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30 de dez. de 2013

Teoria precisa


Como era (e continua sendo) o diagrama esquemático da 8-hidroxiquinolina:
E como foi fotografada por pesquisadores chineses:

20 de dez. de 2013

Síntese


O "descamisado" vê o "governo humanitário" como aquele que quer salvá-lo...


... mas não vê que este poderia, se quisesse, dar-lhe condições de subir por seus próprios méritos.

17 de dez. de 2013

Sobre o aquecimento global e outras farsas...



... vale uma leitura do post Um frio inconveniente.

Sombra da lua

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Quando presenciamos um eclipse solar, a lua bloqueia o sol. Mas, a partir do espaço, se olharmos para o nosso planeta, o evento assume uma perspectiva totalmente diferente – vemos uma mancha estranha no globo, a sombra da lua que cai na superfície do planeta. A imagem revela por que nem todo mundo na Terra é capaz de ver qualquer eclipse solar total – a sombra cobre apenas parte do planeta, e você tem que estar perto do centro da sombra para vê-lo. Durante um eclipse solar, a sombra da lua se move através da superfície da Terra a cerca de 2.000 quilômetros por hora. Esse eclipse ocorreu em 11 de agosto de 1999, e foi um dos últimos registrados a partir da estação espacial russa Mir.

Cristais ultrapuros são montados com DNA


Os cristais podem ser feitos de praticamente qualquer material, de acordo com a aplicação que se tem em vista. 


Cristais com DNA

É possível fabricar diamantes e outros cristais artificiais, desde que se tenha à disposição equipamentos de altíssima pressão, ou se use explosivos.

Evelyn Auyeung e seus colegas da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, descobriram uma forma muito mais sutil e controlada de fazer o mesmo.

O grupo descobriu que é possível usar moléculas de DNA para guiar nanopartículas e fazer com que elas se transformem em cristais perfeitamente ordenados.

"Cristais são a espinha dorsal de muitas coisas das quais dependemos - diamantes para joias e aplicações industriais, safiras para lasers e silício para a eletrônica," explica o professor Chad Mirkin, orientador do grupo.

O problema é que geralmente dependemos de coletar esses cristais na natureza, purificá-los e conformá-los a cada aplicação.

Seguindo o princípio básico da nanotecnologia, o grupo se propôs a construir os cristais de baixo para cima.
Para isso, eles desenvolveram uma técnica que usa nanopartículas como se fossem átomos, moléculas de DNA para fazer as ligações e um pouco de calor para formar os monocristais.


Automontagem de cristais

As moléculas de DNA guiam as nanopartículas para formar a rede atômica ordenada do cristal.

As nanopartículas e as moléculas de DNA são postas em solução, ligeiramente aquecidas e depois deixadas para resfriar. O resfriamento lento encoraja as fitas de DNA a encontrarem seus complementos, unindo as nanopartículas para formar cristais.

Partindo de uma fita específica de DNA, é possível prever com precisão o formato do cristal que resultará da automontagem das nanopartículas, o que possibilita um nível de controle sem precedentes sobre o resultado final - o cristal pode ser projetado segundo a aplicação.

Os monocristais são extremamente puros e têm uma rede cristalina contínua e sem defeitos.

A ausência de defeitos nos cristais - qualquer que seja o elemento de que são formados - pode dar a eles propriedades ópticas, mecânicas e elétricas únicas.

"Nosso método pode levar a novas tecnologias e mesmo abrir o caminho para novas indústrias, da mesma forma que a capacidade para crescer silício em arranjos cristalinos perfeitos tornou possível a indústria multibilionária dos semicondutores," prevê Mirkin.


Janela inteligente distribui luz do Sol


A nova tecnologia permite iluminar também ambientes internos.


Luz inteligente

Quando o Sol incide sobre uma janela comum, a parte interna do ambiente não é afetada diretamente, enquanto a parte mais próxima da janela fica com luz demais, geralmente forçando a fechar as persianas e deixar tudo escuro.

Anton Harfmann e Jason Heikenfeld, da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, incomodaram-se justamente com esse dilema e criaram uma solução para ele que batizaram de SmartLight - "luz inteligente", em tradução livre.

A técnica consiste em uma série de minúsculas células eletrofluídicas e uma série de dutos vazios que espalham a luz do Sol de forma controlada, levando a iluminação natural para a parte mais interna do ambiente e diminuindo o excesso de luz nas proximidades da janela.

Segundo os dois pesquisadores, a tecnologia pode ser aplicada a qualquer tipo de edificação, de pequenos apartamentos a prédios comerciais.

Células eletrofluídicas

As células eletrofluídicas, cada uma medindo apenas alguns milímetros quadrados, conduzem pelos microcanais um líquido com propriedades ópticas especiais, similares às do vidro.

A tensão superficial do fluido pode ser rapidamente manipulada para formar lentes ou prismas, controlando a passagem da luz pela célula e permitindo dirigir a luz.

Uma janela com a tecnologia SmartLight consome entre 10.000 e 100.000 vezes menos energia do que uma lâmpada convencional, o que permite que as células eletrofluídicas sejam alimentadas por células solares incorporados na própria estrutura.

Os pesquisadores agora estão trabalhando em um aplicativo que permita que a luminosidade seja controlada à distância, por um sistema sem fios.


16 de dez. de 2013

Você sabe o que é MAV?


por Demetrio Magnoli

Inventada no 4º Congresso do PT, em 2011, a sigla significa Militância em Ambientes Virtuais. São núcleos de militantes treinados para operar na internet, em publicações e redes sociais, segundo orientações partidárias. A ordem é fabricar correntes volumosas de opinião articuladas em torno dos assuntos do momento. Um centro político define pautas, escolhe alvos e escreve uma coleção de frases básicas. Os militantes as difundem, com variações pequenas, multiplicando suas vozes pela produção em massa de pseudônimos. No fim do arco-íris, um Pensador Coletivo fala a mesma coisa em todos os lugares, fazendo-se passar por multidões de indivíduos anônimos. Você pode não saber o que é MAV, mas ele conversa com você todos os dias.

O Pensador Coletivo se preocupa imensamente com a crítica ao governo. Os sistemas políticos pluralistas estão sustentados pelo elogio da dissonância: a crítica é benéfica para o governo porque descortina problemas que não seriam enxergados num regime monolítico. O Pensador Coletivo não concorda com esse princípio democrático: seu imperativo é rebater a crítica imediatamente, evitando que o vírus da dúvida se espalhe pelo tecido social. Uma tática preferencial é acusar o crítico de estar a serviço de interesses de malévolos terceiros: um partido adversário, "a mídia", "a burguesia", os EUA ou tudo isso junto. É que, por sua própria natureza, o Pensador Coletivo não crê na hipótese de existência da opinião individual.

O Pensador Coletivo abomina argumentos específicos. Seu centro político não tem tempo para refletir sobre textos críticos e formular réplicas substanciais. Os militantes difusores não têm a sofisticação intelectual indispensável para refrasear sentenças complexas. Você está diante do Pensador Coletivo quando se depara com fórmulas genéricas exibidas como refutações de argumentos específicos. O uso dos termos "elitista", "preconceituoso" e "privatizante", assim como suas variantes, é um forte indício de que seu interlocutor não é um indivíduo, mas o Pensador Coletivo.

O Pensador Coletivo interpreta o debate público como uma guerra. "A guerra de guerrilha na internet é a informação e a contrainformação", explica o deputado André Vargas, um chefe do MAV. No seu mundo ideal, os dissidentes seriam enxotados da praça pública. Como, no mundo real, eles circulam por aí, a alternativa é pregar-lhes o rótulo de "inimigos do povo". Você provavelmente conversa com o Pensador Coletivo quando, no lugar de uma resposta argumentada, encontra qualificativos desairosos dirigidos contra o autor de uma crítica cujo conteúdo é ignorado. "Direitista", "reacionário" e "racista" são as ofensas do manual, mas existem outras. Um expediente comum é adicionar ao impropério a acusação de que o crítico "dissemina o ódio".

O Pensador Coletivo é uma máquina política regida pela lógica da eficiência, não pela ética do intercâmbio de ideias. Por isso, ele nunca se deixa intimidar pela exigência de consistência argumentativa. Suzana Singer seguiu a cartilha do Pensador Coletivo ao rotular o colunista Reinaldo Azevedo como um "rottweiler feroz" para, na sequência, solicitar candidamente um "bom nível de conversa". Nesse passo, trocou a função de ombudsman da Folha pela de Censora de Opinião. Contudo, ela não pertence ao MAV. Os procedimentos do Pensador Coletivo estão disponíveis nas latas de lixo de nossa vida pública: mimetizá-los é, apenas, uma questão de gosto.

Existem similares ao MAV em outros partidos? O conceito do Pensador Coletivo ajusta-se melhor às correntes políticas que se acreditam possuidoras da chave da porta do Futuro. Mas, na era da internet, e na hora de uma campanha eleitoral, o invento será copiado. Pense nisso pelo lado bom: identificar robôs de opinião é um joguinho que tem a sua graça.

Holodomor – O Holocausto Ucraniano

por Roberto Barricelli


Em 1929, sob o comando de Joseph Stalin, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) iniciou uma campanha de coletivização forçada sobre as propriedades rurais, principalmente na Ucrânia, cujo sentimento nacional era considerado um perigo real aos interesses comunistas.

Primeiro todos os Kulaks (fazendeiros donos de quantidade expressiva de terras) foram declarados sabotadores e inimigos da União Soviética. Após isso, o Governo iniciou sua campanha para colocar os camponeses contra esses.

Imagina a “surpresa” de Stalin ao descobrir que os camponeses eram ainda mais contra a política soviética do que os próprios Kulaks? Não pensou duas vezes e prendeu, deportou, assassinou, enfim, exterminou os Kulaks existentes, para depois utilizar o termo para qualquer camponês que cometesse o terrível crime de possuir duas vacas, plantar e colher para si, colher batatas, etc.

A coletivização forçada pretendia suprir o que o governo soviético considerava necessário em cereais para abastecer as cidades, sendo iniciada em 1929. Porém, tomou dimensões nefastas e foi utilizada como tática de extermínio. Essa ordem gerou o desestímulo à produção, pois “porque produzirei que nem um maluco, se no final tudo ficará ao Estado e passarei fome?”. Então, Stalin classificou a todos como “Kulaks sabotadores” e utilizou este discurso para legitimar de vez a coletivização forçada.

Em 1932, com a coletivização forçada já praticamente concluída e todos aqueles a quem se poderia chamar de Kulaks (pela definição criada por Stalin) mortos, presos ou em fazendas coletivas para trabalhos forçados, Stalin ordenou uma caça aos intelectuais e personalidades culturais da Ucrânia, pois via nestes a possibilidade de tornarem-se líderes naturais de uma possível resistência ao regime comunista. Após alcançar tal meta, voltou-se aos camponeses, que devido ao seu nacionalismo e tradições, deveriam ter a mente, o corpo e o espírito dilacerados.

Stalin começou propositalmente estipulando a produção de uma quantidade mínima X para abastecer as cidades, porém, a quantidade estipulada era muito acima da real capacidade de produção. Nessa época as propriedades privadas já tinham sido transformadas em enormes fazendas estatais coletivas.

Com 20 milhões de propriedades rurais privadas agora transformadas em 240 mil fazendas estatais, com os “falsos Kulaks” obrigados a trabalhar nestas e a determinação de uma produção mínima, porém maior que a capacidade de produzir, Stalin levou os ucranianos ao limite da fome e miséria humanas.

Ora, se não produziam sequer o que estava definido como necessário para o abastecimento das cidades, logo, não lhes sobrava nada para comer. A fome foi instituída pela União Soviética ao povo da Ucrânia, resultando no terrível Holodomor, em 1932-1933. Nesse curto período de tempo, devido a fome, morreram aproximadamente 6 milhões de ucranianos. Mas a situação piora e é de embrulhar o estômago.

Como obviamente a produção ficara abaixo da meta estipulada, Stalin deu ordens para seus ativistas confiscarem dos camponeses todo o cereal que estes tivessem, com a desculpa de que precisavam ficar dentro de tal meta pelo bem da URSS e de seu “povo”. Estes ativistas invadiam as casas dos ucranianos à procura de comida que estes escondiam para a própria sobrevivência. Colher o fruto do seu próprio trabalho virara crime hediondo, com penas de 10 anos, ou até de morte.

Em 1933, com a Ucrânia à beira do extermínio em massa de seu povo pela fome, Stalin aumentou a meta de produção e coleta de cereais. Foi o golpe final de Stalin sobre os ucranianos. A partir desse momento, corpos eram encontrados por todos os lugares e a loucura estava espalhada. Há documentados casos de canibalismo; imagine que crianças, idosos e outras pessoas desapareciam “misteriosamente”, mas na verdade foram assassinados e devorados por parentes (até Mães e Pais) e vizinhos, ou estranhos. Há relatos de pessoas devoradas vivas.

Claro que, ao longo dos anos, tentaram desacreditar os fatos, porém, documentos foram encontrados e sobreviventes contaram pelo que passaram. Até ativistas da URSS confessaram os crimes hediondos contra a humanidade. Recomendo a leitura do livro The Harvest of Sorrow (A colheita do sofrimento), de Robert Conquest, onde visualizarão os horrores do Holodomor através dos relatos e documentos mencionados.

Voltando, os ativistas diziam a si próprios que o que faziam era necessário pelo bem do comunismo e da União Soviética, sendo legitimável o assassinato de milhões de pessoas. Se, além da fome, considerarmos outros incidentes com camponeses, provocados pela política nefasta de Joseph Stalin, no período de 1930 até 1937, o número de mortos/assassinados sobe para 14,5 milhões.

Stalin acreditava firmemente que se tudo não fosse do Estado, a URSS entraria em colapso e a produção de cereais seria insuficiente para suprir as necessidades do povo. Bem, ele estava tão errado, que em 1985, com Mikhail Gorbachev no poder, nos 2% de terra privada que restara eram produzidos 30% do total de cereais. Iniciativa privada provando novamente ser melhor e mais eficaz que a socialização.

Atualmente a Ucrânia passa por fortes protestos pelo congelamento da assinatura de um acordo com a União Europeia e possibilidade de assinatura de um acordo com a Rússia, aproximação essa que nem há anos luz de distância querem os ucranianos, tamanho o trauma sofrido nas mãos do Kremlin.

