_________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

27 de mai. de 2011

Baita explicação


O "processo de paz" como uma representação simbólica do bem e do mal


por Lawrence Auster
Original: The "peace process" as a symbolic representation of good and evil
Tradução: DEXTRA


Por que Obama exige que Israel abra mão de um território essencial para sua segurança, que o país possui e desenvolve há 44 anos, mas não exige que o Hamas elimine de sua Carta o chamado à destruição de Israel?

A resposta se encontra no "roteiro" do esquerdismo moderno, no qual todos os fenômenos da sociedade esquerdista são automaticamente encaixados. Como já expliquei antes, o roteiro esquerdista tem três personagens: (1) o esquerdista, que representa o princípio da bondade, definida como compaixão para com e inclusão dos não-brancos/não-ocidentais e outras vítimas; (2) o não-esquerdista, que representa o princípio do mal, definido como ganância, discriminação e intolerância para com não-brancos/não-ocidentais e outras vítimas; e (3) o não-branco/não-ocidental ou outra vítima, que não é ele mesmo um ator moral, nem mesmo um ser humano totalmente formado, porque sua função no roteiro não é fazer nada, mas sim ser o recipiente passivo ou da bondade do esquerdista ou da maldade do não-esquerdista. Se o não-branco/não-ocidental fosse um ator moral, então suas próprias ações, inclusive suas más ações, teriam que ser julgadas. Mas julgá-lo negativamente seria discriminá-lo, o que viola o próprio significado e propósito do esquerdismo -- a eliminação de toda a discriminação contra não-brancos-não-ocidentais como as vítimas históricas da maldade não-esquerdista. Portanto, o não-branco/não-ocidental não pode ser visto como um ator moral -- como um ser humano que age e é responsável por suas ações.

No "processo de paz", Obama é o esquerdista que busca uma política de generosidade e compaixão em relação ao não-branco/não-ocidental, i.e., os palestinos. Netanyahu é o não-esquerdista (não que ele necessariamente seja um não-esquerdista na realidade, mas ele recebe este papel no roteiro), que rejeita qualquer ato de generosidade, qualquer "concessão", para com os palestinos. Por fim, há os próprios palestinos, as vítimas não-ocidentais das quais nada se espera, nem mesmo que eliminem o chamado em sua Carta à destruição de Israel. Sua única função é revelar, pelas ações de outros em relação a eles, a bondade ou o mal destes outros. Obama busca dar aos palestinos seu próprio estado, então Obama é generoso, inclusivo e bom. Netanyahu se recusa a dar aos palestinos seu próprio estado, então Netanyahu é ganancioso, excludente e mal.

Este é o significado inteiro do "processo de paz" e a razão pela qual ele continua para sempre, muito embora ele não se aproxime do sucesso e, por sua própria natureza (dadas as reais intenções assassinas dos palestinos para com Israel), ele não possa se aproximar do sucesso. O retrato feito pela mídia esquerdista da questão israelense-palestina é uma representação simbólica da visão esquerdista do mundo e da virtude moral dos esquerdistas. Através da constante repetição desta representação simbólica, a sociedade esquerdista -- quer dizer, o domínio esquerdista sobre a sociedade -- é continuamente re-legitimado, revitalizado e renovado.

Nenhum comentário: