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26 de fev. de 2012

Sintetizador de voz controlado pelas mãos permite falar por gestos

Uma nova tecnologia desenvolvida no Canadá permite que uma pessoa fale ou cante usando apenas suas mãos para controlar um sintetizador de voz.

Sidney Fels, da Universidade da Colúmbia Britânica, afirma que sua tecnologia "sintetizador gesto-para-voz" replica os processos que os humanos usam quando controlam o seu próprio aparelho vocal.

"É como tocar um instrumento musical que emite voz," simplifica Fels.

As aplicações da nova tecnologia poderão incluir desde novas formas de expressão musical e auxílio para pessoas com deficiências da fala, até o controle gestual de grandes equipamentos industriais.

Além, é claro, da inusitada apresentação de um artista que faz um dueto consigo mesmo, cantando com seu aparelho vocal normal e produzindo a segunda voz por meio dos gestos.

Vogais abertas e consoantes fechadas

Os pesquisadores construíram luvas especiais, equipadas com sensores de posição 3-D, que determinam a posição de cada mão no espaço.

Determinadas posturas das luvas estão associadas com áreas definidas do espectro de áudio.



O aparelho é semi-portátil, podendo ser adequadamente disfarçado por uma mochila. [Imagem: Sidney Fels/UBC]

A luva da mão direita tem sensores para detectar a flexão. Quando o usuário fecha a mão, ela cria sons consonantais - os pesquisadores desenvolveram uma coleção de gestos que são mapeados para sons consonantais.

Quando o usuário abre a mão direita, ele produz sons de vogais, da mesma forma que acontece no trato vocal quando a língua se movimenta. A emissão das vogais é controlada pela localização da luva no espaço horizontal.

A luva direita também controla a ritmo da fala pela sua localização vertical no espaço.

Os controles da luva esquerda controlam os chamados "sons de parada" - como a consoante "B".

Controle de guindastes

"Outras aplicações possíveis para esta inovação são interfaces para tornar mais fácil a execução de determinadas tarefas, tais como controle de guindastes ou outras maquinarias pesadas," diz Fels.

"Leva cerca de 100 horas para uma pessoa aprender a falar usando o sistema," diz Fels, cujos interesses de pesquisa incluem interação humano-computador, modelagem biomecânica das vias aéreas superiores, síntese da fala e redes neurais.

Fonte: Inovação tecnológica

Hackers podem descobrir localização física de um celular

Esta é toda a aparelhagem necessária para rastrear o posicionamento físico de um celular. O computador está rodando aplicativos de código aberto. [Imagem: Kune et al.]

Localização e interceptação de chamadas

Usando um telefone barato e um equipamento disponível no comércio, e sem nenhuma ajuda das companhias telefônicas, é possível rastrear a posição física de um usuário da telefonia celular.

Segundo pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, as operadoras de telefonia celular deixam vazar a localização física dos usuários de telefones celulares ao usar a difusão de mensagens não criptografadas.

Além disso, segundo a equipe demonstrou, é possível capturar as mensagens trocadas entre a torre da empresa de telefonia e o celular do usuário e desligar a chamada antes mesmo que o celular do usuário toque.

As torres de telefonia celular precisam rastrear a posição física dos usuários para operar de forma eficiente.

Assim, qualquer mensagem para aquele usuário será dirigida para a torre que estiver mais próxima dele.

Isso é feito disparando pacotes de informações temporizadamente e esperando que o telefone responda.

Quando o usuário se movimenta, a informação é atualizada na rede de telefonia.

O que Denis Kune e seus colegas demonstraram é que essa informação está largamente acessível, por meio de programas de código aberto e equipamentos disponíveis no comércio.

O método de ataque funcionou nas redes GSM, as mais usadas em todo o mundo.

Fonte: Inovação tecnológica

24 de fev. de 2012

Joe Cocker

With A Little Help From My Friends

The Who - Quadrophenia

Bell Boy
(Bateria: Keith Moon)

5:15
(Baixo: John Entwistle)

I'm One
(Vocal: Roger Daltrey)

The Dirty Jobs / Helpless Dancer
(Guitarra: Pete Townsend)