13 de dez. de 2013

Reinaldo Azevedo na Folha de S.Paulo


O eixo OAB-PT-STF
13/12/2013

OAB, STF e PT resolveram se juntar contra a democracia. O tribunal está prestes a declarar inconstitucional a doação de empresas para campanhas eleitorais, aprovada em 1993, e a restringir a de pessoas físicas. Se acontecer, o primeiro e óbvio efeito será o aumento brutal do caixa dois. O sistema político voltará à clandestinidade da qual havia parcialmente saído há 20 anos e que resultou, por exemplo, no Collorgate. Essa "conspiração dos éticos" de calça curta chega a ser asquerosa. Trata-se de um truque vulgar na América Latina bolivarianizada. Na região, não se dão mais golpes com tanques, mas com leis. Usa-se a democracia para solapá-la. E o Judiciário tem sido peça fundamental da delinquência política. Se o financiamento não pode ser privado, terá de ser público. O STF, que não foi eleito para legislar, definirá que o Congresso é livre para fazer a escolha única. O "novo constitucionalismo" é só bolivarianismo com sotaque praieiro. Engana trouxas com seu jeitinho beagle de ser. Um rottweiler do estado democrático e de direito logo reage. O PT já havia tentado extinguir as doações privadas. Não deu certo. Agora a OAB, que pede a inconstitucionalidade da atual lei, serve-lhe de instrumento para o golpe togado, no tapetão. O que o partido tem com isso? Explica-se. Numa argumentação confusa, preconceituosa, Luiz Fux, o relator, vituperou contra a participação do dinheiro privado em eleições. Ele acha que o capitalismo distorce a democracia, cantilena repetida por outros. Falta-lhes bibliografia para constatar que, felizmente, a democracia é que distorceu o capitalismo. Fux sustenta que partidos com mais financiamento privado têm mais votos. Toma o efeito como causa: quem tem mais votos é que tem mais financiamento privado. Sob a lei atual, uma legenda com então seis anos de existência, o PSDB, venceu a eleição presidencial de 1994 e se reelegeu em 1998. Em 2002, perdeu para uma outra, nascida nanica em 1980: o PT. Está em seu terceiro mandato. A consequência natural do acolhimento da ADI é o financiamento público. Os petistas apresentarão uma emenda popular com esse conteúdo. É operação casada com a OAB. Como distribuir o dinheiro? Ou o critério seria o tamanho da bancada na Câmara ou o número de votos na eleição anterior. O principal beneficiado seria o PT. Uma vantagem presente e transitória seria transformada em ativo permanente. Sindicatos, movimentos sociais e ONGs já atuam como cabos eleitorais do PT, e a massiva propaganda institucional é mera campanha eleitoral disfarçada. O partido quer agora que a supremacia alcançada ao longo de 20 anos de financiamento privado impeça seus adversários de tentar o mesmo caminho. Eles se tornariam reféns do status alcançado pelo petismo. Há um aspecto adicional: partidos que têm de se financiar na sociedade obrigam-se a dialogar, a estabelecer pactos, a modular a ação segundo os valores da comunidade que pretendem governar. Se o dinheiro é garantido por um cartório, amplia-se o espaço do seu arbítrio, não o de sua independência. Fux atribuiu até a ainda pequena presença de mulheres na política ao financiamento privado. Sei. O capital é feio, sujo, malvado e machista. É um caso de falácia lógica, sintetizada na expressão latina "post hoc ergo propter hoc" - ou: "depois disso, logo, por causa disso". Dilma é presidente "apesar do capital" ou "por causa do capital"? Nem uma coisa nem outra. As duas conclusões são estúpidas. De resto, de 1994 a esta data, na vigência do financiamento privado, o número de mulheres na política aumentou. Por causa dele ou apesar dele? P.S. - "Você já elogiou o STF e agora ataca." Desculpem este modo de ser: quando gosto, digo "sim"; quando não, "não". Parece exótico?

4 de dez. de 2013

Rock Brasil

A Barca do Sol (1974)

A primeira batalha


A Barca do Sol



Bixo da Seda (1976)

Já brilhou



Bacamarte (1983)

Último entardecer



O Terço (1976)

Cabala


O vôo da fenix


26 de nov. de 2013

A matéria é resultado de flutuações do vácuo quântico


Da redação do Site Inovação Tecnológica

A teoria de que a matéria não tem fundações tão firmes quanto sugerem termos como "concreto" e "sólido" não é tão nova. Mas esta é a primeira vez que os cientistas conseguiram demonstrar que a matéria se origina de meras flutuações do vácuo quântico.

Modelo Padrão da Física

Uma equipe internacional de físicos demonstrou de forma conclusiva que o Modelo Padrão da física das partículas - a teoria que descreve as interações fundamentais das partículas elementares para formar toda a matéria visível no universo - explica com precisão a massa dos prótons e dos nêutrons.

"Mais de 99% da massa do universo visível é formado por prótons e nêutrons," afirma o estudo, publicado na revista Science. "Esses dois tipos de partículas são muito mais pesados do que os quarks e glúons que as constituem, e o Modelo Padrão da física deve explicar essa diferença."

O que faz com que a matéria seja matéria?

Cada próton e cada nêutron é formado por três quarks. Ocorre que esses três quarks juntos respondem apenas por 1% da massa de todo os prótons ou nêutrons. A explicação conclusiva que faltava era: Então, o que responde pelo restante da massa dessas partículas? Em outras palavras, "O que faz com que a matéria seja matéria?"

O Dr. Andreas S. Kronfeld explica que, como os núcleos atômicos formam quase todo o peso do mundo, e como esses núcleos são compostos de partículas chamadas quarks e glúons, "os físicos acreditam há muito tempo que a massa do núcleo atômico tem sua origem na complicada forma com que os glúons se ligam aos quarks, conforme as leis da cromodinâmica quântica (QCD - Quantum ChromoDynamics)."

Partículas virtuais

Os glúons são uma espécie de "partículas virtuais," que surgem e desaparecem de forma aleatória. O campo formado por essas partículas virtuais seria responsável pela força que une os quarks - a chamada força nuclear forte.

Ocorre que, como o número de interações reais e virtuais entre quarks e glúons é estimada na casa dos trilhões, é incrivelmente difícil, ou até mesmo impossível, usar as equações da QCD (cromodinâmica quântica) para calcular a força nuclear forte.

Os pesquisadores então criaram uma nova técnica, batizada por eles de Rede QCD, na qual o espaço é representado na forma de uma rede discreta de pontos, como os pixels de uma tela de computador. Este modelo permitiu que os cientistas incorporassem toda a física necessária e deu a eles o controle das aproximações numéricas e da taxa de erros nos cálculos da massa dos hádrons - prótons, nêutrons e píons.

A rede QCD reduz toda a complexidade das equações virtualmente insolúveis em um conjunto de integrais, que puderam ser programadas para solução em um programa de computador.

Isto permitiu que, pela primeira vez, os físicos incluíssem em seus cálculos as interações quark-antiquark, uma das maiores complexidades da força nuclear forte. Agora, além dos glúons, eles sabem que a massa dos quarks-antiquarks se origina da flutuação do vácuo quântico.

Diferença entre acreditar e saber

Conforme os pesquisadores, agora é possível eliminar a expressão "os físicos acreditam", substituindo-a por "os físicos sabem", quando o assunto é a QCD.

Segundo o Dr. Kronfeld, os cálculos revelaram que, "mesmo se a massa dos quarks for eliminada, o massa do núcleo não varia muito, um fenômeno algumas vezes chamado de 'massa sem massa'."

Toda a matéria do universo é virtual

A forma como a natureza cria a massa dos quarks é um dos assuntos de maior interesse dos físicos que irão trabalhar no Grande Colisor de Hádrons, o LHC, que deverá começar a funcionar em 2009.

O LHC vai tentar confirmar experimentalmente a existência do chamado campo de Higgs, que explica a massa dos quarks individuais, dos elétrons e de algumas outras partículas. Ocorre que o campo de Higgs também cria a massa a partir das flutuações do vácuo quântico.

Ou seja, com a atual confirmação de que a massa dos glúons e quarks-antiquarks tem sua origem na flutuação do vácuo quântico, se o LHC confirmar a existência do campo de Higgs, então a conclusão inevitável será de que toda a matéria do universo é virtual, originando-se de meras flutuações de energia.

22 de nov. de 2013

Outro caminho em direção à fotossíntese artificial


Folha artificial captura energia solar e gera eletricidade

O sistema híbrido concentra os fótons absorvidos em duas etapas, primeiro nos oligômeros de rênio, e depois no centro de reação de rutênio.[Imagem: Yamamoto et al.]

Cientistas japoneses conseguiram pela primeira vez coletar a energia do Sol usando um número excepcionalmente grande de moléculas coletoras de luz, aproximando-se mais da forma como as plantas coletam a luz solar para produzir seu alimento.

Já que a luz é uma onda eletromagnética, Yohei Yamamoto e seus colegas do Instituto de Tecnologia de Tóquio criaram uma folha artificial que captura a luz usando diversas antenas.

A seguir, a luz é conduzida até um receptor, onde os fótons são efetivamente convertidos em energia, completando o circuito da fotossíntese artificial.

Os painéis solares são formados por milhares de células solares individuais.

No caso da fotossíntese artificial, porém, as "células solares" são muito menores, elas são na verdade "moléculas solares".

Até agora os pesquisadores vinham utilizando sistemas de colheita de luz de uma única etapa, o que limita bastante o número de absorvedores de luz capazes de alimentar um único centro de reação e conversão.

Imitando os sistemas fotossintéticos naturais, Yamamoto coletou a luz de forma muito mais eficiente usando o maior número de "folhas artificiais" registrado até hoje.

