ e os repete país afora, com um detalhe: a repetição, que normalmente produz aprimoramento, só piora sua capacidade de expressão. Não consegue sequer reproduzir, sem erros grosseiros, máximas, ditados e aforismos que já fazem parte da psique popular.

Políticos cometem gafes, dizem asneiras, cometem atentados de estilo. Mas não todos os dias. Não em todos os discursos, todas as entrevistas, todas as frases. Todas, literalmente todas. Qualquer pessoa tem lampejos.

Em Dilma, nada se salva, rigorosamente nada. Não domina nenhum tema, nada lhe é familiar. Nem sua doença, nem os livros que (não) leu, os filmes que (não) viu. Nem sequer sua família lhe é familiar. Pior: apresenta a forma mais profunda de ignorância, que é não saber que não sabe. Se se assistisse no estarrecedor vídeo do Neymar/Ganso, diria que deu um show de bola.

Dilma Rousseff não chega a ser uma dona de casa caindo de paraquedas na disputa da Presidência. Ela não tem nem mesmo os dons mínimos para ser “do lar” – haja vista o omelete Superpop, cujos ovos ela mexeu antes de quebrar, se é que isso era possível. Palmirinha seria uma candidata mais viável. Dilma é nosso Zelig ─ e de Woody Allen só tem a feiúra. E olha nós aqui de novo fazendo piada com algo seriíssimo.

Acho que basta. Uma coisa é chutar de canela ao falar de Vidas Secas, dos instintos paternos, de Neymar e Ganso. Outra é divagar tão ignorantemente sobre um hipotético arsenal atômico de um país hoje aliado. Dilma não é uma ameaça ao vernáculo ─ mas à segurança nacional.

Essa mulher evidentemente não tem a menor condição de representar um único brasileiro ─ sequer seu neto Gabriel, ainda “unborn”. O que dirá de representar o Brasil, sujeitando-nos à galhofa, ao escárnio, a incidentes diplomáticos irreparáveis ─ do que são prova o “meio ambiente como ameaça ao desenvolvimento” e as agora reveladas bombas nucleares do Irã, país que ela nem sabe onde fica. Impô-la ao país, sem medir as consequências, é uma afronta ─ e, de todos os malfeitos do PT, o mais criminoso.

A bem da verdade: ela não tem culpa. Os escândalos do mensalão e dos aloprados privaram Lula de suas duas apostas para a sucessão ─ Dirceu e Palocci. Então, por instinto de sobrevivência, ele se lembrou da gerentona do sub-solo, a mineira-gaúcha de poucas e duras palavras, que exigia para ontem o que não podia ser feito hoje e nem seria feito amanhã — como as obras do PAC.

Durante anos, a inegável eficiência dos técnicos do segundo escalão do governo camuflou a fraude da falsa competência. No dia em que o Criador, depois da última cinzelada na criatura, ordenou “Fala Dilma”, o mito começou a ruir.

Mas, na busca desesperada pela continuidade da Ptcracia, os criadores fingem que não percebem o cruel desmoronamento da criatura Dilma ─ e ainda fazem questão de exibi-la, como uma avis rara mais primitiva que os Pterossaurus.

Se não me falha a memória, o mito começou a ruir aqui.

Mas a galhofa já não basta.

Agora, com a ameaça da bomba nuclear, é preciso falar sério sobre Dilma Rousseff.

16 de mai. de 2010

A sociedade que se dane

por Mary Zaidan

No afã de abortar a urgência para a votação do projeto Ficha Limpa, aprovado a fórceps na Câmara dos Deputados sete meses e meio depois de lá ingressar por iniciativa popular, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) acabou por despir o governo do qual é líder. Deixou-o nu, expondo o distanciamento absoluto entre os interesses do presidente da República com os maiores índices de aprovação que o país já teve e os do povo.

O dito – “Esse não é um projeto de governo, é da sociedade. O do governo, que vamos trabalhar com prioridade, é o do pré-sal” – não deixa pedra sobre pedra.

Poucas são as frases tão desastradas e ao mesmo tempo tão elucidativas.

De uma só tacada, Jucá desrespeitou os mais de quatro milhões de brasileiros que subscreveram a única tentativa de moralização da atividade política dos últimos tempos e escancarou de vez a total ausência de compromisso do governo Lula com as aspirações da “sociedade” que lhe conferiu votos e poder.

Não é de hoje que projetos de interesse do governo suplantam aqueles que realmente importam ao cotidiano das pessoas. A começar pelo festival de medidas provisórias que tranca a pauta legislativa em favor dos desejos governamentais, a maior parte sem qualquer vinculação com as reais demandas da população. Enquanto isso, propostas sobre combate à violência, desoneração tributária, fiscalização e controle de gastos públicos, só para citar algumas, continuam a acumular teias de aranha e muito pó, sem qualquer chance de serem votadas.