23 de fev. de 2012

A loba que come lobo

por Maria Cristina Fernandes

Sabatinada para o Superior Tribunal de Justiça, na condição de primeira mulher a ascender à cúpula da magistratura, a então desembargadora da justiça baiana, Eliana Calmon, foi indagada se teria padrinhos políticos. "Se não tivesse não estaria aqui". Quiseram saber quem eram seus padrinhos. A futura ministra do STJ respondeu na lata: "Edison Lobão, Jader Barbalho e Antonio Carlos Magalhães". Corria o ano de 1999. Os senadores eram os pilares da aliança que havia reeleito o governo Fernando Henrique Cardoso. A futura ministra contou ao repórter Rodrigo Haidar as reações: "Meu irmão disse que pulou da cadeira e nem teve coragem de assistir ao restante da sabatina. Houve quem dissesse que passei um atestado de imbecilidade".
Estava ali a sina da ministra que, doze anos depois, enfrentaria o corporativismo da magistratura. "Naquele momento, declarei totalmente minha independência. Eles não poderiam me pedir nada porque eu não poderia atuar em nenhum processo nos quais eles estivessem. Então, paguei a dívida e assumi o cargo sem pecado original."
Eliana Calmon nunca escondeu seus padrinhos. De lá pra cá, Eliana Calmon tem sido de uma franqueza desconcertante sobre os males do Brasil. Muita toga, pouca justiça são.
Num tempo em que muito se fala da judicialização da política, Eliana não perde tempo em discutir a politização do judiciário. É claro que a justiça é política. A questão, levantada pela ministra em seu discurso de posse no CNJ, é saber se está a serviço da cidadania.
A "rebelde que fala", como se denominou numa entrevista, chegou à conclusão de que a melhor maneira de evitar o loteamento de sua toga seria colocando a boca no trombone.
Aos 65 anos, 32 de magistratura, Eliana Calmon já falou sobre quase tudo.
- Filhos de ministros que advogam nos tribunais superiores: "Dizem que têm trânsito na Corte e exibem isso a seus clientes. Não há lei que resolva isso. É falta de caráter" (Veja, 28/09/2010).
- Corrupção na magistratura: "Começa embaixo. Não é incomum um desembargador corrupto usar um juiz de primeira instância como escudo para suas ações. Ele telefona para o juiz e lhe pede uma liminar, um habeas-corpus ou uma sentença. Os que se sujeitam são candidatos naturais a futuras promoções". (Idem)
- Morosidade: "Um órgão esfacelado do ponto de vista administrativo, de funcionalidade e de eficiência é campo fértil à corrupção. Começa-se a vender facilidades em função das dificuldades. E quem não tem um amigo para fazer um bilhetinho para um juiz?" (O Estado de S. Paulo, 30/09/2010).
Era, portanto, previsível que não enfrentasse calada a reação do Supremo Tribunal Federal à sua dedicação em tempo integral a desencavar o rabo preso da magistratura.
Primeiro mostrou que não devia satisfações aos padrinhos. Recrutou no primeiro escalão da política maranhense alguns dos 40 indiciados da Operação Navalha; determinou o afastamento de um desembargador paraense; e fechou um instituto que, por mais de 20 anos, administrou as finanças da justiça baiana.
No embate mais recente, a ministra foi acusada pelo presidente da Corte, Cezar Peluso, de desacreditar a justiça por ter dito à Associação Paulista de Jornais que havia bandidos escondidos atrás da toga. Na réplica, Eliana Calmon disse que, na verdade, tentava proteger a instituição de uma minoria de bandidos.
Ao postergar o julgamento da ação dos magistrados contra o CNJ, o Supremo pareceu ter-se dado conta de que a ministra, por mais encurralada que esteja por seus pares, não é minoritária na opinião pública.
A última edição da pesquisa nacional que a Fundação Getúlio Vargas divulga periodicamente sobre a confiança na Justiça tira a ministra do isolamento a que Peluso tentou confiná-la com a nota, assinada por 12 dos 15 integrantes do CNJ, que condenou suas declarações.
Na lista das instituições em que a população diz, espontaneamente, mais confiar, o Judiciário está em penúltimo lugar. Entre aqueles que já usaram a Justiça a confiança é ainda menor.
A mesma pesquisa indica que os entrevistados duvidam da honestidade do Judiciário (64%), o consideram parcial (59%) e incompetente (53%).
O que mais surpreende no índice de confiança da FGV é que o Judiciário tenha ficado abaixo do Congresso, cujo descrédito tem tido a decisiva participação da Corte Suprema - tanto por assumir a função de legislar temas em que julga haver omissão parlamentar, quanto no julgamento de ações de condenação moral do Congresso, como a Lei da Ficha Limpa.
A base governista está tão desconectada do que importa que foi preciso um senador de partido de fogo morto, Demóstenes Torres (DEM-TO), para propor uma Emenda Constitucional que regulamenta os poderes do CNJ e o coloca a salvo do corporativismo dos togados de plantão. "Só deputado e senador têm que ter ficha limpa?", indagou o senador.
Ao contrário do Judiciário, os ficha suja do Congresso precisam renovar seus salvo-conduto junto ao eleitorado a cada quatro anos.
O embate Peluso-Calmon reedita no Judiciário o embate que tem marcado a modernização das instituições. Peluso tenta proteger as corregedorias regionais do poder do CNJ.
Nem sempre o que é federal é mais moderno. O voto, universal e em todas as instâncias, está aí para contrabalancear. Mas no Judiciário, o contrapeso é o corporativismo. E em nada ajuda ao equilíbrio. Em seis anos de existência, o CNJ já puniu 49 magistrados. A gestão Eliana Calmon acelerou os processos. Vinte casos aguardam julgamento este mês.
Aliomar Baleeiro, jurista baiano que a ministra gosta de citar, dizia que a Justiça não tem jeito porque "lobo não come lobo". A loba que apareceu no pedaço viu que dificilmente daria conta da matilha sozinha, aí decidiu uivar alto.

Vidas no torvelinho

por Leandra Felipe

Aos 27 anos, a mecânica de automóveis Sara Morales acumula recordações durante os 10 anos em que viveu em um acampamento das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc): abuso sexual, agressões físicas, o apoio da comunidade rural para tirar seus filhos recém-nascidos do ambiente da guerrilha e a corajosa desmobilização.

Quando foi forçadamente recrutada pela guerrilha perto Barrancabermeja (município do departamento de Santander) onde vivia com os irmãos e a mãe, ela ainda gostava de brincar de bonecas. "Tiraram meus brinquedos e me colocaram um fuzil nas mãos", reflete.

E completa: "Mas essa é a realidade do recrutamento de crianças. Me lembro bem do caminhão levando a gente. Eu e mais umas 40 crianças". Não há dados muito recentes sobre a quantidade de crianças em poder de grupos armados ilegais. Mas um levantamento das Nações Unidas (ONU) de 2009 mostra que essa quantidade varia entre oito e 11 mil crianças.

Em 1996, quando Sara foi recrutada, essa era uma realidade ainda mais comum. "Agora o governo está mais atento, antes era muito, muito pior", comenta Sara.

Ela lembra que o treinamento começava assim que eles chegavam ao acampamento. "Tinha a parte de doutrina para aprender fundamentos socialistas e a parte do treinamento militar. Esse era pesado. Uma vez me cansei e comecei a chorar e o comandante brigou comigo. Eu disse que era só uma menina, mas ele se enfureceu e me deu um chute no rosto com o coturno", relembra.

Quatro anos antes de ser recrutada, Sara havia perdido seu irmão mais velho, assassinado por grupos paramilitares. "A gente não tinha muita escolha. Eu sabia que ali não era meu lugar, mas não tinha como fugir de lá tão pequena", conta.

Aos 15 anos de idade, Sara foi selecionada para trabalhar na rádio das Farc. O grupo mantém uma emissora clandestina que usa para se comunicar com as frentes espalhadas pelo país.

"Eu gostei muito de trabalhar na rádio, primeiro porque assim ficava longe das armas e segundo porque os camponeses e agricultores também escutavam a gente e eu gostava disso", lembra Sara, que sonha em trabalhar de novo como comunicadora quando terminar os estudos.