São 440 tubos de organossilicato mesoporoso (PMO) ligados por grupos absorvedores de luz bifenila (Bp) com cinco pentâmeros rênio conectados a um complexo trisdiimina de rutênio (Ru-Re5).

Este sistema híbrido - PMO-Bp-Ru-Re5 - concentra os fótons absorvidos em duas etapas, primeiro nos oligômeros de rênio, e depois no centro de reação de rutênio.

Embora represente um avanço histórico no projeto "bioinspirado" da fotossíntese artificial, o uso do rutênio ainda é um entrave à utilização prática do sistema.

Mesmo sendo utilizada apenas uma unidade de rutênio por folha artificial, o elemento é caro demais, e terá que ser substituído para que a abordagem possa produzir os primeiros painéis solares fotossintéticos.

Fonte: Site Inovação Tecnológica

1 de nov. de 2013

A um passo da fotossíntese artificial


Fotossíntese artificial sustentável está a 0,2 V da realidade

Imagem: Angewandte Chemie







Enquanto a fotossíntese natural sustenta a vida na Terra, a esperança é que a fotossíntese artificial possa sustentar todas as necessidades de energia da civilização humana.
"Os painéis solares podem coletar energia, mas o armazenamento economicamente viável ainda é uma incógnita. Estamos tentando copiar uma ideia da Mãe Natureza, onde a fotossíntese produz energia a partir do Sol e a armazena," explica Dunwei Wang, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos.

Oxidação e redução
Em uma série de avanços em seus esforços para desenvolver um meio econômico de realizar a fotossíntese artificial, a equipe de Wang conseguiu diminuir drasticamente a diferença de tensão entre os dois processos cruciais de oxidação e redução.
A fotossíntese natural consiste de dois processos: a oxidação produz o oxigênio, enquanto a redução produz moléculas orgânicas.
Wang explica que a fotossíntese artificial, também conhecida como quebra da molécula da água, tenta copiar estas duas reações usando um fotoanodo para oxidar a água e um fotocatodo, ou para reduzir a água para a produção de hidrogênio, ou para reduzir o dióxido de carbono para criar moléculas orgânicas.
Mas os experimentos em laboratório têm-se deparado com uma diferença na tensão necessária para um dos dois lados da reação. Em essência, a oxidação e a redução exigem de 1,2 a 1,3 volts combinados para obter a carga necessária para alimentar a fotossíntese artificial.
Até agora, essa lacuna só havia sido preenchida usando materiais raros e caros - proibitivamente caros para qualquer aplicação prática.

Ferrugem útil
Agora, Wang e seus colegas se aproximaram muito do objetivo usando apenas óxido de ferro, a mesma ferrugem que cresce quando o metal é exposto ao tempo.
A tensão obtida representa um aumento de 50% em relação aos melhores resultados anteriores, deixando a fotossíntese artificial prática a apenas 0,2 volt de se tornar realidade.
A equipe obteve seus resultados revestindo hematita - um óxido de ferro semelhante à ferrugem - com óxido de ferro-níquel, uma liga de baixo custo largamente utilizada na indústria.
"Nosso sistema, feito de oxigênio, silício e ferro - três dos quatro elementos mais abundantes na Terra - fornece mais de 1 volt," disse Wang. "Agora, são apenas dois décimos de volt faltando no fotoanodo. Isso é uma redução significativa da diferença."
Ele acrescenta que preencher o hiato é algo totalmente dentro do alcance, particularmente porque outras equipes já fizeram isso usando sistemas diferentes, mas não tão baratos.


11 de ago. de 2013

Lula, o idiota maior, e a grande revolta dos imbecis

por Luís Dolhnikoff

Antes que algum idiota hipotético e conotativo pense em me processar por difamação, injúria, calúnia ou qualquer outra fina figura jurídica, esclareço e adianto que a palavra idiota no título e no restante do texto é usada em sua condição denotativa. Nesta, a palavra, derivada diretamente do grego idiotés, significa privado, particular, em oposição a público e a político. Pois no mesmo grego, político, ou melhor, politikós, é o relativo à comunidade, à cidade, mais exatamente, à pólis. O cidadão (habitante da cidade) que a ela se dedica é, portanto, politikós – enquanto aquele que lhe dá as costas para cuidar de seus negócios pessoais, particulares, privados (numa palavra, idiói), é um idiotés.

A conotação de imbecil, burro e/ou cretino, em todos os sentidos destes termos (cretino, por exemplo, é originalmente um termo médico, equivalente a débil mental), que a palavra idiota adquiriu, advém do fato de que, para os gregos, só podia haver vida inteligente no âmbito politikós, em que um homem era posto à prova, ao mesmo tempo, em suas virtudes e em suas capacidades, incluindo iniciativa, coragem, conhecimento, honestidade e discurso político para falar na assembleia dos cidadãos; nada disso era demandado ou testado no cuidar de seus negócios particulares.

Mas Lula é, por profissão, um político. Se é, ao mesmo tempo, um idiota, é um idiota político, ou um político idiota, o que denotativamente é igual. Igual e igualmente contraditório: pois como pode um homem ser ao mesmo tempo dedicado à pólis, à política, à coisa pública, e se dedicar apenas às suas questões pessoais, particulares, e ser assim um idiota? A resposta está na traição da política, na sua inversão ou subversão. Se a política perde sua substância ou natureza de coisa pública, passa a ser idiota sem com isso se tornar contraditória. Pois sua contradição estaria, então, com a própria política em seu sentido original.

Tudo fica mais claro ao se comparar e contrastar com outro par de conceitos, o político e o estadista. Se o político é aquele que se dedica à pólis, o estadista é quem se dedica ao Estado. Mas isto em suas denotações, que, neste caso, esclarecem pouco ou nada face às suas conotações. Começando pelo último, um estadista é o político que deixa de lado seus interesses particulares pelo interesse maior do país. O caso paradigmático notório da política contemporânea é Nelson Mandela. Depois de 27 anos de prisão, foi libertado e alçado à condição de presidente. Mas exerceu apenas um mandato, sequer se candidatando à reeleição. Houve vários motivos, mas o principal e talvez menos conhecido foi o fato de que Mandela afrontou a maioria das demais lideranças do CNA (Congresso Nacional Africano), seu partido e maior partido do país, a fim de barrar o caminho da revanche ou vingança contra a minoria branca, depois do fim do apartheid. Essa tendência era forte o bastante no partido para que Mandela tivesse de usar todo seu cacife político a fim de abortá-la, com isso evitando uma guerra civil e a destruição do país. Mas também garantindo o fim de sua curta e tardia estadia no poder. Ao contrário e à diferença do estadista, o político comum deixa de lado os interesses maiores do país por seus interesses pessoais. Portanto, apesar da aparente contradição, a maioria absoluta dos políticos é idiota. No caso brasileiro, Lula é, então, apenas o mais idiota deles. Ou o maior idiota entre eles.

Depois de vinte anos de oposição, em que Lula e o PT firmaram e afirmaram serem um político e um partido políticos, que queriam chegar ao poder para tirá-lo das mãos dos idiotas, dos grupos de oligarcas que loteavam o Estado em causa própria, para devolver o Estado à cidadania, à cidade, à pólis, o que se viu foi o contrário. Ou seja, a transformação do PT e de Lula em mais um partido e em mais um político idiotas, ocupados e preocupados em seu interesse maior, principal e, no limite, único, seu projeto particular (ou idiota) de poder. Isto é fato notório e indiscutível. Menos notório hoje, pois relativamente esquecido (ainda que igualmente indiscutível), foi o primeiro e principal motivo alegado para tal transformação. Ele pode ser resumido na palavra “governabilidade”, e assim traduzido: as reformas que fariam do Brasil um Estado cidadão, em vez de um Estado ladrão ou idiota, que toma muito de quase todos para dar muito a poucos e muito pouco aos demais, ou seja, as reformas política, fiscal, jurídica e educacional, para começar, não foram então implantadas porque o “sistema político” idiota não o permitiu. Logo, façamos o possível – o que, na prática, se traduziu em não fazer nada para transformar o Estado brasileiro de idiota para político. Mas já que estamos aqui, ao menos usemos o idiota do Estado brasileiro para servir ao nosso próprio grupo de políticos idiotas. Afinal, somos idiotas, mas não imbecis.
Há todavia um porém: Lula e o PT tinham, quando de sua primeira eleição presidencial, um cacife político enorme, que ninguém jamais soube ou saberá se suficiente para afrontar, ao menos em parte, e em que parte, a arraigada idiotia da política nativa. Porque esse afrontamento, em nome das reformas que eram a própria razão histórica e política do PT e de Lula, não foi na verdade tentado. Se não foi tentado, afirmar, como fariam depois Lula e o PT, que era a priori impossível, é retórica, falácia, sofisma ou mentira. O fato insofismável é que Lula e o PT logo se tornaram apenas e simplesmente uma nova parte da velha massa de políticos idiotas, e estamos conversados.

É a idiotia do PT em geral e de Lula em particular que explica a recente revolta da cidadania brasileira contra a idiotia da política nacional. Pois se o partido e o líder que se fizeram historicamente, no período posterior à ditadura militar, como aqueles que repolitizariam essa política, ou a desidiotizariam, não o fizeram, e se além de não o fazerem a reforçaram, tornando-se os mais idiotas da política nativa, ou seja, os mais agarrados ao seu projeto particular de poder, deixava então de existir, em todo o espectro político brasileiro, qualquer opção dirigida a essa repolitização ou a essa desidiotização da política.

Nesse contexto, o papel do mais que idiota governo Dilma, com sua aliança figadal com os maiores idiotas políticos do país, conhecidos como oligarcas ou fisiológicos, agrupados em siglas como o PMDB e atendendo por nomes como José Sarney, Renan Calheiros e Paulo Maluf (apoiador do candidato de Dilma, de Lula e do PT em São Paulo, Fernando Haddad), foi o de confirmar e reconfirmar, depois da radicalmente idiota “era Lula” (cujo grande esforço político seria afinal fazer seu sucessor, a própria Dilma), o completo abandono, pelo PT, do resgate da política pelo combate à idiotia. Com isto confirmado e reconfirmado, não havia mais saída da idiotização da política senão fora da política idiota. O que explica a cidadania tomar as cidades, único caminho restante para retomar o que é da pólis, a política que merece o nome.
Lula, o grande idiota da política brasileira contemporânea, está, portanto, completamente certo quando afirma e reafirma, como vem afirmando e reafirmando, que a recente revolta popular no Brasil se deve aos seus governos. Não, obviamente, para quem não é minimamente estúpido, pelos motivos que alega, ou seja, suas “grandes conquistas”: segundo Lula, o idiota maior da política menor brasileira, que portanto acredita poder enganar a todos todo o tempo, o aumento de consumo “por ele” conquistado seria a causa dessa revolta, pois os perfeitos imbecis dos cidadãos brasileiros, ao perceberem, por obra e graça de Lulinha, o Grande, que podiam consumir, não se contentariam mais em ser tratados, digamos, como perfeitos imbecis pelo Estado idiota brasileiro, como sempre o foram. Ocorre que tais famosas “conquistas” lulopetistas não incluem nenhuma das reformas históricas necessárias para resgatar a política brasileira – pois limitadas, fundamentalmente, a esse famoso aumento de consumo pelos mais despossuídos, sem sequer o incremento da produção e da produtividade, pelo lado econômico, ou da educação, pelo lado da cidadania. E sem falar do exercício podre do poder. Cuja podridão se espalha, afinal, por todo o país, envolvendo desde a infraestrutura física (daí a famosa “[i]mobilidade urbana” tornar-se um problema intratável) até a superestrutura moral (daí o país ser o infame recordista planetário de mortes por assassinato). O Brasil é, enfim, um país apodrecido (podre o poder, podre a educação pública, podre a saúde pública, podre a segurança pública, podre tudo o que é público), liderado por idiotas e habitado por imbecis. Até ontem.

De fato, a recente revolta popular no Brasil se deve diretamente aos governos da “era Lula”, incluindo o de sua sucessora, seguidora e títere: mas apenas porque tais governos foram a maior e a mais evidente traição histórica recente à promessa jamais resgatada, por nossa superidiota classe política, de politizar a política brasileira. Isto será então necessariamente feito, não importa como, pelos ex-imbecis, afinal desimbecilizados pela insuportável demora dos inquilinos do poder em se desidiotizar.

24 de jun. de 2013

Ghost-writer propõe discurso alternativo a Dilma


de Leandro Ruschel :

Brasileiros e brasileiras, venho hoje a noite abrir o meu coração com vocês e fazer algumas revelações. A verdade é que eu já defendi o uso da violência para fins políticos no passado, inclusive contra a democracia. O meu grupo roubou, sequestrou, matou e hoje eu percebo que tal atitude foi um erro. Portanto eu peço aos jovens que não cometam o mesmo erro que eu e abram mão da violência. Eu farei de tudo para que a força policial combata com toda a energia qualquer ato contrário às leis.

Em segundo lugar eu preciso confessar a vocês que eu nunca fui uma boa gestora, isso foi inventado pelos marqueteiros. Em todas as experiências de gestão que tive fui um fracasso. Pretendo corrigir esta falha contratando os melhores profissionais de cada área para assumir os ministérios. Inclusive farei um corte e ficarei apenas com 12 ministérios.

Errei ao fazer um acordo com Lula, não serei mais o poste dele. Agora percebi que na verdade ele usa todo o poder dele para detonar o meu governo, assim ele pode se candidatar novamente para presidente no ano que vem. Com o tempo descobri que o PT é um partido que não tem verdadeiramente uma ideologia. Quando eu era comunista pelo menos acreditava naquela história de uma sociedade mais justa. O PT só quer usar essa bandeira para chegar no poder e manter o poder.

Os meus assessores mais próximos cometeram desvios porque essa é a regra no partido, não a exceção. Eu disse para eles que seria um erro o partido defender os condenados no mensalão, mas eles não quiseram saber. Diziam que era só dar mais bolsas e uma copa do mundo que o povo ficaria quieto. Vou parar de me esforçar para indicar juízes do Supremo que melem o julgamento.

Também confesso que não entendo nada de economia. Eu queria o Palocci dando as cartas, mas ele era tão corrupto que não consegui mantê-lo. O Mantega garantiu que tínhamos caixa para continuar a farra do crédito até 2014 e os investidores internacionais aguentariam mais algumas intervenções e controle sobre o câmbio, mas o Bernanke resolveu desligar a impressora e o plano foi por água abaixo. O Arno Augustin disse que daria uma boa maquiada nas contas mas o mercado descobriu e pegou mal. Achei que liberando grana para alguns grandes empresários via BNDES estaria tudo certo, inclusive a grana para a próxima eleição, mas agora eles já estão querendo apoiar o Aécio. E os especuladores da bolsa teimam em não acreditar nas minhas mentiras! Juro que aprendi a lição, vou chamar o Meirelles para arrumar a casa e vou deixar de brincar de economista.

Não aceitarei mais fazer acordo no congresso com essa banda podre e antiga que controla o país desde sempre. A partir de agora vou deixar um microfone aberto para gravar todas as conversar que tenho com Sarney, Renan e outros corruptos. Não mais colocarão a faca no meu pescoço por mais verbas para desviarem. Eu percebi que eles querem cargos, ministérios e estatais para poderem desviar mais dinheiro. Por isso vou privatizar todas as estatais. Além de ser a decisão mais acertada, não precisarei mais inventar outros nomes para as privatizações que eu já fiz. Cortarei 50% dos cargos públicos em todos os poderes e com isso cortarei os impostos para os cidadãos que realmente produzem.

Não vou mais enrolar as pessoas com essa reforma política que o PT defende. O que o meu partido realmente quer é verba pública de campanha e lista fechada para impedir que novos nomes entrem no cenário além de não terem o trabalho de ter que desviar os recursos. A partir de agora defenderei a reforma política com voto distrital, que baixaria o custo das campanhas e criaria uma verdadeira representação do povo em cada distrito com o seu candidato eleito.

