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23 de abr. de 2011

No frigir dos ovos

Pergunta: Alguém sabe me explicar, num português claro e direto, sem figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão "no frigir dos ovos"?

Resposta: Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. Como rapadura é doce mas não é mole, nem sempre você tem idéias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa.
E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas. Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo.
Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos. Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão. Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese... etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou. O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente. Por outro lado se você tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco... A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro vinho. Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda.
Entendeu o que significa “no frigir dos ovos”?
Autor do texto: Guaraci Neves

20 de abr. de 2011

Mais um referendo!

Por Gil Cordeiro Dias Ferreira

Que venha o novo referendo pelo desarmamento. Votarei NÃO, como da primeira vez, e quantas forem necessárias. Até que os Governos Federal, Estaduais e Municipais, cada qual em sua competência, revoguem as leis que protegem bandidos, desarmem-nos, prendam-nos, invistam nos sistemas penitenciários, impeçam a entrada ilegal de armas no País e entendam de uma vez por todas que não lhe cabe desarmar cidadãos de bem.
Nesse ínterim, proponho que outras questões sejam inseridas no referendo:
Voto facultativo? SIM! Apenas 2 Senadores por Estado? SIM! Reduzir pela metade os Deputados Federais e Estaduais e os Vereadores? SIM!
Acesso a cargos públicos exclusivamente por concurso, e não por nepotismo? SIM! Reduzir os 37 Ministérios para 12? SIM! Cláusula de bloqueio para partidos nanicos sem voto? SIM! Fidelidade partidária absoluta? SIM! Férias de apenas 30 dias para todos os políticos e juízes? SIM! Ampliação do Ficha-limpa? SIM!
Fim de todas as mordomias de integrantes dos três poderes, nas três esferas? SIM! Cadeia imediata para quem desviar dinheiro público? SIM!
Fim dos suplentes de Senador sem votos? SIM! Redução dos 20.000 funcionários do Congresso para um terço? SIM!
Voto em lista fechada? NÃO! Financiamento público das campanhas? NÃO! Horário Eleitoral obrigatório? NÃO!
Maioridade penal aos 16 anos para quem tirar título de eleitor? SIM! Um BASTA! na politicagem rasteira que se pratica no Brasil? SIM !!!!!!!!!!!

Gente que mente

trecho de um artigo de Eduardo Graeff, hoje, na Folha, para quem ainda não percebeu o que é o PT:

"Vou andar com uma cópia do artigo que o senador Walter Pinheiro publicou aqui contra Fernando Henrique Cardoso ("O príncipe e o povo", 17/4/2011). Vai ser útil quando me perguntarem qual é, afinal, o problema do PT. O grande problema é a desonestidade. Não falo só da corrupção desenfreada. Pior que isso, para mim, é a desonestidade intelectual: o uso sistemático da mentira como arma política. Este é o pecado original que inspira outros pecados do PT, idiotiza seus quadros, polui sua relação com os aliados, azeda o diálogo com adversários e o indispõe com a liberdade de imprensa."

16 de abr. de 2011

Esse camarada é um Pedagogo: alguém que sabe ensinar; confira

A LEI DA ESCASSEZ

José Pio Martins

Definitivamente, Deus não é socialista. Ele não distribuiu a inteligência e os dons artísticos de forma justa e proporcional. Na adolescência, fiquei bronqueado com o Criador quando tentei jogar futebol e constatei que, em relação a mim e Pelé, nosso Senhor foi cruel. Ao Rei, Ele deu tudo; a mim, só mediocridade. Testei o Criador mais uma vez, quando fui estudar música. Novamente Ele me decepcionou. A Beethoven, Deus fez um gênio; a mim, um selvagem musical. Achei melhor dedicar-me a uma profissão que lidasse com números, porque nisso eu era bom. Mas o que isso tem a ver com economia?