A maternidade

Sara conta que durante a infância sofreu agressões sexuais nos acampamentos. "Isso é normal lá dentro. A gente se protege como pode", relata.

"Mas lá, a gente também faz amigos ou namora", diz rindo. Sara se envolveu com um companheiro de guerrilha, um jovem de sua cidade natal que também havia sido recrutado. Quando completou 18 anos, nasceu sua primeira filha, hoje com nove anos. Aos 20, o segundo, um menino que agora tem sete.

Sara disse à BBC Brasil que não queria seus filhos naquele ambiente e nem que sofressem o que ela sofreu.

"Os camponeses vizinhos ao acampamento gostavam de mim e sabiam que eu não queria pegar em armas. Então, quando meus filhos fizeram um mês de nascimento, eu lhes entreguei e dei todas as referências da cidade onde minha mãe morava para que eles os entregassem lá", recorda.

Mesmo consciente que aquela era a melhor decisão, Sara fala do sofrimento sem os filhos. "Quando eu entreguei minha filha e meu filho eu sofri uma dor terrível. Foi meu pior momento", lamenta.

Além do sofrimento pela ausência, Sara conta que sofria punições também: "Eu tirava meus filhos do acampamento sem permissão do comando. Claro que eu era penalizada, fisicamente ou com privações", conta.

A fuga
Em 2007, quando tinha 22 anos, dois depois do nascimento do filho mais novo, Sara diz que havia uma operação muito grande na região do acampamento e o grupo se deslocou um pouco. "Eu sabia que não estava longe da minha cidade", diz.

Sara diz que um dia um dos comandantes tentou violentá-la sexualmente. "Eu reagi e atirei na perna dele. Ali eu já sabia que ou fugia ou morria", reflete.

Ela começou a se afastar do acampamento, mas foi perseguida e atingida por dois tiros, um na coxa direita e um na mão. "Naquela hora eu só me lembrava da minha mãe, que já estava doente. Eu pedia a Deus, forças porque queria sair dali e encontrá-la".

Mesmo ferida, Sara conseguiu se esconder. Atravessou lagoas, rios e a selva à noite na montanha. Foi ajudada por camponeses e já sem o uniforme conseguiu chegar à Bucaramanga, capital de Santander, onde fica sua cidade natal, Barrancabermeja.

Sara procurou a polícia e se reintegrou à sociedade. Ela ainda conseguiu passar um tempo com sua mãe, que faleceu pouco depois. Seus filhos já estavam com sua família quando regressou.

O pai das crianças também abandonou a guerrilha e eles são amigos. "No ano passado, ele conseguiu dar seu sobrenome às crianças", conta cheia de orgulho.

Atualmente, Sara vive com o irmão mais novo e os dois filhos em Bogotá. Sempre que pode, atua como voluntária em campanhas pela paz e pelo fim do conflito. Ela também já participou de um projeto chamado "Canta con migo por la reintegración", onde canta com um grupo de desmobilizados de diversos grupos armados, que também se reintegraram à sociedade.

Analisando sua vida hoje ela se diz agradecida a Deus. "Eu não tenho ódio do que passou, mas tenho um desejo grande de que este país mude para todos e seja melhor lá na zona rural, além das montanhas", argumenta.

E finaliza: "Se eu disser que é fácil, estou mentindo. Minha infância que já era difícil, foi totalmente usurpada quando entrei no acampamento. Mas nunca perdi a esperança e eu tinha caráter. Isso me salvou".

Sentença

Não faltam no Brasil “palácios da justiça”, mas falta uma justiça menos “palaciana”, ou seja, verdadeiramente republicana e democrática, que simplesmente atenda às expectativas e às necessidades da população.

Luis Dolhnikoff

O que faz a paixão

Stand by me

20 de fev. de 2012

Que futuro se estará construindo com esse presente?

por Wilson Aquino

A insólita cena aconteceu no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro na quarta-feira 15, quando o réu Natalino Guimarães — julgado, agora, por tentativa de homicídio e já condenado por formação de quadrilha e outros crimes, em 2008 — interrompeu seu interrogatório para festejar uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral. "Minha sobrinha, graças a Deus, está voltando", disse ele, referindo-se à decisão do TRE de devolver o mandato de vereadora a Carmen Glória Guinâncio Guimarães Teixeira, conhecida como Carminha Jerominho (PTdoB). Na fila para interrogatório no banco dos réus havia mais dois parentes de Carminha: o pai, Jerônimo Guimarães Filho (Jerominho) e o irmão, Luciano. Todos condenados e apontados como fundadores e chefes da Liga da Justiça, a maior milícia do Rio, que controla com mão de ferro várias comunidades na zona oeste carioca. Carminha Jerominho, 34 anos, derramava lágrimas de alegria, alheia ao movimento de um grupo de vereadores, que, nos bastidores, estuda medidas legais para impedir seu retorno à Casa. "Vamos torcer para que o Ministério Público Eleitoral recorra da decisão. Ou vamos ver como a Procuradoria da Câmara pode barrar a volta dela", afirmou à ISTOÉ um parlamentar que pediu anonimato.

Carminha se elegeu, em 2008, com 22 mil votos. Um detalhe chama a atenção: ela passou parte da campanha encarcerada no presídio federal de Catanduvas, no Paraná, acusada de coagir eleitores a votar nela. Empossada em janeiro de 2009, teve o mandato cassado seis meses depois por irregularidades na prestação de contas da campanha. Assim como ela, seus parentes também apresentam histórico de práticas nada republicanas. O pai e o tio de Carminha, Jerominho e Natalino, também tiveram seus mandatos parlamentares cassados (o primeiro era vereador pelo PMDB e, o segundo, deputado estadual pelo DEM) e cumprem pena de dez anos no presídio de segurança máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Por isso, não é de se estranhar que a herdeira política do clã Jerominho seja persona non grata na Câmara dos Vereadores. Procurada por ISTOÉ, ela não quis se pronunciar, mas o presidente e advogado do PTdoB, seu partido, Vinicius Cordeiro, defendeu-a: "Não existe crime por hereditariedade." A decisão do TRE devolve à vereadora, a partir do mês que vem, além do gabinete, o salário em torno de R$ 15 mil e verba de R$ 150 mil para contratar assessores.

