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24 de out. de 2012

Levantando o tapete e mostrando o lixo


por REYNALDO ROCHA

“Já fui julgado pelas urnas. A vitória de Dilma Rousseff foi um julgamento extraordinário”. (Luís Ignácio).

Para quem confunde ministro do Supremo com supremo ministro da Casa Vil, essa confusão conceitual não espanta.
Aliás, na Era da Mediocridade nada mais deveria nos espantar. Exceto não termos previsto isto antes.
Mas o talento ficcional sempre será menor que a estupidez cavalar de quem produz asneiras como quem respira. Ares poluídos.
Assim deixamos de antever o que só o teatro do absurdo pode contemplar.
O que se nota – sem ficção – é que Lula está em campanha para 2014. Lula é o candidato escolhido por Lula.
É fácil saber o que pretende. Uma “absolvição” (como a imaginada por Fernando Collor quando eleito senador; estão cada dia mais parecidos) que o leve a completar o serviço inconcluso.
O controle social da mídia é um exemplo. Dilma refugou o papel de mãe desse absurdo que anunciaria ao mundo inteiro a chegada da ditadura clepto-sindicalista-amoral.
Notem que o PT ─ que sempre considerou Dilma mera passageira de ocasião, sem influência no partido ─ já avisou: após as eleições voltará a colocar o tema em debate! Ou melhor, em uníssonos zurros de assembléias partidárias.
Alguma vez (uma única que seja!) os valorosos e destemidos dirigentes do PT agiram sem o consentimento de Lula? São hienas obedientes.
Obviamente – e não é ficção! –, Lula continua a ordenar que a censura seja implantada.
Qual será a reforma do Poder Judiciário proposta pelo imperador de hospício? A demissão ad nutum dos ministros? No popular, na tora? Ou a escolha dos juízes por um Conselho Popular e Democrático que reuniria os advogados a serviço de movimentos populares, sindicatos, ONGs e, claro, do governo?
Lula admitiu que foi condenado. Existem certezas materiais e provas testemunhais, além do julgamento do STF. Seriam somente 43 milhões de brasileiros a condená-lo?
Lula é, acima de tudo, covarde. A palavra é pesada, cruel. Mas verdadeira.
Vendeu a própria honra aos collors e sarneys da vida. Aliou-se a quem prometia erradicar. Manteve a MESMA política econômica, sem jamais admitir tal evidência. Privatizou recorrendo a truques semânticos para não ter de explicar a súbita mudança. Escondeu-se atrás de Dirceus e Genoínos. Usou Delúbio como um novo menino do MEP. Pediu desculpas olhando para o teto. Ao declarar-se traído, colocou na janela o traseiro dos outros.
E agora se esconde na idolatria que deixou de ser política para ser farsesca.
Um covarde em tamanho gigante. Vale-se de terceiros para fazer o que a covardia determina. Elege adversários e não os enfrenta só. Precisa da máquina, do partido ou do governo. Para ele, é a mesma coisa.
Prefere dar entrevistas em Buenos Aires, Caracas ou Havana a enfrentar aqui no Brasil jornalistas que prezam a profissão. No exterior, as informações são menos numerosas. As indecências são desconhecidas.
A promessa de conceder entrevistas depois de deixar a Presidência foi só mais um gesto covarde. Por que não recebeu o Augusto Nunes? Por que não debateu com FHC?
Covardia em grau extremo, vizinha do pânico histérico.
Assim, de declaração em declaração, vai-se montando o mosaico do verdadeiro fujão.
Que agora sabemos, sabe-se criminoso. E confessa.
Nem era necessário. Nós sabíamos. Sempre soubemos.

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