O projeto sobre as reservas de petróleo do pré-sal - riqueza escondida no fundo mais profundo do oceano, ainda sem solução tecnológica ou econômica factível para viabilizar sua exploração pelo menos na próxima década – é um exemplo ímpar. Nada justifica a urgência para votá-lo. Quanto mais em detrimento de uma proposta – essa sim, emergente - que a sociedade reivindica.

Ao que parece o governo Lula corre para tirar proveito já do ouro negro do futuro, pouco se lixando para o alto custo na vida presente de cada um dos brasileiros. Faz ouvidos moucos ao clamor popular, preferindo conferir maior relevância aos ganhos imediatos da regulamentação do pré-sal, entre eles os de criação de uma nova estatal, com mais cargos e nomeações.

A única chance de o governo se redimir seria a de os senadores votarem o projeto Ficha Limpa com celeridade, a tempo de salvar a sua validade para as eleições deste ano. Mas é difícil crer, já que mesmo tendo todas as oportunidades para voltar atrás, Jucá continua irredutível. Como líder, não o faria à revelia, sem endosso e instruções claras do governo.

Prova disso é que dispensou as desculpas elaboradas pelo presidente do Senado, José Sarney - para quem o líder do governo teria emitido uma opinião pessoal -, e nem de longe pensou em engrossar a corrente do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que busca coletar assinaturas para acelerar o trâmite da matéria. Muito menos admite votá-la na próxima quarta-feira, como muitos dizem querer.

Pode até ser que Jucá tenha sido escolhido para o trabalho sujo: o de evitar uma implosão na base governista, parte dela com penduras na Justiça. E, de quebra, agradar à maioria de ambas as casas legislativas, que nem de longe quer se submeter às regras do Ficha Limpa, mesmo depois de amenizadas pela Câmara dos Deputados.

Se assim for, expõe a pior face do governo Lula. Rechaça, por conveniência, uma medida de cunho e apelo popular, que só preconiza um pouco de vergonha na cara aos que pretendem representar os 190 milhões de brasileiros. E o faz sem qualquer constrangimento. Afinal, isso pouco importa para um governo que age e se considera acima do povo.

15 de mai. de 2010

A última do Mainard

Lula foi ao baile funk de Mahmoud Ahmadinejad assim como Vagner Love foi à Rocinha. Vagner Love confraternizou com os assassinos do Comando Vermelho? Lula está confraternizando com os assassinos da Guarda Revolucionária iraniana. Vagner Love faz trabalho humanitário no morro? Lula, segundo Dilma Rousseff, faz trabalho humanitário no Golfo Pérsico. Vagner Love foi festejar os dois gols que marcou contra o Macaé? Lula está festejando os dois gols que marcou contra o Brasil.

O Brasil é uma espécie de Macaé do mundo. Isso é uma sorte. Se o Brasil fosse a Inglaterra, Lula já estaria consagrado como o nosso Chamberlain. Sempre que alguém quer guerrear, surge algum pateta tentando ser intermediário da paz.

Em 1938, o primeiro-ministro da Inglaterra, Chamberlain, viajou para a Alemanha para negociar olho no olho com Hitler. Depois de alguns encontros, eles assinaram um tratado de paz, pelo qual Hitler se comprometia a ocupar apenas uma parte do território da Checoslováquia. Chamberlain voltou à Inglaterra comemorando a paz. Seis meses mais tarde, Hitler atropelou Chamberlain e ocupou o resto da Checoslováquia. Em seguida, ocupou a Europa inteira.

Idiota útll
Se Lula é o Chamberlain de Macaé, Mahmoud Ahmadinejad só pode ser o Hitler de Macaé. Como Hitler, ele mata seus opositores. Como Hitler, ele persegue as minorias. Como Hitler, ele tem um plano para eliminar todos os judeus. Só lhe falta o poder de fogo, porque um Macaé, felizmente, é sempre um Macaé. O papel de Lula é esse: dar-lhe algum tempo para que ele possa obter uma arma nuclear. Na semana passada, um articulista do Washington Post chamou Lula de “idiota útil” de Mahmoud Ahmadinejad. O articulista está certo. Mas há outros “idiotas úteis”, além de Lula.

O G15, reunido neste domingo no baile funk iraniano, conta também com a Venezuela, de Hugo Chávez, com o Zimbábue, de Robert Mugabe, e com a Indonésia, de Susilo Bambang Yudhoyono, eleito pela Time, em 2009, uma das 100 personalidades mais influentes do mundo. Time é uma espécie de VEJA de Macaé.

O apoio ao programa nuclear iraniano é o maior erro que o Brasil já cometeu na área internacional. Só a vaidade de Lula ganha com isso. Ao desafiar os Estados Unidos e a Europa, tornando-se cúmplice de Mahmoud Ahmadinejad, ele pode sentir-se um tantinho maior do que realmente é. Trata-se da síndrome de Macaé. Mas alguém tem de dizer a Lula que seu tempo já se esgotou. Ele representa o passado. A esta altura, sua autoridade é meramente protocolar. Um novo presidente será eleito daqui a cinco meses. Só ele poderá decidir sobre assuntos estratégicos. Em vez de atuar como um quinta-colunista da bomba nuclear iraniana, Lula deveria pensar apenas em esvaziar as gavetas de seu gabinete. Acabou, Lula. Chega. Fim. Xô.

14 de mai. de 2010

Do blog Trem Azul

Devassas e auditorias no Estado do Pará, cuja governadora é a petista Júlia Carepa, devesdam um mar de lama em todos os setores da administração pública paraense. Documentos que atestam o cocozal foram entregues ontem à Câmara Legislativa local pela ex-Auditora-chefe da Auditoria Geral do Estado, que foi exonerada pela governadora petista.

Mutretas de zilhões, nas secretarias de Educação, Transportes, Obras, com a merenda escolar, material escolar e mais o quê. Trata-se de um desarranjo na tribo, resultando em deduragem generalizada. Não pára de boiar coisa na lagoa.

7 de mai. de 2010

Nova Carta Aberta de Bruno Daniel - irmão de Celso Daniel

"Celso Daniel estaria vivo se a política fosse feita de outra maneira?"

Neste dia em que Celso Daniel completaria 59 anos, nossa maneira de homenageá-lo é seguir no nosso combate na busca da elucidação de seu assassinato e punição de culpados, porque mesmo que novos acontecimentos nos animem, sabemos que eles ainda não são suficientes e que há um longo caminho a percorrer.

O desvendamento das razões do assassinato de Celso poderá nos levar ao questionamento dos fundamentos a partir dos quais é feita a política em nosso país. E quem sabe poderemos caminhar para um outro jeito de fazê-la pautada pela utopia de uma sociedade mais justa e solidária, cujo alicerce é o respeito aos direitos humanos, dentre eles o direito à vida, coisa que Celso não teve.

Neste momento podemos dizer que vemos uma luz no fim do túnel. No dia 25 de março o juiz de Itapecerica da Serra mandou a juri popular 6 dos acusados do assassinato de Celso. Esta decisão reforça a nossa crença nas possibilidades de avanços de nossas instituições.

Há no entanto que manter a vigilância e continuar a agir, e é a isto que conclamamos a todos os que consideram que na base de sua morte encontram-se elementos emblemáticos de um jeito de fazer política que achamos que pode e deve ser mudado para que episódios como esse não se repitam mais. Entre esses elementos estão a independência entre os poderes e sua eficácia, os mecanismos de financiamento de campanhas eleitorais, a manutenção das atuais prerrogativas do Ministério Publico (MP), a redução das desigualdades, a independência dos meios de comunicação de massa etc.

Por que agir e manter a vigilância?

1. Por que tanta demora no caso de Celso?

Ora, como aceitar que inúmeros outros assassinatos já tenham ido a júri popular e resultado em condenações, enquanto que o de Celso tenha ocorrido em janeiro de 2002 e até hoje não está solucionado? O que explica essa lentidão? Como ela favorece a impunidade de sequestradores, executores de assassinatos e mandantes? O processo de Sérgio Gomes da Silva foi separado daquele dos demais indiciados, hoje caminha de forma ainda mais lenta e ainda não há decisão se vai a juri popular. Por que há uma lentidão ainda maior para julgar este que é considerado mandante do assassinato de Celso?

2. Qual é o papel do Supremo Tribunal Federal (STF) em crimes como o de Celso?

O STF concedeu habeas corpus a três dos acusados de assassinato de Celso Daniel, réus confessos, quando o encaminhamento deles a júri popular inviabilizaria sua soltura. É bom lembrar que os três já tentaram fuga de sua reclusão. Se é injusto ficar detido sem julgamento, a argumentação do STF está longe da unanimidade : como discute o MP, a partir de Lei de 2007, réus confessos desse tipo de crime só poderiam sair do regime fechado de reclusão, se não houvesse julgamento, após cumprimento de 3/5 da pena, isto é, 18 anos! Mas por que o STF tomou essa decisão a apenas uma semana antes da data que o Juiz de Itapecerica comunicou sua decisão de encaminhá-los a júri popular?

