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14 de mar. de 2010

Há algo de podre no Sistema Eleitoral

A imagem abaixo está publicada no post O TSE é pura incompetência!, do blog Coturno Noturno.
Trata-se de uma pesquisa que foi depositada no Tribunal Superior Eleitoral, conforme manda a lei, e que deveria ter sido previamente avaliada por aquele, à luz desta.

Pelo visto, já que foi registrada, foi aprovada. Ou apenas cumpriu-se o rito burocrático, sem ter tido apreciada sua substância. De qualquer forma, a Norma sai desmoralizada do episódio, que já não é o primeiro nem segundo. (E as urnas eletrônicas, sob custódia desse mesmo Tribunal, passam bem?)
A pesquisa completa tem apenas essas três questões, e é promovida pela empresa Mapear Instituto de Pesquisa Ltda, alegadamente para seu próprio consumo e feita com recursos próprios.
Acredite quem quiser.

Mas o que quero destacar é outro ponto. O que está sublinhado em vermelho na imagem denota algumas realidades. O entrevistador, que lê as questões e anota as respostas, é conduzido a anunciar ao ilustre e bem-informado entrevistado quem é a candidata do PT, que é a chamada Dilma. Não bastasse, logo após, ao perguntar em quem votaria, tem que enunciar e reforçar que a citada Dilma é a candidata do Lula. Vai que o cara não tinha entendido da primeira, né?

A expectativa, pois, quanto ao público-alvo da pesquisa, não era lá muito lisonjeira, por parte de quem desenhou a farsa.
E da minha parte também não. Mas em vez de tirar proveito da situação, quero é apontar que o Sistema Eleitoral não está imunizado quanto a contrafações desse tipo, pois permite que programas mal intencionados infectem e desvirtuem o processamento natural da aferição democrática.
Como resultado disso, não se obtém a expressão legítima de um "consenso majoritário entre iguais", mas sim o produto final de um processo de manipulação da massa ignorante, o que está reduzindo a atividade política - a condução da polis, a uma grotesca campanha de "caça aos otários".

Dizendo com todas as letras, o Sistema Eleitoral vigente, na prática, atribui o poder decisório aos menos qualificados para tal, produzindo com isto desdobramentos diametralmente opostos aos seus desígnios. Objetivamente falando, trata-se de um sistema que está sendo aplicado sobre uma base que não lhe é compatível. Nas nossas circunstâncias atuais o critério do voto universal, na verdade, acaba constituindo a massa ignorante num restrito e decisivo colégio eleitoral. E isso não por alguma escolha deliberada e demencial, mas por um também insano apego a um dogma impraticável e insuficientemente analisado.

O debate político dessa questão, possivelmente, seria inviável. O que torna a demonstrar quem é que realmente dá as cartas. O que atemoriza a ordem política e social é o poder da malta, insuflada e conduzida pelos "pais do povo", e mães também. E essas criaturas não são responsáveis o suficiente, chegando algumas a ser mesmo inimputáveis. Mas apesar disso, é provável que só através de uma influência sadia sobre esses cretinos possa-se alterar o rumo ao desastre.

A influência mais sadia que acredito possamos exercer é a de sermos o que somos, demonstração viva de autonomia irredutível. E sorridente...

Palhaços!

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