por Marco Antônio
Villa
(...)
O único projeto da aristocracia petista - conservadora, oportunista e
reacionária - é de se perpetuar no poder. Para isso precisa contar com uma
sociedade civil amorfa, invertebrada. Não é acidental que passaram a falar em
controle social da imprensa e... do Judiciário. Sabem que a imprensa e o
Judiciário acabaram se tornando, mesmo sem o querer, nos maiores obstáculos à
ditadura de novo tipo que almejam criar, dada ausência de uma oposição
político-partidária. A estratégia petista conta com o apoio do que há de pior
no Brasil. É uma associação entre políticos corruptos, empresários
inescrupulosos e oportunistas de todos os tipos. O que os une é o desejo de
saquear o Estado. O PT acabou virando o instrumento de uma burguesia
predatória, que sobrevive graças às benesses do Estado. De uma burguesia
corrupta que, no fundo, odeia o capitalismo e a concorrência. E que encontrou
no partido - depois de um século de desencontros, namorando os militares e
setores políticos ultraconservadores - o melhor instrumento para a manutenção e
expansão dos seus interesses. Não deram nenhum passo atrás na defesa dos seus
interesses de classe. Ficaram onde sempre estiveram. Quem se movimentou em
direção a eles foi o PT. Vivemos uma quadra muito difícil. Remar contra a
corrente não é tarefa das mais fáceis. As hordas governistas estão sempre
prontas para calar seus adversários. Mas as decisões do STF dão um alento, uma
esperança, de que é possível imaginar uma república em que os valores
predominantes não sejam o da malandragem e da corrupção, onde o desrespeito à
coisa pública é uma espécie de lema governamental e a mala recheada de dinheiro
roubado do Erário tenha se transformado em símbolo nacional.
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