Dos três réus confessos que receberam habeas corpus do STF, um está solto, enquanto os outros dois continuam presos por responderem a outros processos. Sobre este que foi solto, a vigilância se refere a adotar todos os meios para preservar sua vida até que ocorra o júri popular, marcado para 3 de agosto deste ano e para que ele esteja lá presente. Esperamos que assim seu julgamento ocorra e se reavivem, junto à sociedade, as circunstâncias e as causas mais remotas e mais imediatas do assassinato de Celso, de tal modo que mudanças essenciais de nossas instituições sejam de fato colocadas na agenda nacional, sem o que tememos que nossa frágil democracia pouco avance. Teria o STF levado isso em conta?

Outro elemento que requer ação e vigilância refere-se ao questionamento do Dr. Podval, advogado de Sérgio Gomes da Silva, da inconstitucionalidade das atuais prerrogativas do MP. Se o mesmo STF aceitar tal questionamento, todas as provas por ele colhidas (materiais, testemunhais, etc) e que provam que o crime foi planejado, que Celso foi torturado antes de ser assassinado e que há mandantes, serão consideradas ilegais e não poderão ser utilizadas no julgamento dos indiciados.

Reafirmamos o teor de nossa Carta, que foi enviada em 2007 ao STF por Hélio Bicudo, lutador incansável pelos Direitos Humanos: não é apenas a punição dos culpados da morte de Celso que estará em jogo. Se tais prerrogativas forem reduzidas, haverá enorme retrocesso institucional, uma vez que o mesmo ocorrerá com todas as provas de inúmeros outros indiciamentos e no futuro haverá menos independência para se realizarem investigações, principalmente daqueles que detêm poder político e/ou econômico.

O STF já se posicionou, por unanimidade, sobre habeas corpus impetrado por policial condenado por crime de tortura, que pediu a anulação do processo desde seu início sob a alegação de que ele foi baseado exclusivamente em investigação criminal do MP, reconhecendo, no dia 20 de outubro de 2009, o poder de investigação do MP nesse caso.

Quando o STF decidirá sobre o questionamento do Dr. Podval em nome de Sergio Gomes da Silva? Às vésperas do pronunciamento de sentença do juiz se vai encaminhar ou não este acusado a juri popular, como o fez ao conceder habeas corpus a 3 dos acusados de assassinato?

Que razões movem o STF para a tomada de suas decisões no caso do assassinato de Celso? Que forças atuam sobre ele? Haveria alguma relação com certos políticos e empresários que defendem a tese de que Celso foi vitima de crime comum? Como esperar que com essas decisões e essa lentidão da Justiça se reduza o sentimento de impunidade que impera no Brasil?

3. Qual é o papel da polícia no caso da investigação do assassinato de Celso?

Conforme denunciamos já em 2002, a investigação realizada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que afirma que Celso foi vítima de crime comum, estava repleta de lacunas, contradições e falta de documentos, o que conduziu o MP a pedir a reabertura das investigações.

Que relação há entre tal tipo prática e o interesse de certos grupos do crime organizado que têm estreita relação com certos políticos e empresários, chegando inclusive a se instalar no aparelho do estado? Ou ainda, que relação tudo isso tem com os financiamentos irregulares de campanhas eleitorais, que ao fugirem da legalidade proporcionam a alguns enriquecimento ilícito?

4. Qual o papel da imprensa e do executivo com relação ao assassinato do Celso?

Está longe de haver um posicionamento único sobre o caso de Celso da parte da imprensa. Isso faz parte do jogo democrático.

No entanto, em livro lançado em 2008 no Brasil por Larry Rohter, do jornal New York Times, o jornalista escreve que viveu tentativa tumultuada de expulsão do nosso país, acionada pelo governo federal em 2004, em função de investigações que fazia sobre o assassinato de Celso e artigo publicado em seu jornal sobre tal fato. Em sendo isso verdade, pode-se perguntar : o executivo federal exerce alguma pressão sobre o trabalho de cobertura da imprensa quanto ao assassinato do Celso?

5. Qual o papel do legislativo no caso de Celso?

Também temos que ficar vigilantes com relação à Câmara Federal e ao Senado. Está em curso no Senado, já aprovada pelos deputados, uma lei que vem sendo chamada de “lei da mordaça” pela imprensa, para criar empecilhos à manifestação de promotores e juízes. No caso do Ministério Publico, reconhecido como " advogado do povo ", não seria o mesmo que impedir que nós brasileiros pudéssemos nos manifestar.

Por que e em nome de quem agem os legisladores favoráveis à “lei da mordaça”?

Diante de tantas questões a enfrentar e ações a serem reforçadas e/ou desencadeadas, nos resta a luta para vermos esclarecidas as razões do assassinato do Celso e quem sabe com isso trabalhar para enriquecer a agenda Política brasileira de forma a contribuir para que assassinatos desta natureza não ocorram mais em nosso país.

França, 16 de abril de 2010
Bruno José Daniel Filho e Marilena Nakano (refugiados na França)"