Genesis

Ripples

19 de fev. de 2012

Conquista científica contra a surdez



Uma equipe de cientistas da Universidade de Yale liderada pelo jovem bioquímico português Nuno Raimundo desvendou o processo da perda de audição, através da manipulação genética de cobaias, abrindo caminho a um tratamento para a surdez.

A descoberta do mecanismo molecular que leva à surdez é narrada na última edição da «Cell», uma das três principais revistas científicas internacionais a par da «Nature» e «Science», e vem demonstrar que "ao contrário do que se pensava até agora, a perda de audição não é irreversível", afirmou à Lusa o cientista de 35 anos.

As células responsáveis pela audição "estão lá, só não estão a funcionar bem, não estão mortas" e podem ser reativadas "manipulando duas proteínas fundamentais farmacologicamente", dentro do DNA.

Fonte: tvi24

16 de fev. de 2012

Cientistas franceses reprogramaram células de idosos para voltarem a ser células jovens

Cientistas franceses conseguiram dar novas ordens a células de pessoas mais velhas para que voltassem a ser estaminais, como as células embrionárias, capazes de dar origem a tecidos e órgãos. Este avanço poderá ser crucial para a cura de doenças do envelhecimento.

As células embrionárias conseguem diferenciar-se em qualquer tipo de célula e são de extrema importância na investigação científica porque podem ajudar a regenerar tecidos doentes, e no futuro substituir órgãos ou tratar doenças neurodegenerativas.

Já as células estaminais adultas que se encontram no cordão umbilical, no sangue ou na medula têm uma capacidade mais reduzida de dar origem a outras células porque cada uma delas é programada, tal como num programa de computador, para desempenhar uma determinada tarefa. "Esses programas são regulados por genes que estão especializados para determinada função, não permitem que essa célula faça a função da célula ao lado e ainda bem que assim é porque os órgãos e os tecidos estão separados dessa maneira", explica o investigador do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), que também trabalha na área do Envelhecimento.

Para ver mais: aqui

Duplipensar

por Demetrio Magnoli

A blogueira Yoani Sánchez, os aeroportos privatizados, os policiais amotinados - por três vezes, sucessivamente, o PT exercitou a arte da duplicidade, desfazendo com uma mão o que a outra acabara de fazer. Há mais que oportunismo na dissociação rotinizada entre o princípio da realidade e o imperativo da ideologia. A lacuna abissal entre um e outro sugere que, aos 32 anos, o maior partido do País alcançou um estado de equilíbrio sustentado sobre o rochedo da mentira.

Peça número 1: O governo brasileiro concedeu visto de entrada a Yoani Sánchez, enviando um nítido sinal diplomático, mas Dilma Rousseff se negou a pronunciar em Havana umas poucas palavras cruciais sobre o direito de ir e vir, enquanto seus auxiliares reverenciavam o "direito" da ditadura castrista de controlar os movimentos dos cidadãos cubanos. A voz do PT emanou de fontes complementares, que pautaram as declarações presidenciais na ilha. Circundando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, diversos tratados internacionais e a Constituição brasileira, o assessor de política externa Marco Aurélio Garcia qualificou como um "problema de Yoani" a obtenção da autorização de viagem. Ecoando o pretexto oficial castrista, a ministra Maria do Rosário (dos Direitos Humanos!) declarou que Cuba não viola os direitos humanos, mas é vítima de uma violação histórica, representada pelo embargo norte-americano.

O alinhamento automático do PT à ditadura cubana revela extraordinária incapacidade de atualização doutrinária. A social-democracia europeia definiu sua relação com o princípio da liberdade política por meio de duas experiências históricas decisivas: a ruptura com os bolcheviques russos em 1917 e o confronto com a URSS de Stalin na hora do Pacto Germano-Soviético de 1939. O PT, contudo, não é um partido social-democrata. A sua inspiração tem raízes em outra experiência histórica, instilada no seu interior pelas correntes castristas que formam um dos três componentes originais do partido. Tal experiência é o "anti-imperialismo" da esquerda latino-americana, uma narrativa avessa ao princípio da liberdade política.

Peça número 2: Contrariando o renitente alarido petista de condenação da "privataria tucana", o governo leiloou três aeroportos para a iniciativa privada, mas, ato contínuo, o PT regurgitou as sentenças ortodoxas que compõem um estribilho estatista reproduzido à exaustão. Uma nota partidária anunciou a continuidade da "disputa ideológica sobre as privatizações", enquanto o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) se enredava na gramática da hipocrisia para formular distinções arcanas entre "concessões" e "privatizações".

A explicação corrente sobre essa dissonância radical entre palavras e atos aponta as motivações eleitorais de um partido que descobriu as vantagens utilitárias de demonizar adversários indisponíveis para defender a própria herança. Há, contudo, algo além disso, como insinua uma declaração do presidente petista Rui Falcão, que classificou os "adversários" do PSDB como "privatistas por convicção". O diagnóstico não faz justiça ao governo FHC, mas oferece pistas valiosas sobre a natureza de seu próprio partido.

O PT confusamente socialista das origens pouco se importava com o destino das empresas estatais, engrenagens do capitalismo nacional tardio erguido por Getúlio Vargas e aperfeiçoado por Ernesto Geisel. O partido só aderiu à ideia substituta do capitalismo de Estado após a queda do Muro de Berlim. No governo, aprendeu toda a lição: a rede de estatais configura um sistema de vasos comunicantes entre a elite política e a elite econômica, servindo ao interesse maior de perpetuação no poder e a uma miríade de interesses políticos e pecuniários menores. Os aeroportos foram privatizados para conjurar o espectro do fracasso da operação Copa do Mundo. Ao largo do território das convicções, sempre podem ser deflagradas novas privatizações: afinal, o partido antiprivatista tem como ícone José Dirceu, uma figura que prospera exercendo a função de intermediário entre o poder público e grandes grupos empresariais privados.