Virou moda, no Brasil, acreditar-se em duas bobagens. Uma, que basta vontade política para implantar o paraíso na Terra. Outra é achar que a lei seja capaz de produzir milagres. O fenômeno repetiu-se na discussão do reajuste do salário mínimo. Determinado dirigente público chegou a afirmar que bastou vontade política ao governo do Paraná para fixar o maior salário mínimo estadual do país.

Sem entrar no mérito do salário mínimo no Paraná, cabe perguntar: se o problema é apenas questão de “vontade política”, por que economizar na bondade? Por que não fixar o mínimo em dois mil reais? Ouvi um empresário afirmar que inflação se combate com vontade política e não com elevação da taxa de juros. Se ele quis dizer que é preciso vontade para agir, tudo bem. Mas, se quis dizer que a vontade substitui medidas de caráter econômico seria a primeira vez que alguém garante ser possível combater inflação com uma emoção: a vontade.

Felizmente, a Constituição protege o direito de enunciar bobagens e ninguém precisa se preocupar. Não há punição para a estupidez. O problema é que um parlamentar custa caro, para sair por aí dizendo coisas sem sentido. O chanceler alemão Konrad Adenauer tinha razão, quando também reclamava do Criador, ao afirmar: “O bom Deus, que limitou a inteligência dos homens, infelizmente não limitou a estupidez”.

Se vontade política e leis jurídicas resolvessem os problemas econômicos, bastaria exportar alguns legisladores para as nações pobres que a fome e a miséria seriam banidas naqueles países. Afora as ironias, só há uma forma de aumentar a fatia média do bolo de cada indivíduo: pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima do crescimento da população. Ou seja, a produção de pão tem de aumentar mais que o aumento do número de bocas. Então, por que o PIB não cresce mais? Por uma razão simples: escassez dos fatores de produção, de que os dois principais são a força de trabalho e o estoque de capital.

A força do trabalho é medida pelo número de trabalhadores multiplicado pela quantidade de horas anuais trabalhadas. O capital é a soma dos instrumentos de produção à disposição da população (estradas, pontes, prédios, portos, aeroportos, máquinas, ferramentas, equipamentos, aparelhos, móveis, etc). Também é importante a “habilidade” com que o trabalhador maneja o capital. Se dermos a dois trabalhadores dois machados e duas toras de madeira para que produzam lenha, ao final do dia o volume de lenha de um será diferente do outro. A essa habilidade no uso do machado chamamos “tecnologia”.

Agora, imaginemos que a um terceiro lenhador seja dada uma motosserra elétrica. Este certamente produzirá muitas vezes mais do que os dois primeiros juntos. Não porque ele seja mais habilidoso, mas apenas porque lhe foi dado um “bem de capital” muito mais poderoso e mais eficiente. Pois bem, o número de trabalhadores, a quantidade de horas trabalhadas anualmente, o tamanho do estoque de bens de capital e o nível tecnológico são, todos, fatores limitados e escassos. Por isso, o tamanho do produto anual é limitado. Em países muito pobres, essa limitação (escassez) é tão grande, que o PIB é incapaz de alimentar minimamente a população.

A lei da escassez é uma das principais restrições ao progresso material da humanidade. Ela não é única. Há outras leis econômicas envolvidas no processo produtivo e somente com educação, desenvolvimento tecnológico, ética nas relações sociais e trabalho eficiente um país consegue progredir e vencer a fome e a miséria. Leis jurídicas são importantes, são um bem público, mas elas não têm a capacidade de superar limites e restrições físicas. Elas podem ajudar, mas não substituir os fatores reais de produção. Nenhuma vontade política e nenhuma lei podem me transformar num Pelé ou num Beethoven.

José Pio Martins, economista, é Reitor da Universidade Positivo.

14 de abr. de 2011

Capturado na rede

RESPOSTA DO Sr MARCO MAIA AO MARCELO TAS (E PRETA GIL)

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Resposta interessante de um homossexual assumido, que resume o festival de baixarias a que estamos assistindo, em torno do "babado" da hora: Bolsonaro x Preta Gil.