Para combater o crime lutarei por uma reforma do código penal que aumenta sensivelmente as penas e investirei tudo que eu puder em mais polícia e mais presídios. O cidadão brasileiro não tem dezenas de seguranças como eu e não pode ficar a mercê da bandidagem livre nas ruas. A corrupção será considerada um crime hediondo com pena de 30 anos. Revogarei esse absurdo chamado progressão de pena, que hoje serve apenas para deixar bandidos livres nas ruas.

Não mentirei mais para vocês sobre os médicos cubanos. Nem médicos eles são...na verdade queríamos trazer agentes cubanos para dar sequência à estratégia do tio Fidel de transformar a América Latina numa grande ilha comunista. Por enquanto só o Chávez realmente conseguiu. A Kirchner quase conseguiu, mas os argentinos ainda resistem. Mas agora percebi que não temos o povo na mão e os brasileiros não engulirão a estratégia do Foro de São Paulo. Nem MST nem MPL ou outras ONG's compradas vão resolver isso.

Brasileiros e brasileiras, peço desculpas em nome do meu partido por tudo que NÃO fizemos até hoje. Na verdade surfamos a onda das reformas bem feitas pelo FHC por um cenário internacional muito positivo para inflar uma falsa riqueza baseada no crédito fácil, no consumo e em bolsas. Não investimos em educação porque sabíamos que o povo burro seria o nosso trunfo. Mas com esses protestos eu entendi e vamos mudar. Por favor me deem uma nova chance.

Presidenta Dilma Rousseff

(plotado por R.R.Dias)

Revoltados e atrasados

por Guilherme Fiúza

O melhor diagnóstico até agora sobre as manifestações de rua veio do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência. Ele disse que as revoltas são estaduais e municipais. Não deixa de ser um alívio. Quem quiser ficar a salvo da confusão, já sabe: refugie-se no Brasil federal. Nada de ficar vagando pelo Brasil estadual e municipal, porque esse anda muito perigoso, cheio de gente insatisfeita e nervosa. No Brasil federal não, está tudo tranquilo.

Por sorte, Dilma Rousseff também está no Brasil federal, portanto a salvo do tumulto. Desse lugar calmo, sem culpa, a presidente disse que o que os manifestantes querem é o que o governo quer. São praticamente almas gêmeas. “O meu governo está ouvindo essas vozes pela mudança. Está empenhado e comprometido com a transformação social”, informou Dilma. Disse que passeata é uma coisa normal, que ela mesma já fez muito. Parecia prestes a botar uma mochila nas costas e ir para a Avenida Paulista fazer a transformação social.

E mostrou sua visão de estadista: “Essa mensagem direta das ruas contempla o valor intrínseco da democracia”. Às vezes a presidente exagera na erudição. Vai acabar deixando Luís de Camões encabulado. Ela já explicara que o combate à inflação “é um valor em si”, demonstrando conhecimento profundo sobre as coisas da vida e seus valores intrínsecos: “Essa mensagem direta das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido de dinheiro público”, acrescentou Dilma, praticamente uma porta-voz dos revoltosos contra tudo isso que aí está.

Olhando para o circo, só há uma conclusão possível: os revoltosos – os do passe livre, os dos 20 centavos, os do Ocupem Wall Street sucursal brazuca, os do turismo cívico e os do civismo vândalo – merecem Dilma Rousseff. Repetindo: os revoltosos merecem Dilma Rousseff. Ou mais que isso: são cúmplices dela, pois estavam sentadinhos em casa enquanto a grande líder mulher brasileira perpetrava suas obras completas de explosão das finanças públicas – a céu aberto, para quem quisesse ver. Agora a inflação está doendo no bolso? Tarde demais, meus queridos justiceiros.

Essa “presidenta” que vive lá na calmaria do Brasil federal com seus 40 ministérios (contando com o do marketing, de João Santana, o único essencial) presidiu, entre outras festas, a distribuição de dinheiro público para o milagre da multiplicação de estádios da Copa. Em São Paulo, numa jogada comandada por Lula e seus amigos empreiteiros (que ele representa no exterior), o histórico Morumbi foi mandado para escanteio. Em seu lugar surgiu o Itaquerão, novinho em folha, presente do ex-presidente ao seu clube do coração. Um mimo de 1 bilhão de reais. Sabem de onde vem esse dinheiro, bravos manifestantes?

Exato: dos vossos bolsos. E onde estavam vocês quando nos esgoelávamos aqui da imprensa sobre essa gastança populista (protegida por índices lunáticos de aprovação da “presidenta”), avisando que a conta ia chegar? Vocês não lêem jornal?

Onde estavam vocês quando a CPI do Cachoeira – com revelações da imprensa – estourou o esquema da Delta, a empreiteira campeã de obras superfaturadas do PAC? Vocês sabiam que mais esse ralo de dinheiro público do governo popular ficou impune, porque a CPI foi asfixiada por Dilma e sua turma? Por que vocês não saíram às ruas para gritar contra esse golpe?

Onde estavam vocês quando a “faxineira” asfixiou a CPI do Dnit e a investigação do maior foco parasitário de um governo que – no seu primeiro ano! – teve que demitir sete ministros suspeitos? Vocês não desconfiaram de nada? Vocês não leram que o dinheiro de vocês estava escoando para ONGs de fachada em convênios fantasmas? Vocês não viram essa praga espalhada por vários ministérios do governo popular, apesar de a imprensa esfregar o escândalo na cara do Brasil? Vocês não notaram que a tecnologia do mensalão (privatização partidária do dinheiro público) nunca saiu de cena, de Dirceu a Rosemary?

Vocês chegaram tarde, meus caros revolucionários. Quando o bolso dói é porque o estrago nas contas públicas já é grande. Bem, antes tarde do que nunca. Mas prestem atenção: entendam logo o que vocês estão fazendo nas ruas, senão suas passeatas em breve estarão no mesmo museu dos escândalos que vocês não viram.

22 de jun. de 2013

A vaia

por Luiz Osório Marinho Silva

Talvez, neste país sem cidadania, esteja me tornando um velho anarquista, mas com o ardor da indignação de um jovem adolescente, em prol do que é certo e justo.Vaiei a incompetência, a desonestidade, a corrupção, a enganação, a mentira.Vaiei as obras inacabadas, superfaturadas, mal feitas, não fiscalizadas.Vaiei a insegurança dos cidadãos brasileiros, as péssimas condições da saúde pública, a ineficiência do sistema educacional.Vaiei a falta de boas estradas, portos e aeroportos.Vaiei a carência de saneamento básico, os apagões de energia elétrica,o caos das grandes cidades.Vaiei a utilização política de empresas estatais e de economia mista,com recursos financeiros mal aplicados ou utilizados de maneira inescrupulosa, ocasionando graves prejuízos, como os verificados na Petrobras.

Vaiei o estímulo à luta de classes, à invasão de propriedades particulares e à desagregação da sociedade. Vaiei os programas eleitoreiros, disfarçados em projetos sociais, sem nenhuma contrapartida, que objetivam apenas a conquista de votos para a manutenção do poder.Vaiei o retorno da inflação, o aumento brutal da dívida interna, a quebra do equilíbrio fiscal.Vaiei o aniquilamento de nossa indústria, os malefícios à agropecuária,a perda da competitividade internacional.Vaiei os cartões corporativos e o alto custo da máquina governamental,com os seus trinta e nove ministérios, criados, em sua maioria, apenas para abrigar políticos obscuros e os interesses dos partidos da base aliada.

Vaiei o aparelhamento do Estado, inclusive o da mais alta corte do Poder Judiciário, por pessoas ligadas ao partido político da"presidenta".Vaiei a tentativa de mudar a verdadeira História do Brasil, com a instalação de uma Comissão, que de verdade só tem o nome.Vaiei a subordinação da política externa brasileira aos ditames do Foro de São Paulo, com o país caudatário das decisões de governos populistas e ditatoriais da América Latina. Vaiei as tentativas de macular as Forças Armadas, de silenciar a imprensa, de implantar, paulatinamente, o comunismo no Brasil, travestido agora com o nome de socialismo bolivariano.Vaiei os políticos demagogos, oportunistas, mentirosos, corruptos e adúlteros. Vaiei os seguidores de falsos profetas, os aproveitadores, os bajuladores, de todas as espécies.