Peça número 3: O governo reprimiu o movimento dos PMs da Bahia e o PT condenou os atos criminosos de suas lideranças, mas não caracterizou a greve de militares como motim, deixando entreaberta a vereda para voltar a surfar na onda de episódios similares em Estados governados pela oposição. Os precedentes são conhecidos. Em 1992, quando o pefelista ACM governava a Bahia, o atual governador petista, Jacques Wagner, solidarizou-se com os PMs grevistas. Nove anos depois, quando a Bahia era governada pelo também pefelista César Borges, foi a vez do deputado Nelson Pelegrino, hoje candidato do PT à prefeitura de Salvador, proclamar seu apoio à greve dos PMs baianos. Durante a greve parcial de PMs paulistas, em 2008, no governo "inimigo" de José Serra, o PT formou uma comissão parlamentar de defesa do movimento.

A clamorosa duplicidade tem sua raiz profunda no papel desempenhado pelos sindicalistas do PT. A partidarização petista do movimento sindical moldou um corporativismo sui generis, que substitui os interesses da base sindical pelos do partido. No sindicalismo tradicional, tudo se deve subordinar às reivindicações de uma categoria. No sindicalismo petista, as reivindicações da base sindical devem funcionar como alavancas do projeto de poder do PT. Hoje, os PMs da Bahia são classificados como criminosos; amanhã, nas circunstâncias certas, PMs amotinados serão declarados trabalhadores comuns em busca de direitos legítimos.

O pensamento duplo não é um acidente no percurso do PT, mas, desde que o partido alcançou os palácios, sua alma política genuína. A tensão entre princípios opostos é real, mas não explosiva. Num país em que a oposição renunciou ao dever de discutir ideias, o partido governista tem assegurado o privilégio de rotinizar a mentira.

Uma explicação, já antiga

A mão de Stálin está sobre nós

por Olavo de Carvalho - O Globo, 03 de agosto de 2002

Neste país há três e não mais de três correntes políticas organizadas: o socialismo fabiano que nos governa, o socialismo marxista e o velho nacional-esquerdismo janguista.

O socialismo fabiano distingue-se do marxista porque forma quadros de elite para influenciar as coisas desde cima em vez de organizar movimentos de massa. Seu momento de glória veio com a administração keynesiana de Roosevelt, que, a pretexto de salvar o capitalismo, estrangulou a liberdade de mercado e criou uma burocracia estatal infestada de comunistas, só sendo salva do desastre pela eclosão da guerra. O think tank mundial do fabianismo é a London School of Economics, parteira da “terceira via”, uma proposta da década de 20, periodicamente requentada quando o socialismo revolucionário entra em crise e é preciso passar o trabalho pesado, temporariamente, para a mão direita da esquerda. No poder, os fabianos dão uma maquiada na economia capitalista enquanto fomentam por canais aparentemente neutros a disseminação de idéias socialistas, promovem a intromissão da burocracia em todos os setores da vida (não necessariamente os econômicos) e subsidiam a recuperação do socialismo revolucionário. Quando este está de novo pronto para a briga, eles saem de cena envergando o rótulo de “direitistas”, que lhes permitirá um eventual retorno ao poder como salvadores da pátria se os capitalistas voltarem a achar que precisam deles para deter a ascensão do marxismo revolucionário. Então novamente eles fingirão salvar a pátria enquanto salvam, por baixo do pano, o socialismo.

Desde seus fundadores, Sidney e Beatrice Webb, o fabianismo nunca passou de um instrumento auxiliar da revolução marxista, incumbido de ganhar respeitabilidade nos círculos burgueses para destruir o capitalismo desde dentro. Os conservadores ingleses diziam isso e eram ridicularizados pela mídia, mas a abertura dos Arquivos de Moscou provou que o mais famoso livro do casal não foi escrito pelo marido nem pela esposa, mas veio pronto do governo soviético.

A articulação dos dois socialismos era chamada por Stalin de “estratégia das tesouras”: consiste em fazer com que a ala aparentemente inofensiva do movimento apareça como única alternativa à revolução marxista, ocupando o espaço da direita de modo que esta, picotada entre duas lâminas, acabe por desaparecer. A oposição tradicional de direita e esquerda é então substituída pela divisão interna da esquerda, de modo que a completa homogeneização socialista da opinião pública é obtida sem nenhuma ruptura aparente da normalidade. A discussão da esquerda com a própria esquerda, sendo a única que resta, torna-se um simulacro verossímil da competição democrática e é exibida como prova de que tudo está na mais perfeita ordem.

No governo, nossos fabianos seguiram sua receita de praxe: administraram o capitalismo como se fossem capitalistas, ao mesmo tempo em que espalhavam a doutrinação marxista nas escolas, demoliam as Forças Armadas, instituíam novas regras de moralidade pública inspiradas no marxismo cultural da Escola de Frankfurt, neutralizavam por meio da difamação midiática as lideranças direitistas, criavam um aparato de repressão fiscal destinado a colocar praticamente fora da lei a atividade capitalista e, last not least, subsidiavam com dinheiro público o crescimento do MST, a maior organização revolucionária que já existiu na América Latina. Em suma: fingiam cuidar da saúde do capitalismo enquanto destruíam suas bases políticas, ideológicas, culturais, morais, administrativas e militares, deixando o leito preparado para o advento do socialismo. Fizeram tudo isso sob o aplauso de uma classe capitalista idiota, incapaz de enxergar no capitalismo nada além da sua superfície econômica e ignorante de tudo o que é preciso para sustentá-la. Agora podem ir para casa, seguros de ter um lugar ao sol no socialismo, se ele vier amanhã, assim como no capitalismo, se ele durar mais um pouco.

Se o socialismo marxista tinha sua encarnação oficial no Estado soviético, enquanto o fabianismo era o braço “light” da estratégia stalinista, o nacional-esquerdismo que brotou na década de 30 também foi substancialmente uma invenção de Stalin. A grande especialidade de “tio Josef” era justamente o problema das nacionalidades, ao qual ele dedicou um livro que se tornou clássico. Foi ele que criou a estratégia de fomentar ambições nacionalistas, quando podia usá-las contra as potências ocidentais, ou freá-las, quando se opunham ao “internacionalismo proletário”. É verdade que falhou em aplicá-la com os nazistas, que se voltaram contra a URSS, mas obteve sucesso nas nações atrasadas, onde xenófobos de todos os naipes -- getulistas, nasseristas, peronistas, africanistas e aiatolás variados -- acabaram se integrando nas tropas da revolução mundial, varrendo suas divergências ideológicas para baixo do tapete e transmitindo uma impressão de unidade a seus adeptos nos países ricos (donde o milagre de feministas e gays marcharem contra os EUA ao lado de machistas islâmicos). A multidão dos nacionalistas revoltados dá um reforço externo à estratégia das tesouras, seja como massa de manobra ou, quando fardada, como arma de guerra.