A reunião de artistas e metidos a artistas da Globo e outros defensores dos drogados e transloucados vai tentar acabar com o deputado, mas no fundo, no fundo... pensem bem...

Leiam o interessante texto-resposta ao sensacionalista do CQC.... e lembrem que a mídia vai tentar explorar ao máximo os dividendos que possam advir desse episódio...

E se o Marcelo Tas acha inadmissível o deputado ter falado daquele jeito com essa Preta Gil, deveria achar também suas declarações abertas a respeito de ter feito sexo com mulheres e organizado surubas, já que é mãe, casada e EXIGE respeito dos outros... então calasse a boca e guardasse suas intimidades para si... mas essa merda dá dinheiro e fama...

Tenho 42 anos, sou gay, advogado e moro em Londres. Nunca sofri nenhum tipo de discriminação em virtude de minha orientação sexual. E como gay, penso que tenho alguma autoridade nesse assunto.

Primeiramente - e já contrariando a turba - gostaria de expressar minha sincera simpatia pelo Sr. Bonsonaro, que no fundo deve ser uma pessoa de uma doçura ímpar, apesar de suas manifestações "grosseiras e/ou politicamente incorretas". Vou direto ao assunto.

Nunca tive problemas em ser homossexual porque sou uma pessoa normal, como qualquer heterossexual. Esse negócio de viver a vida expressando dioturnamente sua sexualidade é uma doença. A sexualidade é algo que se encontra na esfera da intimidade e não diz respeito a ninguém.

Não tenho trejeitos e não aprecio quem os tem. Para mim, qualquer tipo de extremo é patológico. Minha vida é dedicada e focada em outras coisas. Outros, como doentes que são, vivem a vida focados na sexualidade. O machão grosseiro e mulherengo ou a bicha louca demonstram bem estes extremos. Qualquer tipo de pervertido ou depravado (como a Preta Gil), o pedófilo, etc..., estão neste barco.

Nunca fui numa parada gay e jamais irei, pois para mim aquilo é um circo de horrores, uma apologia à bizarrice e à cocaina - sejam francos e falem a verdade! Hoje aplaudimos o bizarro e a perversão doentia e ainda levamos nossos filhos pra assistir. Se a parada gay realmente fosse um ato político, relembrando sua real importância histórica, muito bem caberia no carnaval - abrindo o desfile das escolas de samba. Muito mais apropriado.

Está rolando sim, um movimento das bichas enlouquecidas, no sentido de transformar o mundo num grande puteiro-hospício gay. Eu tenho um sobrinho de 11 anos e nunca senti a necessidade de explicar para ele que o "titio é gay" - isto é uma palhaçada. As crianças devem ser educadas no sentido de respeitar o próximo e ponto. Isto engloba tudo.

Se pararmos para olhar como o mundo se encontra, temos que reconhecer que o modelo de educação que se desenvolve há décadas foi criado no sentido de deseducar e desestruturar cultural e intelectualmente as massas. Universidades por todo mundo vomitam milhões de pseudos-intelectuais todos os anos, mas tudo piora a cada dia e caminhamos a passos largos para o buraco. Todos os governos do mundo conspiram contra seus próprios cidadãos e se transformaram em grandes máfias, junto com os Bancos e as Corporações estão levando tudo, inclusive (e principalmente) nossa própria humanidade. A corrupção se alastra pelo globo e nunca vimos tantas guerras e destrições que vão desde o aspecto moral, até o material - a destruição de nosso próprio planeta.

A coisa está tão feia, mas tão feia, que somente uma intervenção "divina" é capaz de frear nossos insanos governantes e a turba alucinada. Vejam a quantidade de manifestações de OVNIS pelo mundo. O “disclosure” é iminente. 2012, como símbolo de transformação está aí e a peneira vai passar.