Vaiei os inocentes úteis, os conformados, os omissos.Vaiei, finalmente, todo o mal que, nos últimos dez anos, o partido político, que se dizia ético, fez ao meu país.

Que a estrondosa vaia seja o prenúncio de outros tempos, de esperança e de confiança em um novo Brasil, verdadeiramente grandioso e justo para o seu povo.

E ESSA PETRAPORCALHADA AINDA VEM COM HISTÓRIAS DE CAROCHINHA ALARDEANDO QUE A VAIA NÃO ERA NEM PARA DILMA NEM PARA LULA NEM PARA O PT


Brasília, 17 de junho de 2013.

16 de jun. de 2013

O que o museu tem a ver com educação?

por Leonel Kaz
Essa pergunta do ministro da Educação, Aloízio Mercadante, na imprensa e repercutida na Coluna do Noblat (3/6) do Globo, merece algumas ponderações. Faço uma dezena delas:
1. Museu é lugar para se entrar de corpo inteiro, tridimensionalmente, com todos os sentidos despertos. Cada obra de arte ou objeto exposto nos convida a olhá-lo, a partilhar dele, a se entregar a ele. Esse é o caminho da educação de qualidade: permitir que a vida nos invada e que o objeto inanimado ganhe um vislumbre novo, a cada dia, em cada visita. O Grande Pinheiro, tela de Cèzanne no Masp, pode ser vista cem vezes e, a cada vez, será diferente da outra; o quadro, de certa forma, muda, porque muda o mundo e mudamos nós também.
2. Museu é lugar, portanto, de olhar de forma distinta para as coisas. E para os seres também. É lugar de aprender a olhar com outro olhar para o outro (que quase nunca o vemos), para a escola (que pode ser, a cada dia, diferente do que é habitualmente) e para a cidade (que tanto a desprezamos, porque parece não nos pertencer).
3. Museu é lugar de entrar e dizer: é nosso! Museus são lugares de coleções, e as cidades, também. Cidades são escolas do olhar, pois nos permitem colecionar tudo de nossa vida: os dias que passam, a família que reunimos, os amigos que temos e ainda os bueiros da rua e as janelas que vislumbramos em nosso caminho diário (elas falam de épocas diferentes, narram histórias distintas). A cidade é a história.
O Museu de Arte de São Paulo (MASP) (Foto: O Globo)
4. Museu é lugar onde a cidade (a história) se reconta. Rebrota. Onde ela nos faz crer que, para além do mero contorno do corpo, existimos. Criamos uma identificação com aqueles fatos e pessoas que ali estão, que nos antecederam em ideias, pensamentos e sentimentos. Que ajudaram a criar “o imaginário daquilo que imaginamos que somos”, como definiu o poeta Ferreira Gullar. É dentro da plenitude deste imaginário que o Museu nos reaviva a memória e o fulgor da boa aula.
5. Museu é o lugar do mérito, onde peças e imagens entraram porque mereceram entrar, porque foram, em algum momento, singulares. Elas estão ali para nos apontar que cada qual que as visita pode ter sua singularidade, e que ninguém precisa ser prisioneiro dos preconceitos do mundo. Museu é onde a cultura aponta à educação que tanto um como o outro foram feitos para reinventar o modo de ver as coisas.
6. Museu é lugar para se abandonar a parafernália eletrônica, os iPads, iPhones e Ai-ais e permitir que obras e imagens que lá se encontram repercutam em nós. Num museu somos nós os capturados pelos objetos, somos nós o verdadeiro conteúdo de cada museu, com a capacidade de transformar e sermos transformados pelo que nos cerca.
7. Museu é lugar para criar um vazio entre o olhar que vê e o objeto que é visto. Um vazio de silêncio. Um vazio que amplia horizontes de percepção. Assim, o professor deixa de ser professor e passa a ser o que verdadeiramente é: um inventor de roteiros, um “possibilitador” de descobertas. É lugar de aluno, com a ajuda dos mestres, revelar potencialidades insuspeitas, tantas vezes esmagadas pelo caráter repressor das circunstâncias que o cercam.
8. Museu é lugar de experiência. Tudo o que é pode não ser: há uma mágica combinatória em todas as coisas, como as crianças nos ensinam. Tudo pode combinar com tudo, independentemente de critérios, ordenamentos, hierarquias. A ordem do museu pressupõe a desordem do olhar.
9. Museu é ainda lugar de coleções (embora a internet seja, hoje, o maior museu do mundo). Assim, o museu não é mais apenas um espaço físico, assim como a escola não o é. A cidade toda é uma grande escola. O Museu é uma de suas salas de aula.
10. Museu é o lugar em que “a criança se educa, vivendo” como nos ensinou, desde 1929, o educador Anísio Teixeira, ao falar da escola.

15 de jun. de 2013

Respeitem a História!

por Percival Puggina

Durante a maior parte do século 20 as organizações comunistas sequer cogitavam tomar o poder por outro modo que não a luta armada. A dúvida era sobre onde começá-la. No campo ou na cidade? Marx, com aquela segurança de quem julga conhecer tanto o futuro que o descreve como déjà vu, previra o protagonismo do operariado. Os fatos, também nisso, o desmentiram. Era no campo que as coisas aconteciam numa época em que aqueles movimentos não apostavam no carteado do jogo democrático. Aliás, abominavam-no. A ditadura do proletariado exigia virar a mesa e sair no braço. Por isso, desde os anos 20, planejavam e ensaiavam levantes armados. A sirene de alarme disparou mais intensamente, no Brasil, nos anos 60, quando Fidel passou a exportar revolução. Desde então, a Guerra Fria ferveu em todos os países da região. Respirava-se revolução. Março de 1964 teve tudo a ver com isso.

Na Europa e nos Estados Unidos, a Guerra Fria se travava entre dois lados. EUA versus URSS. Pacto de Varsóvia versus OTAN. Na América Latina era pior. Era ebulição interna, fervente, no âmbito de cada país. Dê uma pesquisada na rede, leitor, e encontrará o que vários historiadores comunistas escreveram sobre aquele ânimo revolucionário. Afirmar que a esquerda foi às armas como reação à repressão inverte as relações de causa e efeito.

Os crimes cometidos pelas partes - violência, tortura, "justiçamentos", terrorismo, sequestros, abusos de poder e o empenho em preservá-lo por duas décadas, constrangem e revoltam. É história triste. Passado que não se pode mudar. Cabe aos pesquisadores, historiadores, jornalistas, com irrestrito acesso aos documentos, escrever essa história conforme cada um a sentir, compreender e interpretar. Mas é certo: tivessem os comunistas vencido, as 356 mortes de militantes e as 120 por eles causadas seriam multiplicadas por milhares.

A ideia de instituir uma Comissão da Verdade para "efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional" é disparate. Primeiro: porque a verdade não é coisa que se prometa entregar pronta e encadernada. É algo que se busca. A garantia de encontrar, portanto, é charlatanice. Segundo: porque conceder a uma só pessoa, a presidente Dilma, o poder de escolher, a ponta de dedo e caneta, seus sete auditores da História, empregando-os a soldo na Casa Civil, é - isto sim! - medo da verdade. Terceiro: porque aceitar tão unilateral encargo, assumindo-se como caminho, verdade e vida para os anais da História vale por confissão de falta de princípios. É emprestar o nome para uma farsa, em troca de dois vinténs de fama e contracheque. Quarto: por fim, o que menos interessa à Comissão é reconciliação. Reconciliação quem fez foi a festejada Anistia. Ampla, geral e irrestrita.

Nossos governantes não incluem a verdade na lista de seus amores. A evidência dispensa prova. Preferem encomendar versões. Nada sabem sequer do que fazem. Ignoram a verdade sobre o tempo presente e tratam de transfigurá-la no próprio passado. Com História não se brinca! Menos ainda se põe sob o braço e se sai andando com ela por aí, como se fosse coisa da gente. Não é. É História. Ponto. A nenhum partido político, a nenhum comissariado ou comissão é dado oficializá-la ao gosto ou usá-la como serventia. Ela não se presta, saibam, para transformar bandidos em heróis nem doutrinas totalitárias em faróis da democracia e do humanismo.

publicado no ZERO HORA de 16 JUN 2013
plotado por C.A.D.C.