Stalin foi o maior estrategista revolucionário de todos os tempos. Os efeitos de sua ação criadora chegaram às terras tupiniquins e ainda estão entre nós.Todo o panorama político nacional está hoje montado segundo o esquema delineado por ele nos anos 30. Mas, dos poucos que têm envergadura intelectual para enxergar isso, quantos têm interesse de discuti-lo em público?

14 de fev. de 2012

Socialismo é não termos para onde correr

Brutal

Uma imagem a preservar

por Augusto Nunes

Marta Suplicy foi casada com Eduardo Suplicy e com Luis Favre. Desde a fundação do PT, vive abraçada ao bando de amigos que fez no partido. Delúbio Soares, um dos mais íntimos, comemorou pelo menos duas vezes a virada do ano na casa de Marta no Guarujá. Ali, Antonio Palocci descansou uma semana depois de descoberta a mais recente anotação no prontuário: o estuprador de contas bancárias também exercia o ofício de traficante de influência. Ela acha que os dois são inocentes. Também acha que o mensalão não existiu.

Deputada federal, abrilhantou a roda do cafezinho liderada por José Dirceu. Prefeita de São Paulo, tornou-se porta-estandarte do bloco que tinha na comissão de frente Rui Falcão e os irmãos Tatto. Na eleição municipal de 2008, a adversária de Gilberto Kassab quis saber se o prefeito era casado e tinha filhos. Na eleição de 2010, a candidata ao Senado fez dupla com um suplente do PR indicado por Waldemar Costa Neto, dançou com Aloízio Mercadante, cantou com Netinho de Paula e prestou serviços a Dilma Rousseff como camareira voluntária.

Por ordem de Lula, a ex-prefeita de São Paulo desistiu de tentar a improvável volta ao cargo. Acabou rebaixada a cabo eleitoral de Fernando Haddad. Por ordem de Dilma, revogou o desejo de virar ministra da Educação. Conformou-se com mais um ano na vice-presidência do Senado. Vai continuar trocando sorrisos, beijinhos e números de celulares com José Sarney, Fernando Collor, Renan Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho, Alfredo Nascimento e outras abjeções da base alugada. Ela trata esse buquê de horrores com o mesmo carinho dispensado às flores do pântano do PT.

A agenda telefônica de Marta Teresa Smith de Vasconcelos Suplicy informa que a filha da aristocracia paulistana convive amistosamente tanto com as granfinas de narinas de cadáver eternizadas por Nelson Rodrigues quanto com cretinos fundamentais, vigaristas da classe executiva, escroques internacionais, gazuas especializadas em cofres públicos, órfãos da União Soviética, comunistas de Jockey Club, tiranos analfabetos, farsantes com um neurônio só e corruptos em geral. No círculo de amigos, companheiros e aliados da senadora, cabe todo mundo.

Menos Gilberto Kassab.

11 de fev. de 2012

Um aprendizado de cidadania

- Na cracolândia institucional brasileira

- Para detonar máfias políticas (1)

- Para detonar máfias políticas (2)

- Para detonar máfias políticas (3)

No limite.

por Geraldo Almendra

(...)

Mas o ponto mais importante a ressaltar é que são as Forças Armadas, humilhadas – qualificadas nos corredores petistas de “milicos de merda” – e depauperadas pelos desgovernos civis é que são agora chamadas para garantir a governabilidade de um país tomado pela degeneração moral nas relações públicas e privadas.

Por uma questão de disciplina militar que, incompreensivelmente, coloca em segundo plano o fato do ordenamento jurídico do país estar virando coisa de bandido, e sendo consumada a entrega do país a um regime socialista absolutamente corrupto disfarçado de neocapitalismo de Estado, as Forças Armadas estão demonstrando que estarão sempre a postos para coagir, reprimir, agredir, entre tantas outras possibilidades, até a de matar, se assim forem ordenadas, os que desafiarem de forma relevante o “status quo” de poder do Covil de Bandidos.

(...)

Íntegra aqui.

10 de fev. de 2012

Cientistas russos atingem última fronteira intocada da Terra


Há uma grande expectativa pela descoberta de novas formas de vida no Lago Vostok, sobretudo bactérias, que não existam em nenhum outro lugar da Terra. [Imagem: Ria Novosti]

Lago Vostok

Aquela que era considerada a última fronteira intocada da Terra acaba de ser tocada.

Cientistas russos anunciaram ter alcançado a superfície do Lago Vostok, guardado há milhões de anos nas profundezas da Antártica, coberto por uma camada de quase 4 quilômetros de gelo.

Valery Lukin e seus colegas do instituto russo AARI (Arctic and Antarctic Research Institute) alcançaram a superfície do Lago Vostok a exatos 3.769,3 metros de profundidade.

Isto está no limite do que vinha sendo indicado por imagens de radar - os cientistas apostavam que a fronteira gelo-água estaria localizada entre 3.730 e 3.770 metros.

Uma primeira decepção ocorreu logo antes, a 3.766 metros de profundidade, quando a sonda encontrou água - mas era apenas uma "lente" de água, e não o lago propriamente dito.

Risco de contaminação

Assim que o lago foi atingido, a água subiu sob pressão por cerca de 40 metros ao longo do furo de sondagem, antes de congelar, selando a abertura.

Isto é uma boa notícia em relação às preocupações com a segurança do experimento, mais exatamente com o risco de contaminação do Lago Vostok.

A proposta da equipe russa foi a única aceita, depois de ser avaliada por cientistas de todo o mundo durante mais de 10 anos, onde o principal critério era a segurança na preservação da pureza do Lago Vostok.