Não crucifiquemos o pobre do Bolsonaro. Tenhamos o entendimento de que seu comportamento é um grito de agonia de alguém que está lá para fazer o seu papel, pois se ninguém disser um chega BEM ALTO a coisa sairá dos limites - como já está saindo. Ele é sim a expressão de milhares e milhares de pessoas, para não dizer milhões. Ele pode ser meio atrapalhado, mas não está errado não. E tenho certeza que esse blá blá blá de dar porrada no filho se for “viado” é só da boca pra fora. Ele é uma pessoa boníssima. Eu tenho certeza disso.

O mundo precisa de amor e filosofia, não de mais ódio e fanatismo.

E essa Preta Gil é o fim. Vai ser vagaba assim na pqp.


O internacionalismo petista

por Helio Dias Viana
À medida que passa o tempo, tornam-se cada vez mais claros os motivos da fúria lulo-petista em relação a Honduras.
Com efeito, ao alijar do poder o golpista Zelaya, os valorosos hondurenhos simplesmente estragaram o lúgubre festim do PT – um partido nascido da Teologia da Libertação e atual ponta de lança na luta pela implantação do comuno-tribalismo na América Latina, para cujo êxito o fator unanimidade é imprescindível.
Nascida no Peru com o padre Gustavo Gutiérrez, a Teologia da Libertação dispõe de seus “missionários” políticos, os quais, bem entendido, da verdadeira religião católica são completamente alheios.
Para estabelecer suas diretrizes e metas, eles se reúnem numa espécie de conclave laico denominado Fórum de São Paulo, como outrora se reuniam os partidos comunistas em seus respectivos congressos.
O mais destacado desses “missionários” se chama Luiz Inácio da Lula da Silva. Após deixar a Presidência, ele se tem movido de um lugar para outro em possante jatinho pertencente à empresa de um riquíssimo empresário cuja recente morte foi chorada em quase todos os ambientes.
Sobre “o cara”, ouvi alguém proclamar um dia, no microfone de importante templo católico, este ditirambo, regado a duvidosa água benta: é o “ungido do Senhor”...
Elogio, aliás, repetido mais tarde pelo Cardeal Claudio Hummes ao compará-lo a Nosso Senhor Jesus Cristo e São Francisco de Assis!
Repetidas à saciedade, estas e tantas outras desmedidas e ridículas exaltações pessoais – sobretudo quando provindas de altos eclesiásticos e políticos – constituem apetrechos indispensáveis à bagagem de quem foi escolhido para exercer um papel relevante na causa revolucionária na América Latina.
Mais modestos sob este ponto de vista, dois membros da ponta de lança deste conglomerado político-ideológico inspirado na Teologia da Libertação – os petistas Luis Fabre e Valdemar Garreta – estão cedidos desde janeiro ao candidato populista Ollanta Humala no Peru. Aliás, com os préstimos de João Santana, o hábil marqueteiro que elegeu Lula em 2002 e cuida hoje da imagem de Dilma Roussef, interferir ostensivamente nas eleições presidenciais daquele país. Tal ingerência levou o jornal socialista madrilense “El País” (13/4/2011) a escrever com surpresa:

O Brasil estreou no Peru como uma autêntica potência regional ao influenciar sem tapumes na vitória do candidato nacionalista Ollanta Humala no primeiro turno das eleições presidenciais.
Dois assessores, membros ambos do governante Partido dos Trabalhadores (PT), trabalham desde janeiro em Lima para moderar o discurso radical de Humala, a fim de ampliar a base eleitoral do candidato.
Até agora o Brasil tinha sido árbitro em vários conflitos regionais, como os havidos entre a Venezuela e Colômbia, a crise interna boliviana e o golpe de estado hondurenho, mas nunca se tinha implicado tão diretamente numa corrida presidencial estrangeira”.

