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4 de mar. de 2010

Enquanto isso, naquele planeta dotado de uma lua...




... naquela maravilha esférica, viva, no meio do nada, nosso tempo de participação vai se escoando.
O que temos feito, que possa ser visto com interesse pelo referencial do infinito?
Tem existido o referencial do infinito em nossas vidas?
Tem ele sido sintonizado através das modulações ditas religiosas?
Tem ele sido substituído pelo referencial antropocêntrico?

Cada um de nós também está no meio do nada, sós, como a Terra, que nos abriga. E no entanto, não estamos abandonados, condenados a nos orientarmos por referências arbitrárias.
Há um poder vigente.
Não sei o seu nome. Talvez não possa ser nomeado, abordado através da linguagem.

Aquilo que assumimos como identidade é fruto do alinhamento com um sistema de referências.
São vários os poderes que nos solicitam alinhamento, e que nos alteram identidades.
Inúmeros de nós somos compelidos a abdicar do alinhamento essencial, o de nossa identidade autêntica. Na verdade, talvez, todos nós.
Mas podemos tentar recuperá-lo, tropeçando embora, a cada passo, nas certezas que nos iluminavam.
Estamos no meio do nada, e não no meio de nossas referências, sejam elas quais forem.
Não é que nossa história pessoal não tenha valor perante as demais histórias pessoais, igualando a todos num nivelamento indistinto. Essa igualdade é aquela abjeta, referida a um humanismo porco.
Ante o referencial do infinito, no processo de recuperação do alinhamento com o poder vigente no universo para a transmutação definitiva de nossa identidade, nossas histórias pessoais só terão valor na medida em que não obstaram essa busca, em que não nos estagnaram em algum desvão da ilusão.
A iluminação final por que passarão todas as consciências por ocasião da morte absolutamente tudo deixará esclarecido. O Poder se revela ao cego, que nunca soube-lhe o nome. A Realidade se desvenda por inteiro, mas é tarde, porque o tempo acabou.

O que temos feito, que nos possa ser de valor no momento de encontrarmos nosso destino?
Com que peso chegaremos carregados ao instante de alçarmos vôo?

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