Novas formas de vida

O lago foi alcançado nos últimos momentos da campanha deste ano, que agora foi interrompida por causa do mau tempo.

Os cientistas voltarão à Antártica por volta do mês de Setembro, quando as condições do tempo amainarem.

Só então eles ligarão as máquinas novamente para refazer o furo e coletar as tão esperadas amostras de uma era da Terra literalmente congelada no tempo.

Há uma grande expectativa pela descoberta de novas formas de vida, sobretudo bactérias, que não existam em nenhum outro lugar da Terra.

Vários microrganismos já foram encontrados ao longo da perfuração, em várias profundidades.

Veja mais detalhes: Última fronteira intocada da Terra prestes a ser alcançada




Fonte: Site Inovação Tecnológica - 10/02/2012

7 de fev. de 2012

Genesis

The Carpet Crawlers

Ripples

Fotossíntese artificial


As biomoléculas geneticamente modificadas enrolam-se ao redor dos tubos semicondutores autonomamente, por um processo de automontagem. [Imagem: Mershin et al./Nature]

Energia verde

Um grupo internacional de pesquisadores anunciou um passo importante rumo à fotossíntese artificial.
Diferentemente das células solares fotovoltaicas, baseadas em elementos semicondutores, as biocélulas solares produzem energia usando estruturas moleculares copiadas das plantas.
Simulando artificialmente a fotossíntese, mas gerando eletricidade como produto final, as biocélulas, ou células fotoeletroquímicas, prometem tornar o conceito de "energia verde" um objetivo muito mais fácil de ser alcançado e, sobretudo, muito mais barato.

Biocélula solar

Barry Bruce, da Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, isolou um componente-chave da fotossíntese, conhecido como fotossistema-I (PSI, de PhotoSystem I), a partir das algas azuis.
Esse composto foi então adaptado por meio de engenharia genética para interagir com um material semicondutor, como o usado nas células fotovoltaicas tradicionais, grudando-se a ele.
Essa "célula solar verde" representa um casamento virtualmente perfeito entre o material biológico e o material não-biológico.
O material não-biológico, o semicondutor, entra no processo na forma de minúsculos tubos de óxido de zinco, que atraem as partículas de PSI, que acabam por revesti-los inteiramente.
Um fóton do Sol injeta energia no PSI - "excita" o material, em termos técnicos - que, em resposta produz um elétron. Esse elétron salta para o óxido de zinco, onde é coletado por meio de eletrodos.
Como o processo é contínuo, com bilhões de fótons alcançando o material, o resultado é a produção de uma corrente elétrica.

Energia solar e hidrogênio

Uma das grandes vantagens na fabricação dessa biocélula é que o composto molecular "se instala" sobre o semicondutor por um processo de automontagem, dispensando técnicas aprimoradas de fabricação.
O importante neste trabalho é a comprovação do conceito, uma vez que a energia produzida ainda é pequena demais para ter uso prático.
"Como o sistema é muito simples e muito barato, minha esperança é que ele permita desenvolvimentos adicionais que o transformem em uma fonte de energia verde e sustentável," disse o Dr. Bruce.
Participaram da pesquisa cientistas do MIT e a equipe do Dr. Michael Graetzel, criador das células solares que levam seu nome, e que está tentando criar formas de produzir hidrogênio diretamente a partir da energia solar.

Para ver mais: Futuro energético do planeta está nas folhas artificiais, diz cientista.


A faxineira expulsando o sétimo malfeitor de seu ministério

Sei não... algo me diz que estão mancomunados...


Foto: Beto Barata, Agência Estado, 07/02/2012

6 de fev. de 2012

PT privatiza aeroportos e bota os Urutus na rua contra grevistas

do blog CoroneLeaks

O PT não quer ser mais o PT. Estamos assistindo a uma total falência do socialismo caboclo e do sindicalismo mambembe. O PT acaba de entregar os aeroportos brasileiros para a iniciativa privada e, na Bahia, botou os tanques do Exército na rua para bater em grevistas. Dava para imaginar que em menos de 10 anos eles acabariam assim? O que o PT quer é poder e dinheiro. Poder para continuar roubando os cofres públicos, fique bem claro, tendo em vista os níveis de corrupção que o país atingiu. Até o big boss da Casa da Moeda era corrupto. Na pasta das Cidades, o ministro corrupto dá lugar a futuro ministro que todo mundo sabe que é corrupto. Está nas manchetes dos jornais. Na pasta do Trabalho, o ministro demitido por corrupção vai indicar o novo ministro que, naturalmente, também será um corrupto. Até mesmo os protestos contra o PSDB o PT terceirizou para o PSTU. Não pega bem para um petista botar a cara para bater, o negócio é celsodanielizar as ações. Para acabar com o que resta do PT, só falta uma coisa: oposição. Alguém se habilita?

5 de fev. de 2012

Pink Floyd

Saucerful of Secrets

Sabedoria de WC

Temos de rever o que consideramos progresso

por André Lara Resende

O GLOBO: O senhor diz que o remédio keynesiano (economista John Maynard Keynes, que defendia a retomada do crescimento, através de gastos públicos e estímulos ao consumo) para superar a crise e o elevado endividamento público não pode mais ser aplicado hoje e diz que a insistência nesse modelo "pode ser uma ortodoxia anacrônica". Mas como sair da crise, já que só crescendo resolveríamos o problema econômico?

ANDRÉ LARA RESENDE: O crescimento reduz o tamanho relativo das dívidas, tanto privadas como públicas. É a forma menos onerosa e mais eficaz de resolver o problema da indigestão do endividamento excessivo, que ocorre após as grandes crises. Nos anos 30 do século passado, Keynes, com seu talento, sua capacidade de pensar de forma independente e imaginativa, mostrou como é possível usar os gastos públicos para reanimar uma economia estagnada. A situação dos anos 30 era diferente da atual em dois aspectos. Primeiro, porque a depressão levou a uma quebra generalizada, que eliminou o excesso de endividamento. O gasto público funciona como motor de arranque numa economia devastada, mas onde não há mais excesso de endividamento. Não é o caso hoje, porque a ação preventiva dos governos e dos bancos centrais evitou o colapso depressivo, mas em contrapartida, transferiu dívidas do setor privado para o setor público, que já está excessivamente endividado. Segundo - e esta é a restrição nova - porque a capacidade de continuar a crescer nos padrões a que estamos acostumados, por meio do aumento da produção e do consumo de bens materiais, para uma população mundial 40 vezes superior ao que sempre foi até a Revolução Industrial, esbarra nos limites físicos do planeta.