E prossegue: “Os assessores brasileiros Luis Favre e Valdemar Garreta imitaram a chamada estratégia de ‘paz e amor’ ideada pelo especialista João Santana para os comícios de outubro de 2002, nos quais Lula obteve a presidência após três tentativas falidas.
A tática foi simples: evitar os confrontos e as propostas radicais para quebrar a resistência à imagem de líder sindical de Lula. Com Humala o trabalho foi mais duro, porque é um ex-militar golpista considerado um discípulo do chavismo.
'Eu pensava que Ollanta tinha que começar a campanha fortalecendo sua base de apoio com promessas radicais. Mas os estrategistas brasileiros disseram que teria que fazer o contrário, que era necessário reduzir a resistência ao projeto nacionalista. E tiveram razão’, explica Sinesio López, um colaborador muito próximo de Humala [...].
O sociólogo conta que os assessores [brasileiros] também sugeriram a Humala que incluísse na sua lista para o Congresso políticos de esquerda moderada. Foi o caso de Javier Diez Canseco, um dos principais opositores do governo Fujimori.
O político é assíduo do Fórum de São Paulo, o encontro anual de partidos de esquerda fundado pelo PT em 1990. O fórum inclui todo o arco de grupos, desde os mais radicais aos mais moderados, que governam numa dezena de países da região ou são a principal oposição em outros cinco”.

Resumindo, como em toda a América Latina existe uma oposição de fundo psicológico e religioso contra o comunismo, para fazê-lo avançar seus sequazes necessitam utilizar-se da arma do engano, ocultando suas reais intenções e fazendo alianças espúrias, até mesmo com empresários.
Mas para quem quiser ver sua cara inteira, sem diluições, é só olhar para o PNDH-3, onde sua meta última e radical está plenamente consubstanciada!

12 de abr. de 2011

O humanismo obscurantista insiste em apagar a chama da razão! Mas a gente resiste! A gente é forte!

por Reinaldo Azevedo

Se você é contra a proibição da venda legal de armas como forma de combater a violência, então é favorável a que a população se arme. Se defende o princípio constitucional da presunção da inocência, então é conivente com a impunidade. Se acredita que Bolsonaro tem o direito de dizer suas tolices, então é simpático a suas idéias e tem certo receio de admitir. Se apóia mudanças no Código Florestal, então quer devastar as florestas. Se considera inconstitucional a revisão da Lei de Anistia, então é um defensor da tortura.

Assim anda o debate público no Brasil: ou a gente concorda com os donos da opinião e dobra os joelhos no altar da metafísica influente ou é uma besta ao quadrado, agente da barbárie política, social e moral. E perde, pois, o direito de existir. Afinal, o que dizer de seres que se alinham com o armamento, que se perfilam com a impunidade, que engrossam o coro dos preconceitos, que devastam a natureza e que acolhem torturadores? Gente assim não deve ter o direito de existir, certo? Precisa ser, como diria o Apedeuta, “extirpada” da vida nacional.

A cada dia causa mais espécie fazer a defesa de uma lei ou de um princípio da Constituição como norma, baliza, marco ou referência a orientar a sociedade como um todo, a lhe dizer onde é o norte — e o sul, se quiserem — dos seus anseios, ainda que a sua aplicação, ainda que seu exercício, ainda que seu triunfo nos desagrade particularmente. Leis não foram feitas para um homem ou um grupo de homens, mas para todos, e é só por isso que são elas, nas democracias, e não a força física, a maior garantia de um indivíduo. Leis são boas quando não enxergam a quem punem ou protegem — do contrário, o que se tem é discricionariedade. E não existe a discricionariedade “do bem”, como andou pregando por aí certo “ativismo judicial” que, no fundo, é só depredação da Justiça. “Mas, então, é o imobilismo!”, gritará alguém. Não! As democracias prevêem as formas por meio das quais se muda o arcabouço jurídico.

Chamo a atenção neste texto para a questão legal porque o absurdo é tal que hoje se pode ser malvisto na imprensa, no Judiciário, no Ministério Público, no Congresso e até no STF simplesmente por fazer a defesa da lei. Quando a Polícia Federal deu início àquelas operações espetaculosas, algumas delas de braços dados com franjas do Judiciário, eivadas de ilegalidades, houve quem aplaudisse: finalmente os ricos também eram vítimas das mesmas ilegalidades de que eram os pobres! O Brasil construía a igualdade à sua maneira: EM VEZ DE OS DIREITOS CONSTITUCIONAIS DOS POBRES PASSAREM A SER RESPEITADOS, DESRESPEITAVAM-SE TAMBÉM OS DOS RICOS PARA PASSAR À OPINIÃO PÚBLICA A IDÉIA DE QUE ELES TAMBÉM CHORAM!

Em suma, não se tratava exatamente de fazer justiça, mas de vender uma idéia de reparação moral com base no arranca-rabo de classes. Como a imprensa resolveu entrar na festa, porque era cliente dos “furos de reportagem” dos agentes da ilegalidade na polícia e na Justiça, os “ilegalistas do bem” resolveram seguir adiante, até serem brecados nos tribunais superiores. E então se grita: “Impunidade!”. Não! É só a legalidade. Se ela é ruim, mude-se a lei.

Falo bastante sobre o tema porque ele me fascina; sem o triunfo da lei e a garantia do seu direito, leitor, como botar o nariz fora da porta? Ocorre ao bacaninha da redação que defende expedientes oblíquos para punir as pessoas más que isso não é diferente de alguém lhe tomar a carteira, assaltar o carro ou lhe dar um pé no traseiro na rua? Se a lei não existe, então tudo é permitido; então é o estado da natureza, e cada um se vire como puder. Vale para o pobre; vale para o rico. Aliás, numa sociedade em que nem os ricos são respeitados — e escrevo “nem os ricos” porque, obviamente, têm os melhores advogados —, a gente imagina como andam os pobres, não é mesmo?

Estendi-me sobre a questão do direito porque, como disse, o tema me atrai, mas nem era a minha intenção, não. O que mais me ocupa hoje em dia é fazer o debate de valores. Por que algumas garantias, vá lá, clássicas de uma democracia de direito passaram a valer tão pouco e estão hoje tão sujeitos à especulação? Porque somos monitorados por uma espécie de “Observatório da Justiça Legítima” em oposição àquilo que seria a “Justiça Legal”. E quem legitima esse “legítimo”? Grupos de pressão, ONGs, sindicatos e… imprensa! O mundo passa a ser pensado a partir do fim. Queremos algumas coisas que são boas, belas e justas? Queremos! Então os meios estão absolvidos, especialmente quando se investe na fantasia de que, de um lado, estão aquelas pessoas malvadas, que nem deveriam existir, e, do outro, os “salvadores da humanidade”.

A morte do pensamento
Isso é a morte do pensamento! Já não interessa mais o conteúdo das proposições: a disputa não se dá entre idéias díspares, mas entre monopolistas da virtude e monopolistas do vício. A distorção não se verifica apenas no Brasil, não! Querem um exemplo? Fico a imaginar o que não se estaria dizendo de George W. Bush se ele tivesse levado a ONU a fazer ou a aprovar intervenções armadas em países para apoiar um dos lados de uma guerra civil. Essa é a política que os EUA de Barack Obama promovem hoje nas Nações Unidas, que ou tornam suas tropas aliadas armadas de milícias assassinas, como na Costa do Marfim, ou endossa intervenções amalucadas como a que está em curso na Líbia. A “nova ordem” desse pacifista adota grupos paramilitares como agentes da civilização democrática!

Não vivemos dias particularmente iluminados lá ou aqui. Nada de catastrofismo! Já houve tempos melhores certamente, mas também já os houve piores. Sobreviveremos. Mas que é difícil manter acesa a chama da razão em meio à ventania provocada pelo humanismo obscurantista, ah, isso é! A gente resiste. A gente é forte!