14 de jun. de 2013

Será?


Pode ser. Ninguém sabe no que isso vai dar (nem pra que lado...)
Mas o badernaço, particularmente em São Paulo, fez um espirituoso sair com essa: "cada um tem o maio de 68 que merece"...

Já uma análise mais aprofundada, de comentarista anônimo, diz assim:

Quem ganha (política e estrategicamente) com os protestos em SP: a “nova esquerda”, a esquerda PSOL, a esquerda Idelber, que aproveita o momento para desmascarar o PT e mostrar que ainda é possível lutar por pautas utópicas — basta mudar de lado e acreditar no socialismo verdadeiro.
É preciso esclarecer o seguinte: em primeiro lugar, esse movimento que depreda ônibus e bloqueia avenidas é um elogio à destruição e ao caos, um ataque a princípios básicos do estado democrático, e uma ofensiva francamente autoritária de gente que se outorga o direito de representar “os pobres” porque julga compreender os interesses deles melhor do que eles próprios. É também um movimento de cooptação por meio do qual lideranças partidárias e manifestantes profissionais manobram uma massa de imbecis que não entendem absolutamente nada sobre o que está acontecendo mas gostam de se aproximar do rótulo de “cidadão consciente” (embora sejam “apartidários”, claro).

Em segundo lugar, os queimadores de lixeira, destruidores de estações de metrô, incendiários de túneis, vândalos e PSOListas de hoje são o PT de ontem. Amanhã, quando estiverem mais perto do poder, os militantes do PSOL agirão exatamente como agem os do PT. É preciso mostrar às pessoas que o cair da máscara petista é o cair da máscara de todo um método de pensamento, que é o método esquerdista. Acreditar que existe alguma verdade, justiça ou clamor democrático na voz de quem vai pra Paulista agitar bandeira do PSOL enquanto se lamenta o fato de que o PT abandonou a luta é ingenuidade, é cometer o mesmo erro duas vezes, e nós precisamos deixar isso muito claro sempre que o assunto estiver sendo debatido.


9 de jun. de 2013

Biblioteca digital BRASILIANA



Lá (aqui) se encontram preciosidades como a edição 174 do Correio Braziliense, de novembro de 1822, que trazia sob o título POLÍTICA, subtítulo REYNO UNIDO DE PORTUGAL BRAZIL E ALGARVES, o

"Manifesto do Principe Regente do Brazil aos Governos e Naçoens amigas"

Desejando eu, e os povos, que me reconhecem como seu Principe Regente, conservar as relaçoens politicas e commerciaes com os Governos, e Naçoens Amigas deste Reyno, e continuar a merecer-lhes a approvaçaõ e estimaçaõ, de que se faz crédor o caracter Brazileiro cumpre-me expor-lhes succinta, mas verdadeiramente, a série dos factos e motivos, que me tem obrigado a annuir à vontade general do Brazil, que proclama à face do Universo a sua Independencia politica; e quer, como Reyno irmaõ, e como naçaõ grande e poderosa, conservar illesos e firmes seus imprescriptiveis direitos, contra os quaes Portugal sempre attentou, e agora mais que nunca, depois da decantada Regeneraçaõ politica da Monarchia, pela Côrtes de Lisboa.
(...)

Made in Brazil


Mostrando o mundo



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6 de jun. de 2013

Chuva sem água

Melhor ver de olhos fechados...
(Enviado por M.M.G.)

Comandando máquinas com o pensamento

A reportagem e o vídeo abaixo abrem novos horizontes.



Em um ginásio esportivo nos EUA, um pequeno quadricóptero (um helicóptero sustentado no ar por quatro hélices) percorre um circuito de obstáculos sem se chocar com nenhum deles. A cena seria trivial no aeromodelismo não fosse por um detalhe: seu voo é guiado apenas pela força do pensamento de voluntários, dispensando o uso do tradicional controle remoto manual. Desenvolvida na Universidade de Minnesota, a tecnologia representa mais um avanço nas chamadas interfaces cérebro-máquina (BCI, na sigla em inglês), que, no futuro, poderão ajudar pessoas paralisadas ou amputadas a mover membros mecânicos, cadeiras de roda ou até exoesqueletos inteiros só com o poder da mente.

Como um eletroencefalograma
Responsável pelo experimento, cujos resultados foram publicados ontem no “Journal of Neural Engineering”, Bin He, professor da faculdade de Ciências e Engenharia da universidade, destaca que, além da precisão, o novo sistema tem a vantagem de ser não invasivo, já que para controlar o quadricóptero os voluntários tiveram apenas que vestir uma touca equipada com 64 eletrodos para medir suas ondas cerebrais, como em um eletroencefalograma (EEG). Com isso, diz He, a tecnologia fica mais barata, simples e segura, pois não são necessárias cirurgias e hospitalização para ser usada, por exemplo.

- Pesquisadores em outros lugares usaram chips implantados no córtex motor do cérebro para movimentar um cursor em uma tela ou um braço robótico, mas aqui temos a prova de que uma interface não invasiva com base em EEGs do escalpo pode ter um desempenho tão bom quanto um chip invasivo - afirma.

- Queremos desenvolver algo que possa beneficiar muitas pessoas e não apenas alguns pacientes e este avanço nos coloca mais perto de aplicações práticas para essas interfaces que, creio, terão um alcance muito maior do que os implantes de chips.

Segundo He, o sistema funciona tão bem graças ao melhor conhecimento que sua equipe adquiriu da “geografia” do córtex motor humano por meio de exames de ressonância magnética funcional (fMRI, também na sigla em inglês). Quando mexemos um braço, mão ou perna, ou mesmo só pensamos em movimentá-los, os neurônios desta região do cérebro produzem pequenas correntes elétricas. E como cada movimento específico ativa grupos diferentes de nerônios, eles podem ser captados e traduzidos em ordens para o quadricóptero ir para um lado ou outro ou para cima e para baixo.

- Fomos os primeiros a usar o MRI funcional e EEGs para mapear os locais no cérebro onde os neurônios são ativados quando imaginamos movimentos, e agora sabemos de que regiões do córtex motor os sinais virão - conta.

Mapa cerebral dos movimentos
O mapeamento feito pela equipe de He mostrou que se ver cerrando os punhos (com uma mão de cada vez ou ambas) produzia os sinais mais fáceis de serem distinguidos no cérebro. Assim, quando os voluntários pensavam em fechar a mão direita, o quadricóptero ia nesta direção, o mesmo acontecendo com a mão esquerda. Já para ordenar que o aeromodelo subisse ou descesse, eles se imaginavam cerrando ou abrindo as duas mãos juntas, respectivamente.

- Este conhecimento sobre que tipos de sinais são gerados por que tipo de movimento imaginado nos ajudou a refinar o sistema para controlar objetos voadores em tempo real - explica He.

Para percorrer o circuito sem erros, no entanto, os voluntários do experimento tiveram que passar por um treinamento. Primeiro, eles aprenderam a controlar um cursor em movimento unidimensional em uma tela de computador, depois em movimentos bidimensionais e, por fim, manejaram um helicóptero virtual em um voo simulado tridimensional. Nem todos os candidatos a “pilotos”, porém, conseguiram tirar o “brevê” para guiar o quadricóptero, o que He suspeita ter acontecido por terem um nível mais baixo de consciência corporal, já que pesquisas anteriores demonstraram que praticantes de yoga, por exemplo, têm melhor desempenho.

- Ainda não entendemos bem por que isso acontece, mas esta é uma possibilidade - considera.

Ao todo, cinco dos 12 voluntários iniciais - três mulheres e dois homens - dominaram a tecnologia e guiaram o quadricóptero enquanto viam imagens transmitidas por uma câmera instalada nos aeromodelos, que, em breve. He pretende usar para permitir que pessoas paralisadas e presas em casa possam “passear” pelo mundo.


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