A teoria econômica sempre associou o crescimento ao bem-estar. Há ganho de renda, consumo... É possível ter um sem o outro?

ANDRÉ LARA: Para a teoria econômica, crescimento e bem-estar sempre estiveram associados. Enquanto o nível de consumo é muito baixo, a correlação entre os dois é muito alta. Faz então sentido usar crescimento do produto, uma medida relativamente fácil de ser observada, como indicador de bem-estar. Sabe-se hoje, que a partir do momento em que as necessidades básicas estão superadas, o aumento da renda e da disponibilidade de bens materiais tem muito pouca correlação com o bem estar. Muito mais do que ao aumento do consumo material, o bem-estar passa então a estar associado à coesão social, à qualidade da vida comunitária e a uma menor desigualdade. Pode-se, com certeza, ter aumento de bem estar sem crescimento do consumo material. Para isso, é preciso romper com o equívoco mais agressivamente promovido na modernidade: o de que para ser feliz é preciso consumir, ainda que coisas cada vez mais desnecessárias.

O que dizer aos milhões que vivem na miséria no mundo hoje? Como eles sairão da pobreza se precisaremos parar de crescer?

ANDRÉ LARA: A questão da pobreza, da miséria em que vive ainda grande parte da população mundial, é séria e precisa ser atacada com urgência, mas, se o extraordinário crescimento material dos últimos séculos não resolveu o problema da miséria até hoje, é porque nunca irá resolver. Levantar a bandeira do crescimento material, baseado no consumo de bens cada vez mais supérfluos, em nome do combate à miséria no mundo, é profundamente desonesto.

E para os que estão saindo agora da pobreza e finalmente podendo comprar, caso da classe C no Brasil? Como dizer a eles que não podem consumir porque chegamos ao limite do planeta?

ANDRÉ LARA: A solução não é produzir e consumir mais bens materiais, mas sim reduzir a desigualdade de padrões de consumo. Não é preciso impedir que os mais pobres tenham acesso a um padrão de vida decente, mas sim interromper a espiral de aspirações consumistas estapafúrdias de toda sociedade. Aspirações alimentadas pela propaganda, tanto explícita, como subliminar, mas, sobretudo, enganosa, de que quem mais consome é mais feliz.

Essa ruptura seria o enterro formal do capitalismo como conhecemos hoje?

ANDRÉ LARA: Ao esbarrarmos nos limites físicos do planeta, teremos necessariamente que rever o que consideramos progresso, o que exige rever nossa visão de mundo. O sistema de preços competitivos, como sinalizadores da produção e do consumo, será sempre uma ferramenta fundamental para a organização da economia. Não me parece possível, nem desejável, prescindir do sistema de preços, sobretudo, no momento em que a economia precisa passar por uma reorganização profunda. É preciso, isto sim, ter consciência das suas limitações. No caso dos bens públicos, para os quais o consumo não tem custo individual, mas há custo coletivo, o sistema de preços não cumpre seu papel.

O Japão não cresce há quase 20 anos e tem elevado nível de qualidade de vida. O país pode ser um modelo a ser adotado neste novo padrão que a sociedade precisará ter?

ANDRÉ LARA: A estagnação da economia japonesa, que já dura mais de 15 anos, desde o estouro da bolha imobiliária por lá, pode ser vista como precursora das dificuldades que as demais economias avançadas enfrentam, desde a crise de 2008. A homogeneidade cultural e social do Japão é, sem dúvida, fator importante para que o país tenha resistido relativamente bem à economia estagnada.

Alguns críticos dizem que a tese da ruptura brusca e traumática, e até com racionamento, surge da incapacidade de os economistas explicarem como se sai da crise. O que o senhor acha disso?

ANDRÉ LARA: Compreender as dificuldades e pensar como superá-las é responsabilidade coletiva. Não é atribuição exclusiva de economistas.

Ao mesmo tempo em que o planeta dá sinais de esgotamento, os governos não parecem sensíveis ao tema. Como resolver o problema sem uma política pública clara e direcionada?

ANDRÉ LARA: Apesar de muito barulho, parece não haver ainda uma verdadeira consciência de que os limites físicos do planeta foram ou estão prestes a serem atingidos. Temos grande dificuldade de ver e aceitar o que nos obrigaria a mudar nossa visão de mundo. Infelizmente, a recusa de ver e agir em relação os limites ecológicos, vai nos levar a uma transição muito mais desordenada e onerosa do que se nos tivéssemos sidos capazes de nos programar para ela.

O senhor diz que não há sinais de que esta nova abordagem esteja em gestação. Será preciso, então, que os governos imponham a ruptura do modelo para fazermos uma reorganização da economia, com o fim do crescimento baseado na expansão do consumo de bens materiais?

ANDRÉ LARA: Sem consciência de que estamos próximo dos limites vamos atingi-los sem estar preparados. Quando as evidências forem inegáveis, para tentar evitar grandes catástrofes, deverá finalmente haver mobilização e medidas excepcionais serão impostas.

A União Europeia tem solução? A criação de um orçamento fiscal europeu se tornou mais possível agora?

ANDRÉ LARA: Sempre fui um entusiasta da União Europeia, que considero o mais importante experimento de nosso tempo. Trata-se de uma tentativa de governança supranacional, algo que considero fundamental para o futuro pacífico de um mundo necessariamente interligado e interdependente. A moeda única, hoje parece claro, foi uma precipitação. Moeda comum exige orçamento fiscal conjunto. Os estados nacionais não estavam preparados para aceitar esta delegação à União Europeia. Torço para que a crise leve ao aprofundamento da UE em direção à governança supranacional, ainda que, como parece ser inevitável, alguns países periféricos venham a ter que abandonar o euro, pelo menos transitoriamente.

Não adiantou

Os servos da gleba são propriedade dos senhores feudais.