Por Reinaldo

8 de abr. de 2011

Os governos não podem tudo

Com metade do dinheiro do trem-bala, poderíamos ampliar portos do Nordeste e do Norte, com sobras

por Kátia Abreu, em 02/04/11

O SUCESSO do agronegócio brasileiro não foi o resultado da ação do setor público, mas da livre iniciativa, do espírito empreendedor de nossos agricultores, que se moveram para os ermos do Centro-Oeste, correndo riscos desproporcionais e hipotecando na empreitada o seu próprio destino. Há 40 anos, essa região era ainda um quase vazio econômico, desprovida de infraestrutura, sem rodovias ou acesso a portos, sem falar na ausência de facilidades urbanas, que fez da vida desses modernos pioneiros e de suas famílias uma saga de grandes privações e padecimentos pessoais.

A história deu certo e a produção se elevou tanto que a escala econômica dos problemas atingiu um nível-limite. O governo não pode mais fingir que o Centro-Oeste não existe. Quando se inicia nova colheita recorde de grãos e de fibras, repete-se o velho drama dos caminhões se arrastando por estradas absurdas para, ao final, acabarem retidos em filas intermináveis nos acessos aos portos do Sul e do Sudeste, congestionados e precários, mas os únicos a que os produtores podem recorrer.

A geografia da produção mudou, mas as estruturas logísticas continuam a corresponder ao Brasil de ontem. Se tomarmos como divisor geográfico o paralelo 15 sul, verificamos que ao norte dessa linha estão localizados 52% da produção nacional de soja e milho. No entanto, apenas 16% do total da produção é escoado pelos portos da região, enquanto os demais 84% são forçados a recorrer aos portos do Sul e do Sudeste.

Além dos inconvenientes desses sistemas logísticos, os custos adicionais de transporte capturam parte da renda dos produtores, o que ajuda a explicar o paradoxo de uma agricultura competitiva nos seus processos de produção, ao lado de agricultores empobrecidos.

Estudo recente mostra que o transporte de uma tonelada de soja da fazenda ao porto custa, em média, US$ 20 a um agricultor argentino, US$ 18 a um norte-americano e US$ 78 a um brasileiro. Nossos agricultores são melhores, mas mais pobres que seus concorrentes, já que não podem repassar seus custos particulares para preços que são fixados nas Bolsas internacionais.

Um desenho logístico racional faria a inversão dessas rotas. A produção dos territórios acima do paralelo 15 sul pode e deve ser escoada pelos portos do Norte e do Nordeste, num sistema que chamamos Arco Norte, que consiste em rodovias, hidrovias, ferrovias e portos que demandam investimentos absolutamente compatíveis com os recursos do governo brasileiro. Muitas dessas estruturas já existem, precisando apenas de obras de ampliação e melhoramento. Outras podem ser concedidas à iniciativa privada.

Os governos não podem tudo. Principalmente, não podem tudo ao mesmo tempo. Por isso, são medidos na história pela qualidade das escolhas que fazem.

Neste momento em que, como bem expressou um editorial da Folha, a infraestrutura do país segue rumo ao colapso, o governo deve à sociedade uma explicação cabal e convincente sobre a razão de promover com dinheiro e facilidades públicas um trem de alta velocidade entre o Rio e São Paulo, ao custo de mais de R$ 33 bilhões. Será que a economia não tem outros problemas e outras prioridades?

Com metade desse dinheiro, poderíamos ampliar e modernizar os portos de Porto Velho, Santarém, Belém e Itaqui, no Norte, e de Pecém, Suape e Salvador, no Nordeste. Sobraria ainda dinheiro para adequar as rodovias que alimentarão essas rotas, como a Cuiabá-Santarém, e concluir as hidrovias do Madeira e do Tocantins.

Para tudo isso serão necessários cerca de R$ 14 bilhões, menos da metade do trem-bala e com um efeito extraordinário sobre a produção, a renda dos agricultores e a diversificação territorial da economia, sem falar no alívio que representará para as estruturas logísticas do Sul e do Sudeste.

Numa sociedade democrática, os governantes não podem ter caprichos. Os recursos do Estado pertencem à sociedade e a ela devem reverter.